terça-feira, 2 de outubro de 2012
Em crise, França compra briga com montadoras sul-coreanas
Ministro Montebourg acusou Hyundai e Kia de concorrência desleal (Foto: Reuters)
Amplos estandes de fundo branco, bem iluminados e cheios de carros com preços mais acessíveis já viraram marca registrada do grupo sul-coreano que carrega as marcas Hyundai e Kia. Seus destaques no Salão de Paris, que abriu no último sábado (29) para o público vai até o próximo dia 14, são o Hyundai i30 duas portas (sem previsão para o Brasil, por enquanto) e o Kia Carens. No entanto, eles passaram a ser coadjuvantes de uma briga entre o ministro francês da indústria, Arnaud Montebourg, e a montadora sul-coreana.
Ministro Montebourg acusou Hyundai e Kia de concorrência desleal (Foto: Reuters)
O governo francês acusou as duas marcas por dumping - concorrência desleal na venda por prática de preços bem abaixo do mercado. Isso porque em maio, passou a valer um acordo de livre comércio entre a Coreia do Sul e a França, assinado em 2011, que libera a entrada dos carros sul-coreanos sem taxação. No entanto, os carros que eles mais exportam para a França são compactos movidos a diesel, um segmento dominado pelas montadoras francesas.
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Em discurso durante a convenção anual do Partido Socialista Francês, Montebourg foi taxativo na acusação e pediu aos franceses para comprarem carros nacionais, além de defender que a União Europeia crie uma nova medida para proteger setores como o automobilístico.
Dados da Associação Francesa de Montadoras (CCFA) apontam que a produção automobilística da França caiu 17% nos primeiros sete meses deste ano. Em relação ao mesmo período de 2011, as vendas da Hyundai cresceram 30%. Neste mesmo período, as vendas das francesas PSA Peugeot Citroën e Renault caíram 20% e 17%, respectivamente.
O G1 questionou representantes do grupo PSA – que planeja demitir 8 mil funcionários em um plano de reestruturação – sobre o grau de ameaça das concorrentes sul-coreanas, mas eles se mostraram mais preocupados em resolver problemas internos de redução de custos e lançamento de novos produtos do que fomentar uma guerra contra os sul-coreanos.
“É natural e importante que o governo defenda a indústria local. Mas a grande preocupação da França, que é uma preocupação na Europa em si, é a trabalhista. Isso é algo muito forte até como parte de nossa cultura”, afirma o italiano e diretor geral da marca Citroën no Brasil, Francesco Abbruzzesi. O executivo se refere tanto à tentativa de manter os empregos na Europa, quanto a exploração da mão de obra com baixos salários em países como Coreia do Sul, China e do Sudeste Asiático.
Já o presidente do grupo PSA no Brasil e na América Latina, Carlos Gomes, ressalta que a França abriu as portas para a Coreia do Sul, mas o país não facilita a entrada de carros sul-coreanos. “A Europa está em crise, é natural que ela se proteja”, defende o executivo.
O G1 procurou representantes de Hyunda e Kia no salão, mas nao achou quem comentasse o assunto.
Bate-boca
A briga por preços abaixo do mercado já extrapolou até em calorosas discussões entre as montadoras. Na última sexta-feira (29) o CEO do grupo italiano Fiat e o "chefão" do alemão Volkswagen, Martin Winterkorn, fizeram as pazes em público com um abraço no meio do Salão de Paris. A saia bem mais justa do que uma banderola do Greenpeace (levantada no meio da apresentação da VW) começou com um discurso do executivo italiano, no papel de presidente da Associação de Construtores Europeus de Automóveis, em julho.
Marchionne reclamou da prática de preços da Volkswagen feita especialmente no compacto Up!, que adotou uma estratégia de grandes descontos por toda a Europa. Com isso, a montadora alemã teria criado um “clima frenético de mercado”, prejudicando todas as outras montadoras no continente, em crise econômica.
Winterkorn, por sua vez, retrucou e disse que a Volkswagen estava preparada para deixar a associação, argumentando que Marchionne não era qualificado para liderar o grupo – a Fiat é pequena na Europa, tendo como principal mercado de vendas a Itália e o segundo, o Brasil.
Mais do que depressa Marchionne convidou Winterkorn para uma conversa cara-a-cara bem no salão. O alemão foi. No fim, os dois executivos se encontraram, apertaram as mãos e se abraçaram, dizendo que a disputa havia sido resolvida. Afinal, “quem nunca?”, como diriam os brasileiros.(com informações G1)
Produção industrial cresce 1,5% em agosto, diz IBGE
A produção da indústria brasileira registrou alta de 1,5% em agosto, na comparação com o mês anterior, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado nesta terça-feira (2). O crescimento de 1,5% em agosto é o maior desde maio de 2011, quando fora de 1,6%. Os três meses de taxas positivas, que acumularam alta de 2,3%, eliminam as perdas de 1,8% registradas nos meses de março, abril e maio.
Na comparação com agosto de 2011, houve queda de 2% - a 12º taxa negativa seguida nesse tipo de análise. No ano, a taxa acumula recuo de 3,4% e, em 12 meses, queda de 2,9% - a mais intensa desde janeiro de 2010, quando chegou a -5%.
Na análise por setores, a pesquisa mostra que 20 dos 27 ramos registraram aumento na produção, com destaque para o de veículos automotores, que subiu 3,3%, puxado pelo crescimento na produção de automóveis. Essa é a terceira alta positiva seguida.
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Também tiveram influência sobre o resultado de agosto as altas das produções dos setores de alimentos (2,1%), fumo (35,0%), refino de petróleo e produção de álcool (2,5%), outros produtos químicos (1,9%), farmacêutica (3,1%) e material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (5,9%).
Na contramão, entre os ramos que reduziram a produção está o de setores de máquinas e equipamentos (-2,6%).
Na análise entre as categorias de uso, a de bens de consumo duráveis cresceu 2,6%, representando a maior alta no mês e acumulando alta de 9,4%. O segmento de bens intermediários cresceu 2,0% e o de bens de consumo semi e não duráveis, 1,2%. O setor produtor de bens de capital mostrou alta de 0,3% em agosto.
Desempenho no ano
No ano, a produção industrial mostrou taxas negativas em todas as categorias de uso, em 18 dos 27 ramos, em 48 dos 76 subsetores e em 57,5% dos 755 produtos pesquisados pelo IBGE. Entre os setores, o de veículos automotores, que mostrou queda de 16,3%, exerceu a maior influência negativa na formação do índice geral.
Contribuições negativas vieram também de material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (-16,9%), alimentos (-2,7%), metalurgia básica (-4,6%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-8,4%), máquinas e equipamentos (-3,1%), edição, impressão e reprodução de gravações (-5,5%), máquinas para escritório e equipamentos de informática (-11,1%), fumo (-16,6%), vestuário e acessórios (-11,5%) e borracha e plástico (-3,7%).
Por outro lado, entre as nove atividades que aumentaram a produção, estão os setores de outros produtos químicos (4,5%), refino de petróleo e produção de álcool (4,1%) e outros equipamentos de transporte (7,2%).
Sobre 2011
Em relação a agosto de 2011, a atividade fabril recuou em 16 dos 27 setores pesquisados, puxada por veículos automotores (-11,2%). Também exerceram influência negativa os setores de máquinas e equipamentos (-6,6%), edição, impressão e reprodução de gravações (-11,5%), material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (-12,6%), metalurgia básica (-5,5%) e alimentos (-2,1%).
fonte G1
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