segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Recessão nos EUA durou 18 meses, estabelece comitê

Período de declínio econômico foi o maior desde a II Guerra Mundial.

A recessão econômica nos Estados Unidos, resultante da crise financeira mundial, durou 18 meses, afirmou nesta segunda-feira (20) o Comitê de Datação de Ciclos Econômicos do Escritório Nacional de Pesquisa Econômica (NBER, na sigla em inglês), órgão responsável por determinar oficialmente quando começam e terminam esses ciclos.

Segundo o grupo, a recessão, a mais longa da história do país desde a Segunda Guerra Mundial, teve início em dezembro de 2007 e encerrou-se em junho de 2009, superando os 16 meses de retração da economia dos EUA registrados em duas ocasiões – entre 1973 e 1975, e entre 1981 e 1982.

O NBER define recessão como “um período de atividade econômica decrescente espalhada pela economia, durando mais que alguns meses, normalmente visível no PIB real, emprego, produção industrial e vendas do varejo.

O entendimento do NBER é diferente do comumente adotado pelo mercado, que considera recessão uma queda no PIB em dois trimestres consecutivos. Essa lógica aponta o fim da recessão no terceiro trimestre de 2009, quando a economia teve expansão de 2,2%.

De acordo com o comitê, caso o Produto Interno Bruto (PIB) volte a encolher no futuro próximo, o fato será considerado como uma nova recessão.Do G1, em São Paulo

Economistas do mercado preveem mais inflação para 2010 e 2011

Previsão para IPCA de 2010 volta a subir e, para 2011, chega perto de 5%. Mercado financeiro eleva novamente estimativa para o PIB deste ano.

Alexandro Martello
Do G1, em Brasília


Os analistas do mercado financeiro voltaram a elevar, na última semana, a sua estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano, que passou de 4,97% para 5,01%, informou o Banco Central nesta segunda-feira (20) por meio do relatório de mercado, também conhecido como Focus. Para 2011, a previsão do mercado avançou de 4,90% para 4,95%.

No Brasil, vigora o sistema de metas de inflação, pelo qual o BC tem de calibrar os juros para atingir as metas pré-estabelecidas. Para 2010 e 2011, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.

Deste modo, pode ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida. Ambas as previsões (2010 e 2011) estão acima da meta central de 4,5%, mas dentro do intervalo de tolerância de dois pontos percentuais estipulado pelo governo.

Juros
O mercado manteve a expectativa de que a taxa básica de juros da economia brasileira será mantida no atual patamar, de 10,75% ao ano, até o fim deste ano. No ano que vem, porém, a previsão dos economistas é de que, com a inflação em alta, o BC volte a elevar os juros. A expectativa do mercado financeiro é de que os juros subam para 11,75% ao ano até dezembro do próximo ano.

Crescimento econômico
Os economistas dos bancos subiram de novo, na última semana, a sua estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2010, que passou de 7,42% para 7,47%. Se confirmada, será a maior expansão desde 1986 (7,49%). Para 2011, a estimativa do mercado de crescimento da economia brasileira foi mantida em 4,5%.

A previsão do mercado financeiro para o PIB deste ano começou a subir, com mais intensidade, após o anúncio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de que o PIB do segundo trimestre deste ano avançou 1,2% na comparação com os três primeiros meses de 2010. No acumulado do primeiro semestre, o crescimento foi de 8,9%.

Taxa de câmbio
Nesta edição do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2010 recuou de R$ 1,77 para R$ 1,75 por dólar. Para o fechamento de 2011, a previsão dos analistas para a taxa de câmbio caiu de R$ 1,81 para R$ 1,80 por dólar.

Balança comercial
A projeção dos economistas do mercado financeiro para o superávit da balança comercial (exportações menos importações) em 2010 permaneceu em US$ 15 bilhões na semana passada.

Para 2011, o BC revelou nesta segunda-feira que a previsão dos economistas para o saldo da balança comercial subiu de US$ 9,56 bilhões para US$ 9,9 bilhões de superávit.

No caso dos investimentos estrangeiros diretos, a expectativa do mercado para o ingresso de 2010 foi mantida em US$ 30 bilhões. Para 2011, a projeção de entrada de investimentos no Brasil caiu de US$ 38,2 bilhões para US$ 38 bilhões.