quarta-feira, 3 de julho de 2013

Montes Claros comemora 156 anos

Feliz aniversário, Montes Claros! Minha querida e princesa Montes Claros, que saudades! - Hoje mais uma data importante, num cenário diferente do tempo em que ensinava- me a dar meus primeiros passos, e graças a Deus, seu povo começa a ver com olhos próprios e não através da lente de algum falso mentor. O mais interessante é que continuo com a mesma paixão de dantes e você minha amada, ainda guarda as belas festas de Agosto que tanto me fizeram sorrir. Fostes minha companhia, e todas as horas que precisei de um abrigo, amigo, um acalento e oportunidade de olhar pelas estradas reais lá estava você, indicando- me a direção que poderia tomar. Mesmo de longe ainda sinto seus ares de julho como se estivesse adormecido em teu seio e acordado mais calma. Mas, hoje logo cedo, quando me dei conta de que o berço que havia acordado não era o teu, um acesso de ansiedade tomou conta de meu corpo. Era a falta de seu abraço aquecedor com resquícios de saudade. Contudo, carrego em mim a vontade de revê-la em breve. Tenha certeza amada que em meus sonhos mais ternos nossos caminhos sempre se encontram. De uma repatriada saudosa e nostálgica! Valéria Esteves Filha de coração do Arraial das Formigas

Região Central de Minas precisa aumentar produção de grãos

Atender a uma demanda de aproximadamente um milhão de toneladas de milho por ano. Esse é o desafio colocado para a região de Sete Lagoas-MG. Enquanto cresce o consumo de grãos pelas empresas instaladas na região, a área plantada com milho foi reduzida cerca de 60% nos últimos dez anos e o cereal tem sido importado de outros estados, como Goiás e Mato Grosso.
"É preciso que a gente se prepare para 'mineirizar' esse milho. Devemos ter produção que atenda a demanda local. Fácil não é, mas não é impossível. Temos um grande potencial a ser explorado", afirma o prefeito de Sete Lagoas Márcio Reinaldo Moreira. O prefeito atualmente é presidente da Amav (Associação dos Municípios da Microrregião do Alto Rio das Velhas). Segundo ele, a entidade se prepara para atuar como agência de fomento. Márcio Reinaldo destaca que em Sete Lagoas as empresas Agrogen, Elma Chips e Ambev já apresentam uma demanda anual que supera um milhão de toneladas de milho e o consumo local deve aumentar com a provável instalação de uma fábrica de ração da Itambé no município. "É importante a gente ter um bom projeto, com contratos específicos com esses grupos empresariais. Devemos contar com a participação dos bancos, da Secretaria de Estado e do Ministério da Agricultura", completa. O coordenador técnico regional de culturas da Emater-MG em Sete Lagoas Walfrido Machado acompanha a produção agrícola em 27 municípios. Em levantamento, ele constatou que a área plantada com milho na região em 2002 era de 22.500 hectares. Já, no ano de 2012, a área havia decrescido para 9.600 hectares. Walfrido avalia que o risco de perdas com a cultura é a principal causa da redução. Na última safra, cerca de 1.000 hectares foram perdidos na região por causa da forte estiagem. O extensionista, no entanto, vê possibilidades de incrementar a produção de milho e aponta estratégias. "O potencial para irrigação é subutilizado. Existem alternativas, como a aspersão por tubo enterrado, que é uma opção para pequenas áreas e exige menor consumo de água e de energia", comenta. Para Walfrido, é preciso investir em gestão e tecnologias para garantir maior eficiência produtiva. O pesquisador da Embrapa José Carlos Cruz analisa o perfil da produção de milho na região e destaca que o rendimento médio é de 4.146 quilos por hectare e predominam pequenas lavouras, com baixo nível tecnológico. "Em 80% das propriedades, a colheita ainda é manual; a mecanização é deficitária, sendo que 65% dos agricultores contratam serviços de terceiros para preparo do solo e plantio, há baixa adoção de tecnologias e grande deficiência das condições de armazenamento", explica. O pesquisador aponta algumas tecnologias que devem ser adotadas para aumentar a eficiência produtiva: recuperação da fertilidade do solo (correção de acidez, através do uso de calcário e gesso); adubação orgânica (com aproveitamento da grande quantidade de cama de frango disponível na região); sistema de plantio direto (para melhorar a retenção de água, reduzir os custos de produção e minimizar os riscos com as estiagens); integração lavoura-pecuária-floresta (consorciando o cultivo do milho com a renovação de pastagens); utilização de irrigação; e armazenamento adequado de grãos. José Carlos Cruz defende que é possível aumentar a produção de milho desde que seja adotado um planejamento consistente. "É possível suprir uma parcela mais significativa da demanda, com utilização de tecnologias voltadas para alta produtividade, em áreas onde o relevo favoreça o plantio e a colheita mecânica. E, assim, aumentar a renda obtida pelos agricultores, incentivando a produção em alta escala e a exploração sustentável dos recursos naturais." O pesquisador afirma que é necessário mudar o cenário regional. "As ações deverão levar em conta os investimentos em máquinas e equipamentos agrícolas, assim como em infraestrutura para secagem, beneficiamento e armazenamento de grãos. É preciso ter disponibilidade de crédito para esses investimentos, assistência técnica e, especialmente, produtores aptos e interessados em investir nesse segmento do agronegócio." As oportunidades para o desenvolvimento regional foram tema de painel realizado durante a 6ª Semana de Integração Tecnológica, que ocorreu na Embrapa Milho e Sorgo de 20 a 24 de maio. Na ocasião, políticos, pesquisadores, extensionistas, empresários e produtores rurais debateram gargalos e alternativas para impulsionar o agronegócio na Região Central de Minas.

Controle biológico de pragas ganhará aliado na aviação agrícola

As crescentes infestações de novas pragas e de espécies já comuns aos agricultores nas lavouras de milho, soja e algodão no Brasil – como a Helicoverpa armigera – têm motivado as empresas de pesquisa a concentrar esforços em alternativas de controle biológico e em mudanças no manejo, como a aplicação dos conceitos do MIP (Manejo Integrado de Pragas) e a utilização da área de refúgio em lavouras transgênicas. No entanto, um dos desafios dos pesquisadores é levar às extensas áreas de plantio um agente de controle biológico que apresenta alta eficiência no controle de diversas espécies de pragas: as vespinhas do grupo Trichogramma, um inseto diminuto, mas com alto índice de parasitismo natural. “Até hoje, a aplicação do Trichogramma em grandes áreas se mostrou inviável pela grande demanda por mão de obra, já que as cartelas com os ovos do parasitoide são colocadas manualmente na lavoura do milho”, explica Antônio Álvaro Corsetti Purcino, chefe-geral da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG). Para tentar mudar essa realidade e levar a tecnologia a plantios de grande extensão, a Embrapa, a Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso), a Fundação Mato Grosso, a ABR Controles Biológicos e o Grupo Gianchini, de Cláudia-MT, estão planejando testes de aplicação aérea do Trichogramma em uma área experimental próxima à cidade matogrossense de Cláudia, a cerca de 120 km de Sinop. “Os testes iniciais serão feitos em uma área limpa, sem plantios, para que os pesquisadores verifiquem a distribuição espacial do Trichogramma liberado”, explica Antônio Álvaro. Diferentes metodologias de liberação serão testadas nas próximas semanas. “Estamos na fase de avaliação de qual forma será mais eficiente, pois já sabemos, teoricamente, a quantidade necessária de Trichogramma por hectare”, explica. Ainda segundo Antônio Álvaro, o grupo responsável pela aplicação aérea deverá calibrar fatores como altura do voo, velocidade do avião e abertura do sistema para liberação do Trichogramma. O método de aplicação aérea do Trichogramma pode, inclusive, atuar no controle da mais nova praga das lavouras de milho, a Helicoverpa armigera, em que as ocorrências de maior severidade foram registradas no Oeste da Bahia, causando perdas elevadas na produtividade, mesmo com a aplicação de inseticidas químicos. “Geralmente essa praga fica escondida na espiga sob a palha, e os inseticidas não atingem o inseto. Como o Trichogramma é um inimigo natural da lagarta, o método de controle biológico deverá ser bem mais eficaz”, reforça Antônio Álvaro. “Essa técnica pode aprimorar e muito o controle de pragas no Brasil”, completa. Após as fases de acerto dos testes e da melhor metodologia de aplicação, a tecnologia poderá ser levada ao agricultor. Abaixo, veja as responsabilidades de cada empresa. Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária): detentora da tecnologia sobre a multiplicação e o uso de 17 espécies que controlam diferentes pragas na cultura do milho, sobretudo a lagarta-do-cartucho, a que mais traz prejuízos ao produtor rural brasileiro. Os trabalhos envolvem parasitoides que agem especificamente sobre os causadores de pragas como as lagartas-do-cartucho e da-espiga e o pulgão-do-milho. ABR Controles Biológicos: produção, em escala comercial, das vespinhas do grupo Trichogramma. Grupo Gianchini: grupo produtor de soja e milho com áreas de integração lavoura-pecuária. Será responsável pela liberação aérea do Trichogramma. Parceiros: Aprosoja e Fundação Mato Grosso. Como é feito hoje – Aplicadas manualmente e na maioria das vezes em pequenas lavouras de propriedades familiares, as vespinhas do grupo Trichogramma parasitam os ovos da mariposa impedindo o nascimento e a eclosão das lagartas. Com isso, controlam a praga antes que sejam causados danos à cultura. As vespinhas apresentam eficiência tanto no controle da lagarta-do-cartucho como no controle do complexo de Helicoverpa (zea e armigera). “O alto índice de parasitismo natural de ovos da lagarta-da-espiga indica a adaptação da espécie benéfica ao agroecossistema milho e a real possibilidade de uso também para o controle da nova espécie, H. armigera”, relata Ivan Cruz, pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo. Mais informações: Núcleo de Comunicação Organizacional (NCO) da Embrapa Milho e Sorgo, Unidade da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), vinculada ao Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento): (31) 3027-1905 ou cnpms.nco.geral@embrapa.br .