quinta-feira, 2 de maio de 2013

Câmara Setorial do sisal avança na elaboração do Plano Estadual do Sisal e Seagri poderá lançá-lo em breve

A Câmara Setorial de Fibras Naturais prepara Plano Estadual de Desenvolvimento e define ações emergenciais quanto à organização da cadeia produtiva do Sisal em reunião realizada nesta terça-feira (31), na Federação das Indústrias do Estado da Bahia. Na oportunidade, a Secretaria Estadual de Agricultura (Seagri), Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia e Inovação (Secti) e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apresentaram as ações que planejam executar em curto, médio e longo prazo. O secretário de Agricultura, Eduardo Salles, engenheiro agrônomo e presidente da Câmara, apresentou projetos da Seagri, executados pela Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA) e Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), relacionados à disponibilização de assistência técnica e difusão de tecnologia que proporcionará desenvolvimento sustentável à região sisaleira do Estado. Entre as medidas de médio prazo propostas há um projeto piloto que visa o aumento de produtividade, o aproveitamento total do sisal e a agroindustrialização, que consiste na implantação de cinco polos de produção, em áreas dentro da região do sisal selecionadas pela EBDA, de acordo com critérios técnicos, dentre eles a concentração da produção. Durante a reunião, Salles defendeu a elaboração de um censo, onde seja possível identificar com precisão a quantidade de produtores, regiões e área plantada de sisal para que se tenha noção de como os governos estadual e federal podem atuar através da Câmara Setorial a médio e longo prazo. O secretário ressaltou a importância da criação de um Plano Estadual de Desenvolvimento para a Câmara Setorial das Fibras Naturais, onde se inserem as cadeias produtivas do sisal, piaçava e do coco, para legitimar as ações que objetivam organizar as cadeias produtivas vencendo seus gargalos, como já acontece com Câmara Setorial da Seringueira. A Secti também apresentou suas ações a médio e longo prazo informando o investimento de R$ 13,5 milhões em projetos de pesquisa encomendados a instituições de ensino que trabalham com pesquisa e desenvolvimento (P&D), como a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Unicamp e UNESP. As pesquisas visam à elaboração de projetos que servirão de base para a construção da biofábrica de sisal, criação de viveiros de aclimatação das mudas, pesquisa sobre mucilagem da planta para ração animal e projeto de gestão da produção de mudas, que devem ser entregues aos produtores. Todos eles receberão treinamento e capacitação para lidar com as novas tecnologias aplicadas às variedades geneticamente melhoradas e livres de doenças. Há ainda, conforme explica José Roberto Lima, assessor da Secti e gestor do projeto sisal, pesquisa sendo desenvolvida com o suco do sisal, resíduo que vai propiciar o desenvolvimento de produtos como bioinseticida, útil no combate a pragas em cítricos, no combate à Candidíase, fungo que ataca a mulher, produção de shampoo, anticancerígeno, anticicatrizante e desinfetante. Lima relata que um convênio firmado entre a Secti e o Senai/Cimatec garantirá a construção de uma máquina desfibrilizadora de sisal. A previsão é de que fique pronta nos próximos oito meses. A superintendente da Conab na Bahia e Sergipe, Rose Pondé, mostrou alternativas para o escoamento da produção e da provável realização de leilões de 4 mil toneladas de sisal estocadas em armazéns da Companhia, onde a previsão é disponibilizar a compra de 100 toneladas por empresa. Ela afirmou que o propósito da Conab é fazer com que o produtor seja beneficiado com a Política de Garantia de Preços Mínimos denominados Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor), Pep (Prêmio para Escoamento de Produto), e AGF (Aquisição do Governo Federal), e considera estes instrumentos agentes condicionadores que garantem que o produtor receba pelo preço justo praticado no mercado. A cotação do sisal perfaz a casa de R$1,24 Kg, de acordo com a Conab. De acordo com Wilson Andrade, secretário executivo da Câmara Setorial de Fibras Naturais, e o presidente da Associação dos produtores de sisal do estado da Bahia, Misael Ferreira, a região sisaleira está sendo duramente atingida pela seca prolongada. Buscar alternativas que possibilitem a melhoria de vida no campo promovendo ações que mudem o cenário atual é a forma de reanimar o produtor e resgatar os tempos áureos do sisal, planta símbolo de adaptação e resistência à seca, declaram. O sisal é utilizado pela indústria para confecção de revestimentos de automóveis, aeronaves, tapeçaria, indústria de cosméticos e medicinais, entre outros. Na Bahia, segundo dados da Subcâmara do sisal, há uma área plantada de 150 mil hectares da fibra, se produziu uma média de 50 mil/t e já se exportou aproximadamente 72 mil/t, resultados da produção de mais de 40 municípios baianos. Programa de incentivo à produção do Sisal O Programa de incentivo a produção de Sisal na Bahia prevê benefício direto a cerca de 100 famílias de agricultores familiares, implantação e acompanhamento a 100 unidades de comparação entre o Híbrido e Agave sisalana; e, sobretudo, o aumento da produtividade do sisal para 2.500 Kg/ha de fibra seca, para o A. sisalana e 4000 kg/ha para o híbrido, visto que, a intenção é implantar 500 hectares de sisal, sendo 250 hectares da variedade sisalana e 250 hectares do sisal híbrido. De acordo com o secretário, o objetivo é promover ações para o desenvolvimento da cadeia produtiva do sisal, criando condições para o aumento da renda e melhorando as condições de vida dos produtores, além de recuperar a cultura do sisal nas regiões a serem atendidas pelo Programa, que prevê ainda, motivar o plantio de novas áreas, difundir o cultivo do sisal hibrido 11.648, bem como técnicas de cultivo da cultura; e implementar inovações tecnológicas que permitam o controle da praga podridão vermelha do sisal. Outro fator importante na visão de Evandro Oliveira, engenheiro agrônomo da EBDA, é que o programa possibilitará o treinamento prático de produtores nas áreas implantadas nos quatro municípios selecionados Conceição do Coité, Valente, Campo Formoso, e Mirangaba. Segundo ele, as áreas terão o acompanhamento técnico da implantação até os 60 meses de idade. É válido salientar que as mudas da A.sisalana serão adquiridas nos municípios de Ibititá, Itaguaçu da Bahia, Carfanaum e Mulungu do Morro, região de baixa prevalência e baixa incidência da podridão vermelha do sisal, evitando assim o plantio de mudas contaminadas pela praga. E As mudas do sisal híbrido serão adquiridas nos municípios de Santaluz e Itíuba. Ascom Seagri, 01 de maio Jornalista: Valéria Esteves DRT/MG 1139 71-31152794 31152737