quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Lavradores migram do Norte para o Noroeste de Minas, mas são 'perseguidos' pela seca

Confiantes na fama de celeiro do Noroeste, famílias que deixaram terras áridas em busca de vida melhor na região são vítimas do avanço da desertificação
Mateus Parreira, Estado de Minas Publicação: 17/09/2013
Dom Bosco – Foi com muito sofrimento que o lavrador Wellington Inácio Siqueira, de 30 anos, aprendeu como sobreviver à aridez da estiagem do Norte de Minas, entre as cidades de São Francisco e Pintópolis, onde o gado magro engana a fome comendo cactos de palma picada e a água viaja em baldes na cabeça do sertanejo ou no lombo de jegues. Logo cedo ele se tornou chefe de família, aos 15 anos – o que é comum naquelas bandas. Foi quando nasceu Camila, sua primogênita. Wellington procurou emprego fixo nas fazendas e engenhos, mas a pouca idade e as dificuldades que a seca impunha aos fazendeiros o fizeram tomar o rumo dos flagelados do semiárido. Com três filhos e a mulher, deixou a terra natal e seguiu estrada afora, sujeitando-se a trabalhos temporários, de sol a sol, em péssimas condições de alojamento e alimentação. "Ganhava mal e trabalhava muito, mas só assim trazia o pão e o feijão para casa", lembra. A família passou seis anos vivendo à beira de rodovias, até que uma notícia lhes trouxe esperanças de sair da miséria. Foram selecionados para o Assentamento Novo Progresso, do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), no município de Dom Bosco, no Noroeste do estado. Estavam esperançosos, pois trocariam as dificuldades do Norte de Minas por uma nova chance nas terras férteis do Noroeste, o maior produtor de grãos de Minas, onde prosperavam fazendeiros vindos de várias regiões do Brasil. Mas não era nada disso que o destino reservava para os cinco retirantes. Como um flagelo que os persegue, a falta de chuvas e a degradação dos solos atingiu também a área onde receberam um terreno para cultivar, ao lado de outras 39 famílias de origens diversas. "Nossos poços artesianos secaram. É preciso viajar três quilômetros para encher os tambores d'água. Não podemos plantar hortas e nem uma roça de feijão aqui vinga, por causa da seca. Viemos procurar o melhor. Mas, infelizmente, aqui não é melhor", desabafa.A situação de Wellington e de sua família ilustra como o desmatamento e o manejo predatório do solo, somados às mudanças nos regimes de chuvas e no clima, tornaram o Noroeste de Minas a nova fronteira da sede no estado. Quem vive da terra em cidades como Arinos, Bonfinópolis de Minas, Buritis, Dom Bosco, Formoso e Urucuia já convive até com o processo mais grave de degradação dos solos, a desertificação, que pensava-se estar restrita às áreas do semiárido, como o Norte de Minas. De acordo com levantamentos do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Urucuia, que abrange a região, pelo menos 180 mil hectares – uma área equivalente a três vezes a capital mineira – encontram-se em estágios diferentes de desertificação, como mostra desde domingo a série de reportagens do Estado de Minas. A desertificação fulminou as nascentes que corriam próximas ao assentamento Novo Progresso. De acordo com a Prefeitura de Dom Bosco, as precipitações, que chegavam à marca anual de 1.200 milímetros, em menos de uma década já não passam mais de 900 milímetros, próximo do nível do semiárido, que é de 800mm. "Além de escassas, as chuvas encontram o solo muito degradado e, em vez de penetrar na terra para abastecer os lençóis freáticos, viram enxurradas e destroem ainda mais os terrenos. Em muitas dessas terras não nasce mais nada que se planta e por isso são abandonadas", afirma o secretário de Agricultura e Meio Ambiente de Dom Bosco, Marcus Vinícius Pereira. Por isso, não adianta mais furar poços nas propriedades rurais do assentamento. O único local que as 40 famílias dispõem para conseguir água é um poço artesiano perfurado pelo Incra e mantido pela prefeitura, mas que tem diversos problemas. A água fica estocada em uma caixa-d’água enferrujada, que precisa de limpeza. Por causa da falta de energia, que de acordo com os moradores é frequente, a água deixa de ser puxada pela bomba. Na frente do reservatório, os colonos fazem fila com baldes nas mãos. Quem mora mais perto traz seus vasilhames em carrinhos de mão e sobre a cabeça. Moradores mais distantes usam carroças e carros de boi, revivendo cenas típicas do Norte de Minas. As crianças do assentamento têm em comum, além dos bodoques que trazem enfiados nas bermudas, a determinação de ajudar os pais, seja puxando as carroças com tonéis de água ou na roça. Forjado no semiárido, Wellington ainda tem força de vontade para atitudes que para muitos parecem desesperadas, como escavar o fundo ainda úmido de uma das cacimbas que a comunidade perfurou para reter a água das chuvas para o gado beber. Debaixo das placas de barro rachado ele ainda encontra uma lama úmida que os bois magros lambem para não morrer de sede, recurso que só os sertanejos experimentados ainda conhecem. De acordo com o Incra, o poço do assentamento Novo Progresso tem vazão de 16.600 litros/hora e serve a 42 famílias. “Uma licitação encontra-se em fase de elaboração do projeto básico para contratação de serviços em várias regiões, inclusive o Norte de Minas, para atender cerca de 600 famílias”, afirmou o instituto, em nota.

Avanço da desertificação aumenta drama dos agricultores que já sofrem com estiagem

Norte de Minas é região do semiárido onde mudanças climáticas têm maior efeito
Luiz Ribeiro Publicação: 17/09/2013 06:00 Atualização: 17/09/2013 07:23
Francisco Sá, Montes Claros, São João da Lagoa e Verdelândia – O pequeno agricultor Valdionor Alves Moreira, de 63 anos, da localidade de Canabrava, em Francisco Sá, no Norte de Minas, sempre sofreu com as estiagens prolongadas que castigam a região. Mas além da "má vontade de São Pedro", lavouras perdidas, falta de pasto e dificuldade para conseguir água, Valdionor passou a conviver com outro problema: o desaparecimento completo da vegetação em áreas do terreno onde mora. Da sua casa, de onde se via uma paisagem carregada de plantas nativas. Hoje, é um morro limpo, com marcas de erosão. "Para mim isso é o fim dos tempos", lamenta. O drama do pequeno produtor de Francisco Sá expõe um fenômeno que cada vez mais desperta a atenção das autoridades e dos ambientalistas: o início do processo de desertificação. Um problema que preocupa a Organização das Nações Unidas (ONU) desde 2010, uma vez que mais de um bilhão de pessoas estão com a subsistência ameaçada pela desertificação. Conter a ameaça é uma das metas da ONU, com a campanha "Década para os desertos e a luta contra a desertificação".No caso do Norte de Minas, a preocupação é ainda maior pelo fato de a região fazer parte do semiárido brasileiro, que tende a sofrer mais com os efeitos das mudanças climáticas que já vem sendo observada há muito tempo. Estudos apontam que, além de Francisco Sá, foram verificados locais com processos mais intensos de devastação e sinais de desertificação, segundo especialistas, devido à seca, desmatamento, monocultura de eucalipto, retirada irregular de areia e outras formas de degradação ambiental. "Existem áreas no Norte de Minas que estão propensas à desertificação, por conta do avançado processo de degradação", afirma o professor Expedito José Ferreira, do Departamento de Geociências da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). Ele disse que estudos realizados pela instituição indicaram locais com riscos de desertificação, especialmente em Francisco Sá, Montalvânia, Monte Azul e Espinosa. O fenômeno também é verificado em Araçuaí e Itinga, no Vale do Jequitinhonha. "Estamos com processo de degradação ambiental elevada em diversas áreas que levam para desertificação", observa Expedito José Ferreira, lembrando que o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) considera comprometidas pelo fenômeno "as regiões que se caracterizam pela perda do potencial biológico, em condições semelhantes aos desertos já conhecidos no mundo". O especialista aponta como causas da degradação a erosão acelerada, desmatamento (principalmente de matas ciliares), poluição e assoreamento das nascentes e dos rios. "Quando se retira a cobertura vegetal, o solo fica mais exposto às intempéries. A cada ano, observamos o avanço desse processo com maior intensidade, o que demonstra a necessidade de maior atenção com medidas mitigadoras para conter a desertificação", avalia Ferreira. REPLANTIO EM VÃO Vizinho de Valdionor, o também agricultor José Rodrigues Fernandes Júnior convive com os "peladores" na propriedade de sua família, que tem 75 hectares. "Para mim, isso é conseqüência do desmatamento", afirma. "Há uma parte do nosso terreno onde já tentamos recuperar duas ou três vezes, arando a terra e plantando capim. Mas a gente planta e não nasce nada", reclama. O processo de degradação e tendência de desertificação é verificado também em Espinosa, um dos municípios do Norte de Minas mais castigados pelas secas, situado na divisa com a Bahia. "O processo vem se intensificando cada vez mais em Espinosa, com o secamento de rios e córregos e formação de voçorocas (erosão), algumas delas com cinco metros de profundidade e 12 metros de largura", relata Marco Aurélio Tolentino, ex-secretário de Agricultura do município. Em Espinosa e em Monte Azul as chuvas anuais diminuíram, fenômeno que a ONU/Pnud também considera como um fator preocupante das mudanças climáticas que representa riscos de desertificação. "Há registros de seca no município desde 1899. Mas a partir de 1975, a escassez de chuvas se intensificou. Existem algumas localidades do município onde o índice pluviométrico é de apenas 300 milímetros ou até 380 milímetros por ano. A produção de mantimentos caiu 70%", observa Marco Aurélio. "De uns tempos para cá, as coisas foram arruinando. Chove muito pouco e rios e córregos secaram. A gente não consegue colher mais nada”, conta Laura Pereira da Silva, de 54 anos, moradora da localidade de Passagem das Canoas, a 110 quilômetros de Espinosa. Ela lembra que o Rio Verde Pequeno, que passa pelo lugar, corria caudaloso o ano inteiro e hoje está seco. “Aqui é chamado de Passagem das Canoas porque só era possível atravessar o rio de canoa. Hoje, praticamente, a gente nem vê direito o sinal de onde passava a água do rio", descreve a mulher.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Montes Claros comemora 156 anos

Feliz aniversário, Montes Claros! Minha querida e princesa Montes Claros, que saudades! - Hoje mais uma data importante, num cenário diferente do tempo em que ensinava- me a dar meus primeiros passos, e graças a Deus, seu povo começa a ver com olhos próprios e não através da lente de algum falso mentor. O mais interessante é que continuo com a mesma paixão de dantes e você minha amada, ainda guarda as belas festas de Agosto que tanto me fizeram sorrir. Fostes minha companhia, e todas as horas que precisei de um abrigo, amigo, um acalento e oportunidade de olhar pelas estradas reais lá estava você, indicando- me a direção que poderia tomar. Mesmo de longe ainda sinto seus ares de julho como se estivesse adormecido em teu seio e acordado mais calma. Mas, hoje logo cedo, quando me dei conta de que o berço que havia acordado não era o teu, um acesso de ansiedade tomou conta de meu corpo. Era a falta de seu abraço aquecedor com resquícios de saudade. Contudo, carrego em mim a vontade de revê-la em breve. Tenha certeza amada que em meus sonhos mais ternos nossos caminhos sempre se encontram. De uma repatriada saudosa e nostálgica! Valéria Esteves Filha de coração do Arraial das Formigas

Região Central de Minas precisa aumentar produção de grãos

Atender a uma demanda de aproximadamente um milhão de toneladas de milho por ano. Esse é o desafio colocado para a região de Sete Lagoas-MG. Enquanto cresce o consumo de grãos pelas empresas instaladas na região, a área plantada com milho foi reduzida cerca de 60% nos últimos dez anos e o cereal tem sido importado de outros estados, como Goiás e Mato Grosso.
"É preciso que a gente se prepare para 'mineirizar' esse milho. Devemos ter produção que atenda a demanda local. Fácil não é, mas não é impossível. Temos um grande potencial a ser explorado", afirma o prefeito de Sete Lagoas Márcio Reinaldo Moreira. O prefeito atualmente é presidente da Amav (Associação dos Municípios da Microrregião do Alto Rio das Velhas). Segundo ele, a entidade se prepara para atuar como agência de fomento. Márcio Reinaldo destaca que em Sete Lagoas as empresas Agrogen, Elma Chips e Ambev já apresentam uma demanda anual que supera um milhão de toneladas de milho e o consumo local deve aumentar com a provável instalação de uma fábrica de ração da Itambé no município. "É importante a gente ter um bom projeto, com contratos específicos com esses grupos empresariais. Devemos contar com a participação dos bancos, da Secretaria de Estado e do Ministério da Agricultura", completa. O coordenador técnico regional de culturas da Emater-MG em Sete Lagoas Walfrido Machado acompanha a produção agrícola em 27 municípios. Em levantamento, ele constatou que a área plantada com milho na região em 2002 era de 22.500 hectares. Já, no ano de 2012, a área havia decrescido para 9.600 hectares. Walfrido avalia que o risco de perdas com a cultura é a principal causa da redução. Na última safra, cerca de 1.000 hectares foram perdidos na região por causa da forte estiagem. O extensionista, no entanto, vê possibilidades de incrementar a produção de milho e aponta estratégias. "O potencial para irrigação é subutilizado. Existem alternativas, como a aspersão por tubo enterrado, que é uma opção para pequenas áreas e exige menor consumo de água e de energia", comenta. Para Walfrido, é preciso investir em gestão e tecnologias para garantir maior eficiência produtiva. O pesquisador da Embrapa José Carlos Cruz analisa o perfil da produção de milho na região e destaca que o rendimento médio é de 4.146 quilos por hectare e predominam pequenas lavouras, com baixo nível tecnológico. "Em 80% das propriedades, a colheita ainda é manual; a mecanização é deficitária, sendo que 65% dos agricultores contratam serviços de terceiros para preparo do solo e plantio, há baixa adoção de tecnologias e grande deficiência das condições de armazenamento", explica. O pesquisador aponta algumas tecnologias que devem ser adotadas para aumentar a eficiência produtiva: recuperação da fertilidade do solo (correção de acidez, através do uso de calcário e gesso); adubação orgânica (com aproveitamento da grande quantidade de cama de frango disponível na região); sistema de plantio direto (para melhorar a retenção de água, reduzir os custos de produção e minimizar os riscos com as estiagens); integração lavoura-pecuária-floresta (consorciando o cultivo do milho com a renovação de pastagens); utilização de irrigação; e armazenamento adequado de grãos. José Carlos Cruz defende que é possível aumentar a produção de milho desde que seja adotado um planejamento consistente. "É possível suprir uma parcela mais significativa da demanda, com utilização de tecnologias voltadas para alta produtividade, em áreas onde o relevo favoreça o plantio e a colheita mecânica. E, assim, aumentar a renda obtida pelos agricultores, incentivando a produção em alta escala e a exploração sustentável dos recursos naturais." O pesquisador afirma que é necessário mudar o cenário regional. "As ações deverão levar em conta os investimentos em máquinas e equipamentos agrícolas, assim como em infraestrutura para secagem, beneficiamento e armazenamento de grãos. É preciso ter disponibilidade de crédito para esses investimentos, assistência técnica e, especialmente, produtores aptos e interessados em investir nesse segmento do agronegócio." As oportunidades para o desenvolvimento regional foram tema de painel realizado durante a 6ª Semana de Integração Tecnológica, que ocorreu na Embrapa Milho e Sorgo de 20 a 24 de maio. Na ocasião, políticos, pesquisadores, extensionistas, empresários e produtores rurais debateram gargalos e alternativas para impulsionar o agronegócio na Região Central de Minas.

Controle biológico de pragas ganhará aliado na aviação agrícola

As crescentes infestações de novas pragas e de espécies já comuns aos agricultores nas lavouras de milho, soja e algodão no Brasil – como a Helicoverpa armigera – têm motivado as empresas de pesquisa a concentrar esforços em alternativas de controle biológico e em mudanças no manejo, como a aplicação dos conceitos do MIP (Manejo Integrado de Pragas) e a utilização da área de refúgio em lavouras transgênicas. No entanto, um dos desafios dos pesquisadores é levar às extensas áreas de plantio um agente de controle biológico que apresenta alta eficiência no controle de diversas espécies de pragas: as vespinhas do grupo Trichogramma, um inseto diminuto, mas com alto índice de parasitismo natural. “Até hoje, a aplicação do Trichogramma em grandes áreas se mostrou inviável pela grande demanda por mão de obra, já que as cartelas com os ovos do parasitoide são colocadas manualmente na lavoura do milho”, explica Antônio Álvaro Corsetti Purcino, chefe-geral da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG). Para tentar mudar essa realidade e levar a tecnologia a plantios de grande extensão, a Embrapa, a Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso), a Fundação Mato Grosso, a ABR Controles Biológicos e o Grupo Gianchini, de Cláudia-MT, estão planejando testes de aplicação aérea do Trichogramma em uma área experimental próxima à cidade matogrossense de Cláudia, a cerca de 120 km de Sinop. “Os testes iniciais serão feitos em uma área limpa, sem plantios, para que os pesquisadores verifiquem a distribuição espacial do Trichogramma liberado”, explica Antônio Álvaro. Diferentes metodologias de liberação serão testadas nas próximas semanas. “Estamos na fase de avaliação de qual forma será mais eficiente, pois já sabemos, teoricamente, a quantidade necessária de Trichogramma por hectare”, explica. Ainda segundo Antônio Álvaro, o grupo responsável pela aplicação aérea deverá calibrar fatores como altura do voo, velocidade do avião e abertura do sistema para liberação do Trichogramma. O método de aplicação aérea do Trichogramma pode, inclusive, atuar no controle da mais nova praga das lavouras de milho, a Helicoverpa armigera, em que as ocorrências de maior severidade foram registradas no Oeste da Bahia, causando perdas elevadas na produtividade, mesmo com a aplicação de inseticidas químicos. “Geralmente essa praga fica escondida na espiga sob a palha, e os inseticidas não atingem o inseto. Como o Trichogramma é um inimigo natural da lagarta, o método de controle biológico deverá ser bem mais eficaz”, reforça Antônio Álvaro. “Essa técnica pode aprimorar e muito o controle de pragas no Brasil”, completa. Após as fases de acerto dos testes e da melhor metodologia de aplicação, a tecnologia poderá ser levada ao agricultor. Abaixo, veja as responsabilidades de cada empresa. Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária): detentora da tecnologia sobre a multiplicação e o uso de 17 espécies que controlam diferentes pragas na cultura do milho, sobretudo a lagarta-do-cartucho, a que mais traz prejuízos ao produtor rural brasileiro. Os trabalhos envolvem parasitoides que agem especificamente sobre os causadores de pragas como as lagartas-do-cartucho e da-espiga e o pulgão-do-milho. ABR Controles Biológicos: produção, em escala comercial, das vespinhas do grupo Trichogramma. Grupo Gianchini: grupo produtor de soja e milho com áreas de integração lavoura-pecuária. Será responsável pela liberação aérea do Trichogramma. Parceiros: Aprosoja e Fundação Mato Grosso. Como é feito hoje – Aplicadas manualmente e na maioria das vezes em pequenas lavouras de propriedades familiares, as vespinhas do grupo Trichogramma parasitam os ovos da mariposa impedindo o nascimento e a eclosão das lagartas. Com isso, controlam a praga antes que sejam causados danos à cultura. As vespinhas apresentam eficiência tanto no controle da lagarta-do-cartucho como no controle do complexo de Helicoverpa (zea e armigera). “O alto índice de parasitismo natural de ovos da lagarta-da-espiga indica a adaptação da espécie benéfica ao agroecossistema milho e a real possibilidade de uso também para o controle da nova espécie, H. armigera”, relata Ivan Cruz, pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo. Mais informações: Núcleo de Comunicação Organizacional (NCO) da Embrapa Milho e Sorgo, Unidade da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), vinculada ao Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento): (31) 3027-1905 ou cnpms.nco.geral@embrapa.br .

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Plano Safra 2013/2014 disponibiliza R$ 1,8 bilhão para Banco do Nordeste aplicar na agricultura familiar

Plano Safra 2013/2014 disponibiliza R$ 1,8 bilhão para Banco do Nordeste aplicar na agricultura familiar Salvador (BA), 07 de junho de 2013 – Lançado pelo Governo Federal, na manhã desta quinta-feira, 6 de junho, em Brasília (DF), o Plano Safra da Agricultura Familiar 2013/2014 disponibilizou R$ 1,8 bilhão para o Banco do Nordeste aplicar na agricultura familiar. O montante representa um crescimento de 25% em relação à meta do plano anterior (R$ 1,5 bilhão). O BNB responde por 92% do crédito para o setor em sua área de atuação. Durante seu discurso, a presidenta da República, Dilma Rousseff, destacou o apoio do Banco do Nordeste à política nacional de microcrédito produtivo e orientado, por meio do Programa Agroamigo. “Assim como o BNB faz na zona urbana, faz na zona rural, junto às mulheres e jovens agricultores. Essa política possibilita que utilizemos o sistema financeiro não só como emprestador de dinheiro, mas também como garantidor do acompanhamento desse processo. Eu sei que o pequeno agricultor agora tem vez e voz no Brasil”, afirmou. Segundo o presidente do Banco do Nordeste, Ary Joel Lanzarin, o Agroamigo é o maior programa de microfinanças rural da América do Sul, com crédito orientado e acompanhado. “É uma experiência pioneira e exitosa, integrada a políticas e programas governamentais, como Plano Brasil sem Miséria e Bolsa Família”, afirma. Ele também destaca a grande participação das mulheres na carteira ativa do programa, bem como o foco na inclusão financeira e conscientização ambiental dos microempreendedores. Em todo o Brasil, o atual Plano Safra tem a meta de investir R$ 39 bilhões. Desse montante, R$ 21 bilhões serão para financiamentos através do Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Neste ano, os limites para o enquadramento no Pronaf foram ampliados, tanto para operações de custeio, quanto nas de investimento. Agora, por exemplo, as famílias com renda de até R$ 360 mil no último ano poderão contratar o crédito no âmbito do Pronaf e, assim, investir na produção.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Navio com milho argentino atraca hoje em Salvador

Brasília, 17 - O navio com 20 mil toneladas de milho argentino, compradas pelo governo brasileiro para alimentar os rebanhos de pequenos criadores atingidos pela seca na Bahia, atraca na próxima quarta-feira, 22, no porto de Salvador. A compra do milho foi feita pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) por meio de leilão público. A Nidera Sementes, subsidiária da trading holandesa do mesmo nome, quando arrematou o lote, pretendia entregar milho depositado em Luis Eduardo Magalhães (BA), mas optou por buscar milho na Argentina por causa da enorme fila de caminhões para embarque de soja no porto baiano. Segundo a empresa, mesmo com a importação o custo da operação foi o mesmo. O governo comprou 83 mil toneladas de milho a granel com frente incluso e descarga nos portos nordestinos, que serão doadas aos governos estaduais para venda a preços subsidiados nos municípios do semiárido. Um lote de 30 mil toneladas foi arrematado pela Coamo, cooperativa de Campo Mourão (PR), para desembarque até 13 de junho no porto de Recife. Outro lote de 25 mil foi arrematado pelo Grupo Getúlio Viana, empresa de Primavera do Leste (MT), para entrega até 18 de junho em Pernambuco. A intenção inicial era comprar 103 mil toneladas a granel, mas não houve interesse das tradings na venda de um lote de 28 mil toneladas, sendo 16 mil para entrega na Paraíba e outras 12 mil toneladas no Rio Grande do Norte. Na próxima quarta-feira o governo realiza um novo leilão para compra das 28 mil toneladas, mas desta vez a entrega do cereal já ensacado será feita por caminhões diretamente nos postos de distribuição da Conab dos municípios atingidos pela seca. O leilão de milho ensacado para o Rio Grande do Norte e Paraíba teve uma mudança em relação aos anteriores, que é a entrega do cereal sobre rodas. A responsabilidade do desembarque agora será da própria Conab, para reduzir o custo de descarga, pois os sindicatos de trabalhadores braçais cobram R$ 1,50 pela retirada de cada saca de milho dos caminhões. O milho chega ao Nordeste por R$ 40/saca, em média, e é vendido aos criadores por R$ 18,12/saca em lotes de até 3 toneladas e a R$ 21/saca até 6 toneladas. Fonte: Estadão Conteúdo