quarta-feira, 22 de maio de 2013
Navio com milho argentino atraca hoje em Salvador
Brasília, 17 - O navio com 20 mil toneladas de milho argentino, compradas pelo governo brasileiro para alimentar os rebanhos de pequenos criadores atingidos pela seca na Bahia, atraca na próxima quarta-feira, 22, no porto de Salvador. A compra do milho foi feita pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) por meio de leilão público. A Nidera Sementes, subsidiária da trading holandesa do mesmo nome, quando arrematou o lote, pretendia entregar milho depositado em Luis Eduardo Magalhães (BA), mas optou por buscar milho na Argentina por causa da enorme fila de caminhões para embarque de soja no porto baiano. Segundo a empresa, mesmo com a importação o custo da operação foi o mesmo.
O governo comprou 83 mil toneladas de milho a granel com frente incluso e descarga nos portos nordestinos, que serão doadas aos governos estaduais para venda a preços subsidiados nos municípios do semiárido. Um lote de 30 mil toneladas foi arrematado pela Coamo, cooperativa de Campo Mourão (PR), para desembarque até 13 de junho no porto de Recife. Outro lote de 25 mil foi arrematado pelo Grupo Getúlio Viana, empresa de Primavera do Leste (MT), para entrega até 18 de junho em Pernambuco.
A intenção inicial era comprar 103 mil toneladas a granel, mas não houve interesse das tradings na venda de um lote de 28 mil toneladas, sendo 16 mil para entrega na Paraíba e outras 12 mil toneladas no Rio Grande do Norte. Na próxima quarta-feira o governo realiza um novo leilão para compra das 28 mil toneladas, mas desta vez a entrega do cereal já ensacado será feita por caminhões diretamente nos postos de distribuição da Conab dos municípios atingidos pela seca.
O leilão de milho ensacado para o Rio Grande do Norte e Paraíba teve uma mudança em relação aos anteriores, que é a entrega do cereal sobre rodas. A responsabilidade do desembarque agora será da própria Conab, para reduzir o custo de descarga, pois os sindicatos de trabalhadores braçais cobram R$ 1,50 pela retirada de cada saca de milho dos caminhões. O milho chega ao Nordeste por R$ 40/saca, em média, e é vendido aos criadores por R$ 18,12/saca em lotes de até 3 toneladas e a R$ 21/saca até 6 toneladas.
Fonte: Estadão Conteúdo
Milho Argentino chega no porto de Salvador hoje
Caos logístico força governo a trazer milho da Argentina para o Nordeste
Conab tem estoque de milho no interior da Bahia, mas teve de importar o cereal para atender regiões atingidas pela estiagem
Apesar da safra recorde deste ano, entraves logísticos obrigarão o governo federal a receber milho argentino para ajudar no combate à maior seca dos últimos 50 anos no Nordeste. O caos logístico, que prejudica o escoamento da produção para a exportação, também impede o transporte do milho guardado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no interior da Bahia. Como solução, a companhia decidiu trazer o cereal da Argentina.
Trata-se do segundo problema logístico de grandes proporções, em conjunto com as filas de caminhões para embarcar a supersafra de grãos em alguns portos brasileiros. É, também, uma ironia, tendo em vista a situação de ampla oferta de milho no mercado interno, o que leva os produtores brasileiros a pressionar por medidas de apoio ao escoamento da safra, já que falta espaço nos armazéns no Centro-Oeste e há risco de ser estocada a céu aberto.
O lote de 20 mil toneladas de milho argentino, que será entregue no Porto de Salvador, foi a primeira compra do governo em leilões realizados pela Conab. Ao todo serão compradas 103 mil toneladas de milho para atender os pequenos criadores que sofrem com a seca prolongada. O cereal será doado aos governos estaduais, que serão responsáveis pelo ensacamento, transporte e distribuição.
O Nordeste enfrenta a maior seca em mais de meio século, com 1.386 municípios em situação de emergência, segundo a Secretaria Nacional de Defesa Civil. Em visita à região, a presidente Dilma Rousseff prometeu a entrega de 49,1 mil toneladas de milho e máquinas escavadoras. Neste ano, o Brasil deve colher 78 milhões de toneladas de milho, 7% mais que na safra passada, segundo a Conab.
Fila. No caso do milho argentino, a intenção inicial da Nidera Sementes, subsidiária da trading holandesa do mesmo nome, era entregar o cereal estocado em Luiz Eduardo Magalhães, município do oeste da Bahia a cerca de mil quilômetros do Porto de Salvador. Entretanto, como a fila de caminhões para embarque de soja no porto baiano é imensa, para não correr risco de atraso a empresa optou por entregar o milho argentino, que começou a ser carregado em navios na origem.
A Coamo, cooperativa de Campo Mourão, será responsável pela entrega de 30 mil toneladas de milho no Ceará, com a vantagem de ter um terminal de grãos em Paranaguá. Para concluir a operação, precisará contar com a ajuda do governo para "furar a fila" de navios que estão aguardando por várias semanas a vez de atracar no porto. A Secretaria dos Portos baixou uma portaria dando prioridade ao embarque e desembarque do milho que irá para o Nordeste.
A prioridade para as operações nos portos também é fundamental para o Grupo Getúlio Viana, de Primavera do Leste (MT), que vai entregar 25 mil toneladas de milho no Recife. Marcos Viana, diretor administrativo do grupo, diz que a venda ao governo foi alternativa encontrada para garantir o escoamento da produção de milho, que neste ano enfrentará dificuldades de logística e de preços, por causa da colheita de safra recorde em Mato Grosso.
Ele afirma que a empresa arrematou o lote por R$ 730,80 a tonelada no Recife, mas somente de frete rodoviário até Paranaguá vai gastar R$ 300 por tonelada. Viana diz que os cálculos da cabotagem ainda estão sendo realizados, mas prevê que a margem de ganho na operação "será muito pequena".
Segundo Viana, além da logística complicada existem outros fatores do chamado "custo Brasil" que são imprevisíveis. Um problema é o preço cobrado pelo sindicato dos trabalhadores braçais em municípios como Bom Jesus da Lapa (BA), para retirar o milho do caminhão.
Os sindicatos cobram R$ 1,50 por saca de 60 quilos. Ele diz que na origem, com todo trabalho de ensacar o milho e colocar em cima do caminhão, o custo da mão de obra é de R$ 2 por tonelada. Setores do governo reconhecem que o cereal não resolve o problema do gado faminto no Nordeste, pois os ruminantes precisam mais da forragem escassa do que do milho.
fonte:
VENILSON FERREIRA / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo
Debate ambiental é desafio para expansão do setor elétrico, diz EPE
RIO DE JANEIRO, 21 Mai (Reuters) - O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, afirmou nesta terça-feira que um dos principais desafios para a expansão do setor elétrico é o diálogo com a área ambiental.
"A gente tem um entrave na expansão...que é o diálogo com a área ambiental", disse Tolmasquim, durante evento do setor no Rio de Janeiro.
"A questão de como viabilizar a expansão do ponto de vista ambiental exige tratar com áreas fora do setor...Que são cada vez mais complexas", acrescentou.
O diretor da EPE disse ainda que são necessários "mecanismos mais fáceis de diálogo" entre o setor elétrico e o segmento ambiental, e que os entraves para expansão estão cada vez mais visíveis no segmento de transmissão de energia, além da geração.
"A solução não é simples, não existe solução unilateral. Depende de diálogo, depende de convencimento", disse.
Licenças emitidas por órgão ambientais são necessárias para início de obras e operação comercial de novos empreendimentos do setor elétrico. Em alguns casos, ainda é exigida licença prévia ambiental para possibilitar participação de grandes hidrelétricas em leilões.
Empreendedores reclamam que o atraso na liberação de licenças também atrasa a operação de novos projetos, o que ainda aumenta os riscos do investimento.
(Reportagem de Sérgio Spagnuolo)
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