quinta-feira, 15 de abril de 2010

Brasil se potencializa em exportação de sementes de hortaliça e de flores

Valéria Esteves

Produção de sementes de hortaliça cresce a cada ano no Brasil e no Norte de Minas. Segundo informações da Isla sementes, sua marca alcançou 74% das vendas da empresa no ano passado, sendo elas realizadas dentro do Brasil.
Apenas 26% das vendas foram de sementes importadas. O resultado segue a trajetória ascendente da participação de sementes de produção nacional na comparação com a importada. Nos últimos oito anos, essa relação cresceu 40%.
O número de cultivares que a Isla consegue produzir no Brasil também subiu. Em 1985, a Isla produzia 25 cultivares. Hoje, das 389 cultivares do seu catálogo, já consegue produzir no país 228.
A necessidade de importação vem diminuindo a cada ano graças ao projeto da Isla de buscar a auto-suficiência. Com esse projeto, segundo informações da assessoria de comunicação da empresa, a expectativa é de que a participação da produção nacional e o número de cultivares produzidas no país continuem crescendo. Só devem continuar sendo importadas algumas sementes que, para serem produzidas, necessitam de certas condições climáticas não encontradas no Brasil . É o caso de algumas flores que precisam de frio intenso durante um longo período para que produzam sementes.

O Brasil tem conseguido exportar flores assim como as hortaliças, os temperos de cheiro entre outros.


EM JAÍBA

Os pequenos produtores do Projeto Jaíba, alguns já com o plantio de culturas como alface, jiló, abóbora, pepino, entre outros, em andamento, se mostram satisfeitos com os resultados, sendo que os mesmos acreditam que a produção de sementes tem sido responsável pelos melhores números alcançados e isso se deve a variação de culturas.Vários produtores, como Valdeon Rodrigues, Isaac Martins e Ivo Rodrigues, entre tantos outros dizem ter gostado de experimentar firmar o contrato com empresas de sementes, mesmo porque eles entram com a mão-de-obra e o pagamento da água e da luz gastos na manutenção da lavoura. Em contrapartida a empresa entra com as sementes e os insumos agrícolas. Ao final as sementes passam por um processo de seleção em que só os melhores grãos são escolhidos. Por um lado, a empresa conta com o empenho e a responsabilidade do trabalho familiar. As famílias, por sua vez, recebem toda assistência técnica necessária em todas as fases da produção. A diretora da Isla, Diana Werner, diz que o cultivo de sementes de hortaliças e flores é uma ótima alternativa de renda. - Quando bem executada, a atividade pode render uma receita extra à família ou, em alguns casos, até tornar-se a fonte principal de renda – ressalta.





Ela acredita que a parceria tem tudo para dar certo e que, a partir desse ano, o novo pólo de produção da Isla esteja concretizado em Júlio de Castilhos, Rio Grande do Sul. A última safra aconteceu ainda no mês de março a início de abril. Nos meses seguintes ao período de safra, a empresa bem como as outras que atuam no seguimento e mantém contrato com os agricultores, avaliam o comportamento, a adaptação e a produtividade das cultivares. Se o resultado for positivo, poderá estabelecer um contrato diretamente com os agricultores a partir da safra 2006/07. Nesse caso, haverá ampliação do número de cultivares e das famílias agricultoras, que trabalharão como cooperantes.

Biodiesel: agricultores devem se unir para serem beneficiados pelo selo social

Valéria Esteves

Algumas empresas estão apostando em lançar no mercado produtos que atendam a agricultura familiar. Na Semana do Produtor que acontece até o dia 25, sexta-feira, empresários resolveram trazer um produto que pode ser adquirido por associações ou cooperativas.
Para o empresário Antônio Carlos Reinholz da Scott Tech Brasil, empresa de Vinhedo, São Paulo, a semana do produtor é também oportunidade de produtor, classe acadêmica e demais agentes da cadeia produtiva do agronegócio conhecerem o que tem de novo no mercado que favoreça desde o pequeno ao grande produtor.
Em um dos stands, que por sinal tem atraído a atenção de quem visita a Semana, a máquina de extração de óleo tem dado o que falar. A máquina é capaz de extrair o óleo e ainda aproveitar a torta para ração animal.
- Nesse caso o produtor vai agregar valor ao produto com baixo investimento e, ainda, ele não venderá a matéria-prima para vender produto tecnológico sem precisar capacitar mão-de-obra. A máquina é muito fácil de manusear, daí a facilidade, explica Antônio Reinholz.


Esmagadoras de oleaginosas atraem público
na 18ª Semana do Produtor

Na verdade, a máquina que é uma prensa de extração de óleo vegetal pode agregar valor e gerar renda às famílias agricultoras. Como a posição do governo federal é favorecer a agricultura familiar com a produção de biodiesel, as cooperativas vão precisar montar ou estarem vinculados de alguma maneira a uma esmagadora das oleaginosas. Há projetos que visam a construção de mini-esmagadoras no Norte de Minas, o que pode facilitar a vida de muitos produtores.
A máquina que extrai óleo custa cerca de R$ 22 mil, sendo que processa até 60 quilos por hora. A empresa ainda dispõe de outros maquinários que atendem a necessidade de quem precisa processar até 2,500 quilos por hora, o custo é um pouco maior, R$ 300 mil.
COOPERATIVAS
Segundo informações do governo, a formação de cooperativas é fundamental para que os agricultores se mobilizem e formem associações e cooperativas. As esmagadoras vão funcionar justamente para aproveitar a torta das oleaginosas e isso pode significar ganho já que o óleo será comercializado com a Petrobras.
Na edição de ontem, nossa reportagem falou de como acontecerá a inclusão social dentro da cadeia produtiva do biodiesel. Na entrevista com a coordenadora de biocombustíveis do ministério do Desenvolvimento Agrário, Edna de Cássia Carmelo e com o gerente de implantação do projeto de biodiesel em Montes Claros, Júlio Cezar Monteiro Lopes ficou perceptível que a hora é de não perder o calendário agrícola da região. Edna ainda falou de toda a cadeia produtiva se mobilizar para preparar as áreas para o plantio e agilizar o processo como aconteceu na Bahia e no Ceará.
Júlio Cezar ainda conta que a Petrobras acredita que a exemplo do que já acontece com a Petrovasf e os agricultores em Itacarambi no processo de compra e venda da mamona, deve acontecer com a estatal na região. Há três anos a Petrovasf trabalha processando o óleo da mamona em Itacarambi e tem dado certo. Lá a empresa paga cerca de R$ 0,56 pelo quilo do grão sendo que a previsão da estatal é que se pague pelo menos R$0,60 pelo quilo do grão da mamona para processar biodiesel na usina.
Nessa safra de 2006/07 a Petrobras assumiu a posição de comprar os grãos dos estados do Ceará e da Bahia, mas a proposta da estatal é comprar apenas óleo em 2008; conforme informou o gerente.
Com essa possibilidade, os produtores realmente devem se ater a fortalecer suas bases para serem beneficiados com o selo social do biodiesel

Consumo de carne será destaque no Agrinvest: informações de ponta vão incrementar a segunda etapa de evento que ganhou espaço na região

Valéria Esteves

Bovinocultura de ponta, biodiesel, gestão de florestas e fruticultura serão temas de debates do II Agrinvest - Investimentos em agronegócios. Tendo como organizadores a Epamig - Empresa de pesquisa agropecuária e a universidade federal de Viçosa, a programação prevê a apresentação de workshops quando serão detalhados os temas a serem defendidos nos dois dias evento. Nesse ano, o Agrinvest ou Seminário de negociações estratégicas acontece nos dias 31 de agosto e primeiro de setembro.


Mercado brasileiro da carne pode voltar a faturar se a União Européia
retirar embargos (foto: Wilson Medeiros)


O consultor alemão, Klaus Trader vai defender o tema bovinocultura e mostrar as estratégias de mercado externo entre outros vários impulsores de melhoria da carne. Leandro Bovo, gerente administrativo do Sic - Serviço de informação da carne também deve defender o mercado da carne. Ele, que participou da primeira etapa do Agrinvest, no ano passado, apresentará dados novos sobre a expansão do mercado, apesar de a crise da febre aftosa ter balançado o setor devido aos embargos concedidos pelos países consumidores do produto.

CONFERÊNCIA

Até o dia 17 deste mês, próxima segunda-feira, a União Européia, principal importador de carne bovina do Brasil visita os frigoríficos brasileiros. A visita que se dará em 4 estados: Mato Grosso, Goiás, Paraná e São Paulo, vai avaliar as condições sanitárias do rebanho brasileiro. Em Goiás e Mato Grosso eles verificarão o trabalho dos grupos responsáveis pela inspeção e saúde pública. Vinte e cinco países da UE suspenderam as importações de carne bovina fornecida pelo Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná e, agora, querem se certificar se o surto da febre aftosa passou.
A tendência é que os embargos sejam retirados, e assim, as expectativas quanto ao crescimento das exportações da carne bovina devem acontecer.
No último semestre de 2005, o setor de exportações de carne registrou cerca de 1,42 bilhão de dólares, 31% a mais que o total de 1,08 bilhão dos primeiros seis meses do ano passado.
Leandro Bovo acredita que é preciso que o próprio pecuarista valorize mais o seu produto.
- A primeira coisa é esquecermos esse dito: carne de primeira e carne de segunda. Não existe isso, pelo contrário, isso é uma forma de desvalorizar o produto. O certo é colocar para o consumidor que existe carne da parte dianteira e traseira do boi.

COMER FAZ BEM

Durante sua palestra em 2005, no evento, Leandro Bovo falou ainda dos mitos referentes ao consumo da carne como, por exemplo: a carne faz o homem ficar nervoso. Sobre os mitos ele lembra que o cardiologista e nutrólogo, Daniel Magnoni do Incor - Instituto do Coração, e membro do Sic reforça que, ao contrário do que muitos pensam, a carne não é a vilã da alimentação saudável, nem o principal carregador da gordura saturada, que faz mal ao coração.
- A carne bovina é uma fonte rica em proteína, um dos componentes principais de uma dieta balanceada. O que temos que fazer é o mar-keting do nosso produto, já que ele é tão consumido dentro e fora do Brasil - diz.
Para os organizadores o desafio em se realizar um evento como o Agrinvest é criar e impulsionar a criação de ambientes de negócios para promover o desenvolvimento do setor econômico do Norte de Minas.
Nos dois dias de evento, os participantes terão acesso a novas técnicas, esclarecendo dúvidas com os profissionais já inseridos no mercado, caso experimentado por grandes frigoríficos e por exportadores de frutas que estarão presentes e falando do que é preciso para atender à demanda de mercado de cada produto.

Apoio à pesquisa: BNB só vai liberar linhas de crédito para a produção de oleaginosas depois de do aval da Epamig

Valéria Esteves

A pesquisa deve vir à frente da produção no campo, diz, Marco Antônio Viana Leite, chefe do Centro tecnológico da Epamig/Norte de Minas. A intenção das pesquisas da Epamig, conforme relata Marco Antônio, é justamente atender as demandas dos produtores. Como eles fazem copiando os seus vizinhos de propriedade quando a produção do mesmo deu certo, mas de uma maneira embasada, explica.
Com vistas à ascensão da bioenergia no Norte de Minas e especialmente no Projeto Jaíba, os órgãos de pesquisa têm se antenado para apostar na matriz energética que melhor renda dará ao produtor rural.



Há que se lembrar que alguns produtores já têm uma quantidade significativa de hectares de pinhão manso e mamona em suas propriedades. Para a Petrobras, essa iniciativa é prova de que, pelo menos com a produção de mamona, será possível se engrenar uma viabilidade econômica de produção para agricultura familiar.
O Banco do Nordeste, segundo o superintendente Nilo Meira, só vai liberar linhas de crédito a partir do momento em que a Epamig anunciar qual a matriz energética que oferece segurança para se investir.
- O banco financia inclusive as pesquisas da Epamig, que vão dizer em qual oleaginosa o banco deve apostar, para liberar crédito - diz.
Todos os anos o BNB, por meio do Fundeci- Fundo de Desenvolvimento científico e tecnológico, apóia projetos de pesquisa em toda sua área de atuação. Em Minas Gerais, conforme comunicou a assessoria do banco, entidades de pesquisa, como as universidades e a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais sempre têm seus projetos aprovados e custeados em parte pelo Fundeci.
- Desde 1971, com a criação do Fundeci, o BNB vem apoiando a realização de pesquisas tecnológicas e a difusão de seus resultados. Ciente da importância dessas atividades para o desenvolvimento regional e para a sustentabilidade dos empreendimentos financiados, o banco já apoiou 1.411 projetos, injetando cerca de R$ 194,5 milhões em toda a região, afirma o BNB.
O banco recebeu 326 propostas de projetos que concorrerão aos recursos do Fundo de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, que destinará R$ 3,6 milhões não-reembolsáveis a iniciativas de pesquisa e difusão tecnológica na área de atuação do banco.

ADESÃO AO FUNDECI

A apresentação das propostas para os cinco avisos lançados pelo BNB foi realizada no período de 25 de junho a 13 de agosto desse ano, gerando uma demanda de recursos da ordem de R$ 20 milhões.
Conforme a assessoria de comunicação do banco, o setor de agroenergia foi o maior demandador de propostas (96 projetos e R$ 6,5 milhões em demanda), seguido de agricultura familiar e convivência com o semi-árido (92 e R$ 5,7 milhões), ovinocaprinocultura (76 e R$ 3,9 milhões), grãos (34 e R$ 2,1 milhões) e apicultura (28 e R$ 1,6 milhão).
De acordo com o edital, o Banco disponibilizará R$ 3,6 milhões para apoio a projetos de P&D relacionados às áreas de agroenergia (R$ 1 milhão), produção de grãos (R$ 800 mil), apicultura (R$ 400 mil), ovinocaprinocultura (R$ 600 mil), e agricultura familiar e de convivência com o semi-árido (R$ 800 mil).
Os recursos são provenientes do Fundeci, administrado pelo Etene- Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste. Os projetos inscritos serão agora submetidos a uma pré-seleção, seguindo os critérios adotados nos respectivos editais. A divulgação do resultado da pré-seleção, para os cinco Avisos, se dará até o dia 14 de setembro de 2007.
O foco dos projetos é o desenvolvimento da área de atuação do BNB, e tem evoluído no incentivo da participação do setor produtivo e de todas as parcerias que otimizem a utilização dos recursos disponíveis. Busca-se, assim, a valorização de pesquisas e difusão de tecnologias inovadoras que tenham reconhecida importância para o aproveitamento das potencialidades regionais e o incremento da sustentabilidade dos empreendimentos, conclui a assessoria da superintendência.

EMBRAPA MAIS ATUANTE NA REGIÃO

Embrapa/Milho e Sorgo - Empresa brasileira de pesquisa agropecuária passa a atuar mais no Norte de Minas. Desde essa quarta-feira, os pesquisadores da Empresa participam, em Janaúba e Nova Porteirinha, do I Simpósio de Pesquisa em Ciências Agrárias no Semi-Árido Mineiro.
O objetivo é divulgar os resultados de pesquisas realizadas em universidades da região e promover a integração dos profissionais que atuam no meio rural.
Segundo informou a assessoria da Embrapa, o pesquisador Ricardo Augusto Lopes Brito falou ontem sobre o tema Disponibilidade e produtividade da água: desafio para o século XXI. O Semi-Árido sofre com problemas de concentração de chuvas em determinados períodos do ano, o que leva a população a conviver com períodos de seca que comprometem a produção agropecuária. Saber utilizar e conservar a água, portanto, é uma estratégia que deve ser adotada pelos moradores da região.
O simpósio é uma promoção de três universidades públicas que atuam na região: a Unimontes - Universidade Estadual de Montes Claros, que mantém um campus em Janaúba; A UFMG-Universidade Federal de Minas Gerais, que tem seu Núcleo de Ciências Agrárias no Norte mineiro; e a UFVJM -Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. Além da Embrapa Milho e Sorgo, a Embrapa Semi-Árido (Petrolina-PE) participará do evento com duas palestras.
Mas os pesquisadores da Embrapa ainda continuam no Norte de Minas até o próximo dia 31. Fredolino Giacomini dos Santos e José Avelino Santos Rodrigues participarão do Encontro Técnico das Culturas da Cana e do Sorgo. O evento será na Fazenda Experimental da Epamig- Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais em Jaíba. Os pesquisadores da Embrapa discutirão as tecnologias de produção de silagem de sorgo com alta qualidade. Haverá uma palestra sobre o assunto e, logo depois, Fredolino será um dos debatedores do tema junto com representantes da Unimontes e da Epamig; José Avelino será o moderador da discussão.
- A cultura do sorgo é uma das que mais se adaptam às características naturais do norte mineiro. Mais resistente do que outras culturas agrícolas quanto à falta de água no solo, o sorgo tem grande potencial de desenvolvimento na região. Em parceria com diversas instituições públicas e privadas, a Embrapa vem incentivando a cultura do sorgo no Norte do estado. A empresa, em seu programa de melhoramento genético, já desenvolveu cultivares de sorgo que se adaptam bem ao semi-árido, não só mineiro, como também da região Nordeste do país - conclui a Embrapa.
A realização do encontro técnico em Jaíba é da Epamig.