segunda-feira, 19 de abril de 2010

Troca de tecnologia: Dia de campo leva conhecimento para o produtor rural

Valéria Esteves

O dia de campo da uva em Mocambinho, Projeto Jaíba atraiu produtores e estudantes. Mas foram os sócios da Cooperativa de crédito rural acompanhados pelo Sebrae que estavam afoitos para saber como funcionam as pesquisas com relação às bananeiras.




Segundo Orlando Resende, membro do grupo de 11 sócios da cooperativa diz que são produzidas cerca de 35 toneladas de banana por hectare em Almenara, onde atuam. Hoje utilizam uma área equivalente a 210 hectares, sendo que devem arrendar outros 180 hectares para aumentar a produção.

Uma média de 35 pessoas entre eles empresários, produtores rurais, e outros profissionais resolveram sair de Almenara para conhecer como funciona a cadeia produtiva da banana em Janaúba e no Projeto Jaíba. Visitaram a Abanorte - Associação dos bananicultores do Norte de Minas Gerais, Epamig - Empresa de pesquisa agropecuária de Minas Gerais o Distrito de Irrigação e alguns bananais.

O custo com a produção de banana-prata em Almenara fica em torno de R$ 8 por caixa, sendo que o termômetro da cotação de preço nessa cidade se baseia na cotação de Janaúba.

Em dois anos de atividade a Cooperativa de crédito rural tem obtido êxito, isso porque os sócios, muitos deles empresários, produtores rurais, administradores querem tornar o negócio rentável, o que não acontece em alguns perímetros irrigados por fatores diversos.

- Viemos ao Norte de Minas com a proposta de aprender tecnologias novas para investir com segurança. E o Sebrae, a Epamig e empresas que trabalham com irrigação podem nos orientar a melhor investir em nossa produção.

Apesar do problema com a infraestrutura das estradas, uma das dificuldades para escoar a produção de banana, a Cooperativa acredita que o Pró-acesso vai resolver o impasse. Hoje a entidade comercializa seu produto com o Rio de Janeiro, mas a intenção é fazer negócios com outras praças como a de Salvador entre outros.

Quem credia a cooperativa são instituições como a Credivag, banco do Nordeste e banco do Brasil. A intenção é que o grupo hoje formado por 11 pessoas chegue a 20 nos próximos tempos.

DIA DE CAMPO

Os pesquisadores da Epamig apresentaram ao público como as pesquisas podem ajudar o produtor na hora de escolher a melhor uva para se plantar e principalmente como proceder na hora do manejo.

O Brasil produziu, em 2002, cerca de 1.120 mil toneladas de uvas, sendo 53,4% para consumo in natura. O consumo de uva de mesa no Brasil situou-se em 3,42 quilos per capita.

Segundo informações da Embrapa o Estado de São Paulo é o principal produtor de uvas de mesa, participando com cerca de 20% da área e da produção nacional. Quase que a totalidade da área plantada no Estado (12.152 hectares, em 2002) destina-se à produção de uva de mesa. Dados do IEA e CATI situam a safra 2002/2003 com produção de 176,7 milhões de quilos de uva, sendo 88,9 milhões de uvas finas, 84,3 milhões de quilos de comum para mesa e 3,3 milhões de uva para a indústria. Esta produção é realizada, normalmente, por pequenos produtores. A uva Niágara Rosada é destinada exclusivamente para o mercado interno, onde tem grande aceitação.

Várias qualidades de uvas estão sendo estudadas na Epamig, inclusive as apirênicas, - sem sementes. No Dia de Campo foi mostrado como as uvas podem sofrer reações quanto a adubação e como deve ser feito o controle de adubação e irrigação. Mais informações podem ser obtidas no centro tecnológico em Nova Porteirinha.

Taxas de juros reduzidas e facilidade de crédito para o produtor rural

Valéria Esteves

Tarifas reduzidas e facilidade para o produtor empreendedor. É assim que o BNB entende a redução das taxas de juros cobradas pelo FNE - Fundo constitucional de financiamento do Nordeste. A medida, segundo Nilo Meira, superintendente do BNB para o Norte de Minas Gerais e Espírito Santo vai fazer com que os produtores possam tomar empréstimos com a vantagem de ter taxas reduzidas e melhores formas de pagamento.


Tarifas oferecem vantagens aos produtores

A redução baseada no decreto nº 5.951 publicado no diário da união no dia primeiro deste mês prevê que as taxas de financiamento fossem reduzidas por meio do FNE, FNO Norte e Centro-Oeste FCO. A redução conforme anunciou Nilo é de até 16,3% a 17,9% em relação às taxas atuais.

- O BNB entende que essa redução é de grande importância para se estabelecer um padrão de maior competitividade aos financiamentos, assegurando melhores condições para realização de investimentos para o desenvolvimento da região Nordeste e Norte de Minas – diz.
Nilo conta que a redução das taxas já era uma negociação que vinha sendo feita há algum tempo.

Segundo a assessoria de comunicação do BNB, em julho deste ano, durante encontro com o presidente Lula, juntamente com dirigentes de outros bancos oficiais, o presidente do BNB apresentou proposta de redução dos juros do FNE, que, segundo ele, estavam perdendo competitividade, especialmente nas operações com grandes e médias empresas, em relação, por exemplo, aos financiamentos do BNDES.

A partir de janeiro de 2007 os mini produtores rurais do semi-árido terão as taxas de seus financiamentos reduzidas de 6% para 5% ao ano, e ainda gozam de um rebate de 25% no encargo se pagarem em dia os financiamentos, o que reduz a taxa anual para 3,75% ao ano.

Para grandes empresas, a taxa do FNE a partir de janeiro será reduzida de 14% para 11,5% ao ano, o que representa uma taxa de 8,63% ao ano, se a empresa estiver localizada no semi-árido e o cliente pagar em dia, devido ao rebate de 25%.
Mesmo a taxa do FNE para grandes empresas, que é mais elevada que as dos financiamentos para micro, pequenos e médios empreendimentos, estará bem competitiva, representando TJLP mais 2,9%.

Vale lembrar que mesmo que a redução entre em vigor em janeiro do próximo ano, as operações contratadas até dezembro desse ano também serão atendidas.
Para Júlio Pereira, presidente do Sindicato Rural de Montes Claros e da Associação dos sindicatos rurais do Norte de Minas, a diminuição nas taxas vão facilitar o acesso ao crédito para os produtores rurais, apesar de acreditar que os governos estadual e federal exijam algumas obediências que tornam o processo de tomada de empréstimo burocrático.

- O superintendente do BNB nos disse que para o próximo ano está previsto um orçamento de aproximadamente R$ 240 milhões e cremos que há boa vontade do Banco em ouvir a classe. E agora que as taxas diminuíram esperamos que haja melhora no acesso ao crédito e que a região obtenha mais investimentos com essa decisão, diz.

Irrigar lavoura à noite pode significar economia ao produtor rural

Valéria Esteves


A tarefa de irrigar a produção pode não ser tão simples como pensam algumas pessoas. Ela também pode não ser tão barata como se imagina. No Projeto Jaíba bem como em outros projetos de irrigação, os produtores têm trocado o dia pela noite para molhar suas lavouras.

Segundo Everardo Chartuni Mantovani, professor do departamento de engenharia agrícola da universidade federal de Viçosa, o gerenciamento da irrigação pode contribuir como instrumento na maximização da rentabilidade na agricultura irrigada do Norte de Minas.

A irrigação também tem que significar desenvolvimento. O professor disse em palestra ministrada em Montes Claros na última semana, que a engenharia brasileira que fabrica equipamentos para irrigação é uma das melhores do mundo, e que o sistema técnico de gerenciamento pode ser um aliado na hora de optar pelo gotejamento, aspersão, micro-aspersão, entre outros.

Lembrou que os produtores devem ter cuidado na hora de aplicar a água nas culturas. Já houve registros de perdas de culturas porque receberam muita água. Nessa hora o manejo deve contar. Em cada propriedade é necessário que se tenha acompanhamento de um profissional que estude com o produtor quando e quanto se deve irrigar, mesmo porque a irrigação também depende do gerenciamento da produção de solo, clima e água. Nada pode ser negligenciado, defende Everardo.

- Posso dizer que a incerteza leva ao gerenciamento empírico e pode significar em alguns casos a perda de renda.

Ele ainda acrescenta que a agricultura irrigada é o futuro mais rentável dos próximos anos, mas é preciso que o produtor tenha uma estrutura montada dentro de sua propriedade. Um treinamento para saber o funcionamento dos sistemas como o pivô, aspersão podem servir para que se criem novos sistemas. O mais interessante é que quem usará o sistema de irrigação saiba da importância de continuar um programa de gerenciamento.

ECONOMIA

Os especialistas dizem que o processo de outorga da água na região pode dar mais segurança aos produtores, porque ele saberá quanto estará gastando de água. Segundo a Agência nacional das águas, no gerenciamento da irrigação, desde a captação até a aplicação, o usuário deverá buscar uma eficiência de uso da água mínima de 65%.
Hoje quem molha suas culturas à noite, economiza cerca de 14% a 18%. Pela manhã para quem irriga, a tarifa cobrada fica na casa de 60%, sendo que à noite a tarifa é de 40%.

Everardo afirma que o produtor não sabe ler a conta de energia e que por tal motivo é preciso ter como auxílio a experiência de um profissional. O uso de tabelas também pode ser usado como acompanhamento para gerenciar a irrigação.

Essa tabela estipulando as formas de manejo e os cálculos do que está sendo aplicado na propriedade tem feito frutos crescerem em algumas regiões onde o método foi utilizado. O professor mostrou que o crescimento dos frutos chegou a 100%.

Everardo, que faz parte da equipe da Irrigar diz que, o objetivo em implantar um sistema de gerenciamento é não envolver aumento no custo de produção, os resultados nos mais de 20 mil hectares gerenciados comprovam aumento na rentabilidade da fazenda.

- Isto ocorre via aumento da produtividade e da produção, diminuição do consumo de energia e água, diminuição das perdas de nutrientes via lixiviação pelo excesso de aplicação, entre outros.

Assim, os custos da implantação do gerenciamento da irrigação, são compensados pelo aumento da rentabilidade, com valores da ordem de 5% deste aumento. Todo investimento necessário, estação meteorológica, estufa e balança que compõem o sistema de aferição em campo, são de responsabilidade da empresa que coloca o sistema - conclui.

Rios da região ganham mais vida: arranjos produtivos da piscicultura podem movimentar economia regional

Valéria Esteves

Em época de piracema, a boa pedida é repovoar os rios. Há algum tempo, os rios do Norte de Minas têm sido repovoados por alevinos de tilápia, tambaqui, piau, curimatã, entre outros, o que tem significado muito para as comunidades que dependem dos peixes tanto para comer como para continuar o comércio dos mesmos, como sempre aconteceu nas cidades ribeirinhas da região.



O projeto APLS - Arranjos produtivos locais, coordenado pelo engenheiro de pesca da Codevasf - Companhia de desenvolvimento dos vales do São Francisco e Parnaíba, Jackson César de Sousa Rosa, tem capacitado vários pescadores que pretendem aproveitar o conhecimento recebido para manter seu próprio negócio num futuro bem próximo.

DUAS TONELADAS/ANO

O projeto APLS tem hoje cerca de duas mil e quinhentas famílias que têm produzido em média duas toneladas de pescado por ano, nos municípios de Pedras de Maria da Cruz, Pai Pedro, Matias Cardoso, Manga, Januária, Itacarambi, Gameleira, Janaúba, entre outros. Atualmente, os alevinos são induzidos, procriados na estação de piscicultura do Gorutuba, pelo engenheiro e por sua equipe, que capturam para cunhos científicos peixes nativos nas barragens, para a retirada dos óvulos das fêmeas e pelo sêmen dos machos. O objetivo disso tudo é devolver a vida para lagos, barragens e rios.
Com uma produção ativa, a estação de piscicultura induz apenas 30% de sua capacidade de reprodução, mesmo porque são muitas larvas que os tanques da estação não poderiam atender.

Jackson conta que o propósito é colocar a larva no lugar dos alevinos nos rios, para que a reprodução se dê naturalmente e tenha maiores chances de vingar. Dentro do programa de piscicultura estão em processo de capacitação cerca de 127 pescadores que estão atentos à criação de peixes nos tanques-rede localizados em seus municípios. Como estratégia, os tanques são instalados no Rio São Francisco, na barragem de Gameleira e no Rio Gorutuba. Cada unidade produz em média 24 toneladas.

BENEFICIAMENTO

Os 127 pescadores capacitados pelo engenheiro de pesca aprendem tudo sobre a criação de peixes e sobre como gerar emprego e renda para suas famílias, principal meta da Codevasf.

Ao todo são 14 tanques-rede adaptados para a capacitação dos pescadores, o que dá em torno de 10 pescadores por tanque. Durante todo o ciclo de procriação, que dura seis meses, os pescadores dividem as tarefas, sendo que a principal delas é manter os peixes vivos.

A última safra, segundo Jackson, retirada dos APLS, foi de 5,5 toneladas. Ele diz ainda que a companhia pretende incentivar o associativismo entre os pescadores, que já podem contar com financiamento de agentes financeiros como os bancos do Nordeste e do Brasil.

Essa atividade pode significar mais um ganho para a economia norte mineira, como já acontece com a fruticultura. No projeto de piscicultura, que consta de um módulo de quatro tanques-rede, o financiamento pode chegar a R$ 9 mil. Sendo que, neste caso, um pescador avalisa o outro.

- Nossa meta primordial é capacitar para depois pensar em renda, mas orientamos os pescadores que, na piscicultura, é muito melhor trabalhar coletivamente do que isoladamente. Nossa meta é agregar valor à renda da família.

PARCERIA

A companhia tem parcerias com a Emater e a secretaria de Aqüicultura e Pesca, que visam implantar mini-unidades de gerenciamento e formar um pólo de aqüicultura nos canais do projeto Jaíba em 2007.

Gaúchos incentivam produção de sementes no Norte de Minas

Valéria Esteves

Empresa de sementes que trabalha com contratos com os agricultores do Jaíba e Matias Cardoso firma contrato que vai avaliar a potencialidade de produção de sementes no Rio Grande do Sul. A empresa gaúcha pretende fechar contratos como esse também na região, o que ajudará o desenvolvimento da cultura de sementes que muito tem significado para o crescimento do setor agroeconômico.
Segundo a assessoria de imprensa da Islã Sementes, no caso desse contrato, a prefeitura de Júlio de Castilho, Rio Grande do Sul, foi peça fundamental, mesmo porque os agricultores familiares serão diretamente beneficiados. A princípio cinco famílias vão cultivar dez variedades de flores e ervas medicinais e terão apoio técnico da escola agrícola do município. As variedades foram determinadas pela Islã com base nos dados históricos de chuvas e temperatura fornecidos pela prefeitura.




PLANTIO

O plantio já começou e a finalização da colheita está prevista para março do próximo ano. Nesse período, a empresa vai avaliar o comportamento, a adaptação e a produtividade das cultivares. Se o resultado for positivo, a Isla poderá estabelecer um contrato diretamente com os agricultores a partir da safra 2006. Nesse caso, haverá ampliação do número de cultivares e das famílias agricultoras, que trabalharão como cooperantes da Isla.

O secretário da agricultura de Júlio de Castilhos, José Geraldo Ovelame, explica, conforme nota da assessoria, que o cultivo de sementes pode se tornar uma boa fonte de receita para as famílias de baixa renda. Esse tipo de agricultura comenta, é adequado a famílias de pequenos agricultores, pois exige baixo investimento, envolve a mão-de-obra da própria família e pode ser realizado em pequenas áreas. Ele espera que a experiência dê certo e que desperte o interesse de outros agricultores.

Para a Isla, a iniciativa da prefeitura de Júlio de Castilhos veio em boa hora, pois a empresa tem interesse em abrir novos pólos de produção no estado. A experiência nas duas atuais áreas de produção, em Candiota (RS) e nos municípios mineiros de Jaíba e Matias Cardoso mostra que o sistema de cooperantes é bom para todas as partes.

FAMÍLIA E RENDA

Por um lado, a empresa conta com o empenho e a responsabilidade do trabalho familiar. As famílias, por sua vez, recebem toda assistência técnica necessária em todas as fases da produção. A diretora da Isla, Diana Werner, diz que o cultivo de sementes de hortaliças e flores é uma ótima alternativa de renda.

- Quando bem executada, a atividade pode render uma receita extra à família ou, em alguns casos, até tornar-se a fonte principal de renda - ressalta.
Ela acredita que a parceria tem tudo para dar certo e que, a partir de 2006, o novo pólo de produção da Isla esteja concretizado em Júlio de Castilhos.

NORTE DE MINAS

Os pequenos produtores do Projeto Jaíba, alguns já com o plantio de culturas como alface, jiló, abóbora, pepino, entre outros, em andamento, se mostram satisfeitos com os resultados, sendo que os mesmos acreditam que a produção de sementes, que tem sido responsável pelos melhores números de produção alcançados se deve a variação de culturas.

Vários produtores, como Valdeon Rodrigues, Isaac Martins e Ivo Rodrigues, entre tantos outros dizem ter gostado de experimentar firmar o contrato com empresas de sementes, mesmo porque eles entram com a mão-de-obra e o pagamento da água e da luz gastos na manutenção da lavoura. Em contrapartida a empresa entra com as sementes e os insumos agrícolas. Ao final as sementes passam por um processo de seleção em que só os melhores grãos são escolhidos.

Fartura no Projeto Jaíba: sementes distribuídas pelo Programa Minas sem fome resultam da produção de 400 hortas

Valéria Esteves

Produtores familiares ainda colhem frutos da parceria firmada entre governo do estado de Minas Gerais e ministério do Desenvolvimento social. Conforme informações da Emater do Projeto Jaíba, no final do ano passado foram entregues a 166 associações de produtores insumos agrícolas bem como assistência técnica, regadores, entre outros materiais para a feitura de pomares e hortas domiciliares oriundos do programa Minas sem fome.
O programa realizou doações em todo o estado.


As sementes de hortaliças são oriundas do Minas sem fome,
distribuídas pela Emater (Foto: divulgação)

Segundo José Aloízio Nery, coordenador da equipe técnica do Jaíba, quem plantou milho e irrigou teve um pouco mais de sorte, ao contrário de quem preferiu esperar as chuvas que demoraram a chegar no Norte de Minas.

Foram plantadas cerca de 400 hortas, além de frutas que hoje são pomares nas propriedades rurais dos produtores. Quanto às hortas, muita gente deixou para plantar no tempo de sequeiro prevendo que as chuvas não encharcassem os canteiros e com isso, viessem a perder todas as sementes.

AJUDA

As famílias recebem, além dos insumos para implantarem suas unidades de produção, assistência técnica e orientação para plantio, cuidados e práticas na condução e colheita de cada espécie, assim como as orientações e cursos sobre o preparo, armazenamento e as vantagens e necessidades do consumo destes produtos para uma alimentação saudável e com qualidade de vida. Vale ainda registrar que estes cultivos foram feitos sem o uso de agrotóxicos.

Aloízio Nery comenta que o programa objetiva proporcionar uma melhoria da qualidade e quantidade de alimentos disponíveis, além de promover a motivação do interesse para o cultivo destes produtos com foco comercial.

Ele disse a O Norte que todos os plantios estão em curso, e que a distribuição de sementes de hortaliças e adubo para implantação de hortas beneficiou mais de 750 famílias no Projeto Jaíba, além dos Projetos das Associações.

Essa entrega de insumos e materiais também se deu com sucesso em Montes Claros, Pirapora, Porteirinha, Mato Verde e Montes Azul entre outros.

RENDA

Quando da entrega dos insumos, sementes e mudas, o secretário municipal de Agricultura de Jaíba, Adílio Teixeira comentou sobre o Minas sem fome e o quanto é possível por meio dele melhorar a renda dos produtores.

Conforme a Emater, Bernardino, gerente do Distrito de irrigação, manifestou-se sobre a importância desse programa; e acrescentou que apesar das dificuldades, o Projeto Jaíba vai caminhando no sentido de sua emancipação. Anunciou as obras que estariam em andamento como a construção das mini-estações de tratamento de água, que também proporcionarão melhoria da qualidade de vida das famílias.

Aloísio comentou que os presidentes das Associações e agricultores ficaram agradecidos ao programa e disseram que com certeza haverá melhoria da alimentação de todos. Eles aproveitaram a oportunidade para registrar a dificuldade com o crédito rural, fato que não permite um aproveitamento eficaz do lote irrigado.

DÍVIDAS

Quando esteve no Jaíba, em 2005, o ministro da Integração Nacional prometeu que iria estudar a questão das renegociações das dívidas rurais.
O BNB - Banco do Nordeste já renegociou com muitos produtores com base na lei 10.696 e 10.464, sendo que só no Jaíba o saldo devedor equivale a R$ 25.160.657,03 num total de 1.120 pequenos produtores. A assessoria de comunicação do BNB afirmou que foram renegociados cerca de R$ 16.973.264,91. Números obtidos até o dia 10 de janeiro desse ano.
- A intenção é que o Minas sem fome beneficie mais famílias com distribuição de sementes de milho e feijão - conclui, Aloízio Nery.

EPAMIG APRESENTA NOVAS VARIEDADES DE BANANA AO CONSUMIDOR

Valéria Esteves


Epamig- Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais vai ao supermercado fazer avaliação e verificar qual a aceitação do consumidor quanto às novas variedades de banana passíveis de substituir a banana prata no mercado. As variedades apresentadas ao público do supermercado Villefort em Montes Claros nessa terça-feira foram a Tropical, PA 4244 e a Thap-Maeo. Na oportunidade várias pessoas foram questionadas sobre a textura, sabor, acidez e outros requisitos encontrados nessas novas variedades que são produzidas sem o uso de agrotóxicos. A maioria dos entrevistados achou que a variedade Tropical foi a que mais se adequaria ao paladar dos consumidores e aceitariam pagar mais por um produto que preserva o meio ambiente e ainda contribui significativamente para a saúde.
A pergunta a que a Empresa de Pesquisa Agropecuária gostaria de saber é: qual das três variedades tem melhor qualidade e se o consumidor está interessado em obter um produto que não prejudica o meio ambiente ou consumir um produto que tem menor valor de mercado?- Essa indagação é do gerente da Epamig, Marco Antônio Viana Leite que informou também que essa mesma avaliação será feita em Belo Horizonte nessa quinta-feira e sexta-feira em estabelecimentos como o Carrefour, Villefort entre outros.



Nas pesquisas as pessoas estavam gostando mais da Tropical e da PA 4244 (foto: Valéria Esteves)

Para Odete Pereira de Oliveira a banana prata ainda a agrada muito, mas tendo em vista, o não uso de substâncias químicas, vale levar para casa novas variedades. E como diria o provérbio gosto todo mundo tem o seu e não foi diferente com Silvana Lopes Silva e Graiciele de Carvalho Maia. Elas experimentaram as três variedades e as opiniões foram diferentes. Silvana preferiu a PA 4244 por acreditar que nela há maior presença de doce, maciez e menor acidez. Já Graiciele preferiu a Tropical pelos mesmos motivos. Mas o que elas têm em comum é que pagariam mais caro por um produto 100% saudável.

- Economizar na compra pode acabar comprometendo minha saúde mais tarde. Então prefiro pagar mais e não pagar um preço maior ainda com problemas de saúde por causa da ingestão de agrotóxico nas bananas que costumamos comprar por aí, diz Graiciele.

Mercado

As praças compradoras da banana da região são: Rio de Janeiro, Distrito Federal, Belo Horizonte, e São Paulo; sendo que nos últimos dias a cotação da caixa chegou a custar R$ 15. Cerca de 80% do produto regional segue rumo a essas praças comercializadoras. A reclamação dos produtores é quanto ao alto custo de produção e as possíveis doenças que a bananeira pode atrair.

Conforme informações da Empresa de pesquisa agropecuária de Minas Gerais novas variedades de banana estão sendo pesquisadas e novas serão apresentadas nos próximos meses. Com está acontecendo nesse período nas grandes cidades de Minas. Problemas como a sigatoka negra, mal do panamá entre outros são constantes de pesquisa da Epamig e da Unimontes.

Além da Abanorte no Norte de Minas há outras associações espalhadas pelo interior de Minas Gerais querendo se firmar na produção de bananas. Um exemplo claro disso é a mobilização da Alfa- Frutas de Almenara, Vale do Jequitinhonha.

Em uma de nossas edições quando publicamos as ações do dia de campo da uva na Empresa de pesquisa Agropecuária relatamos o percurso de empresários e produtores rurais de Almenara que montaram uma cooperativa de crédito para plantar banana.
Vale lembrar que várias cooperativas e associações estão se estruturando para serem competitivos e encarar de frente as exigências de importação e exportação. Mesmo dentro do território nacional ainda é possível entrar e comercializar produtos como a banana, o limão, entre outras frutas, e manter-se fiel, ou pelo menos constante, em determinadas praças do Brasil.

Essa, inclusive, tem sido a estratégia dos sócios da Alfa-Frutas - Associação Comunitária dos produtores de Fruticultura Irrigada de Almenara/MG e ASPFIJE -Associação dos Produtores de Fruticultura Irrigada de Jequitinhonha. Nos último ano cerca de 35 empresários e produtores rurais vieram ao Norte de Minas saber de instituições como a Abanorte - Associação dos bananicultores do Norte de Minas Gerais, Epamig - Empresa de pesquisa agropecuária de Minas Gerais e Distrito de Irrigação do Projeto Jaíba quais são as tecnologias aplicadas à produção da bananeira na região. O grupo veio acompanhado pelo Sebrae e estava afoito para saber como funcionam as pesquisas com relação às bananeiras.

No último ano a Abanorte participou de feira na Europa, onde foi possível apresentar àquele mercado as variedades de bananas desenvolvidas pela Epamig. Na oportunidade a variedade Tropical agradou o paladar dos visitantes.

Epamig em busca de tecnologia: Biotecnologia é a nova pedida da Empresa de pesquisa agropecuária

Valéria Esteves


Com avanço na tecnologia de produção, o campo também tem sentido a falta de bons equipamentos para saber do solo, do tempo entre outros fatores climáticos, qual a melhor saída para se ter um sucesso. Essa tem sido a tarefa mais constante da Epamig- Empresa de pesquisa agropecuária no objetivo em difundir a tecnologia por meio de um laboratório de biotecnologia.

O projeto já foi encaminhado à Finep- Financiadora de estudos e projetos. Paralelo a esse objetivo a Empresa tem atuado no Consórcio do Projeto Jaíba, além de estar organizando junto com a Universidade federal de Viçosa, a segunda etapa do Agrinvest- Investimentos em agronegócios que deve acontecer no mês de agosto deste ano.

O chefe da empresa, Marco Antônio Viana Leite relata que em sua área de atuação, o Jaíba, há muitas coisas que precisam ser resolvidas. O problema segundo ele não é da ordem de agronegócio e sim social. Dados da Emater relatam que há desnutrição e fome no Jaíba, considerado o maior projeto irrigado da América Latina. Uma controvérsia ter fome num lugar onde produz toneladas de alimentos, diz Marco Antônio.

Por pensar em ajudar no desenvolvimento, o governo do estado de Minas Gerais resolveu criar o Consórcio do Jaíba na qual tratará pontualmente das pequenas demandas bem como das maiores e para isso a Epamig quer que o laboratório de biotecnologia sirva para melhorar e criar cultivares resistentes à pragas e encontrar uma solução para as plantas que não suportam tanto tempo de estiagem e de seca. A princípio pensa-se em lançar materiais que se adaptem a região.

Por enquanto a Empresa aguarda notificação do Finep para arregimentar a construção do laboratório. Quanto ao Agrinvest, o chefe da empresa comenta que a expectativa é que por meio dele possam ser firmados negócios que beneficiem e arregimentem a economia da região. No ano passado, por exemplo, a Accomontes- Associação dos criadores de ovinos e caprinos do Norte de Minas conseguiu negociar lotes de animais com o frigorífico Margem de Goiás, o que também aconteceu no setor de vitivinicultura, florestas entre outros. A proposta do evento é trazer investidores do eixo Rio de Janeiro São Paulo interessados em investir na região. No caso da Accomontes, ainda no ano passado a negociação foi a seguinte: o preço por quilo da carne ficou fixado nesta primeira instância em R$ 2,10 podendo chegar a R$ 2,80.
Houve ainda produtores que manifestaram o interesse pelo plantio de uvas depois da explanação do professor Luciano Manfroi, que também mostraram interesse pelo plantio de eucaliptos em consórcio com pastos.

PESQUISAS

A Epamig tem como carro chefe a pesquisa e por isso mesmo investiu na fruticultura, plantio de oleaginosas, bovinocultura, soja e outras pesquisas que aportam o bem desenvolver das culturas plantadas na região e em todo território estadual.
- Todos receberam nos últimos quatro anos aportes financeiros calculados em mais de R$ 4 milhões, o que resultou na superação do Pib- Produto interno bruto do agronegócio mineiro, relacionado ao ganho das outras federações do Brasil.

MORANGUEIRO

Há algum tempo a empresa vem pesquisando sobre a viabilidade de se produzir morangos com melhor qualidade e variedades diversas. Na fazenda de Mocambinho, entre as variedades plantadas, a que mais se adaptou foi a dover, mas outras foram testadas, como a tundra entre outras.
No centro tecnológico em Nova Porteirinha já foram comercializadas caixinhas de morango e segundo Marco Antônio, o grande propósito da Epamig é doar mudas para os produtores a fim de que eles comecem um plantio da fruta na região como acontece com a uva, a mamona, pinhão manso, umbu, entre outras frutas produzidas dentro da área do centro tecnológico.
- Nossa meta é beneficiar a região com o plantio de novas culturas como o morango, a uva entre outras variedades que têm, segundo nossos pesquisadores, condições climáticas e de solo para a adaptação, diz.
Pesquisas mostram que para obtenção de frutas de qualidade, um dos pré-requisitos essenciais é a utilização de mudas de alta qualidade genética e sanitária, em local de baixa potencialidade de inóculo de fungos e bactérias que sejam agressivos ao morangueiro.
Marco acrescenta que o objetivo da Epamig é produzir pesquisas que cumpram a demanda exigida pelos produtores, mesmo porque acredita que esse é o propósito a cumprir; atender os produtores.