quinta-feira, 22 de abril de 2010

Organização na produção é chave para o alavanque da fruticultura no norte de Minas

Valéria Esteves

A exportação representa uma boa opção para agregar valor aos produtos e aumentar os lucros por parte dos produtores de frutas, sobretudo, daqueles instalados em perímetros irrigados como o Projeto Jaíba, no Norte de Minas. Porém, para alcançarem o mercado externo, os agricultores terão que se organizar. A afirmação foi feita pelo diretor do Departamento de Promoção Internacional do Agronegócio do Ministério da Agricultura, Eduardo Sampaio.

Ele participou do Seminário do Agronegócio para Exportação (AgroEx), promovido pelo Ministério da Agricultura, na quinta-feira,15 de abril, em Montes Claros, e que reuniu agricultores do Jaíba e de outros perímetros irrigados do Norte de Minas como os projetos Gorutuba (Janaúba/Nova Porteirinha) e Pirapora. Durante o evento, foram repassadas informações aos produtores sobre os procedimentos e normas que devem seguir para venderem para o mercado internacional, como o atendimento a exigências fitossanitárias.

De acordo com Sampaio, as exportações brasileiras de frutas movimentam, hoje, cerca de R$ 1 bilhão por ano. “Mas, o país tem potencial para um faturamento muito maior, pois produz frutas de qualidade, principalmente, em áreas irrigadas de regiões de clima tropical como o Norte de Minas”, avalia o representante do Ministério da Agricultura.
Sampaio salienta que, atualmente, as frutas exportadas pelo país em maiores volumes são uva, manga, melão e limão. Mas, que existem condições favoráveis para a venda de outras frutas para o mercado externo, como é o caso da banana.





“A participação do Brasil no mercado internacional de frutas ainda é muito pequena. O mercado mundial da banana movimenta cerca de US$ 10,5 bilhões por ano e o Brasil alcança somente 0,5% desse mercado. Já a venda da uva movimenta US$ 3,5 bilhões por ano no mundo, com uma participação brasileira de 3,5%”, observa Eduardo Sampaio.

Ele ressalta que, para exportar, os produtores deverão se organizar por intermédio de cooperativas ou consórcios. Assim, terão condições de negociar com os compradores, firmar contratos com outros países. Também deverão cuidar de outros aspectos como a logística parar levar as mercadorias até os portos ou aeroportos e cumprir prazos e garantir a entrega das quantidades previstas nos contratos.

Sampaio assegurou ainda que o Departamento de Promoção Internacional do Ministério da Agricultura oferece todo o auxílio aos agricultores interessados na exportação. Além da orientação sobre as normas e procedimentos burocráticos, o Ministério pode apoiar os produtores para que eles possam formar missões e viajar até outros países, a fim de fechar contratos ou participar de rodadas de negócios.

Conforme o Ministério da Agricultura, Minas Gerais ocupa o 4º lugar no ranking de exportadores do agronegócio. No primeiro trimestre de 2010, as exportações mineiras no setor alcançaram US$ 1,47 bilhão contra US$ 1,18 bilhão, no mesmo período do ano passado. O resultado representa aumento de 23,9%. Os destaques de janeiro a março deste ano foram as vendas de café (US$ 819,6 milhões), produtos florestais (US$ 174,9 milhões) e complexo sucroalcooleiro (açúcar e etanol), com US$168,6 milhões.