Valéria Esteves
A tarefa de irrigar a produção pode não ser tão simples como pensam algumas pessoas. Ela também pode não ser tão barata como se imagina. No Projeto Jaíba bem como em outros projetos de irrigação, os produtores têm trocado o dia pela noite para molhar suas lavouras.
Segundo Everardo Chartuni Mantovani, professor do departamento de engenharia agrícola da universidade federal de Viçosa, o gerenciamento da irrigação pode contribuir como instrumento na maximização da rentabilidade na agricultura irrigada do Norte de Minas.
A irrigação também tem que significar desenvolvimento. O professor disse em palestra ministrada em Montes Claros na última semana, que a engenharia brasileira que fabrica equipamentos para irrigação é uma das melhores do mundo, e que o sistema técnico de gerenciamento pode ser um aliado na hora de optar pelo gotejamento, aspersão, micro-aspersão, entre outros.
Lembrou que os produtores devem ter cuidado na hora de aplicar a água nas culturas. Já houve registros de perdas de culturas porque receberam muita água. Nessa hora o manejo deve contar. Em cada propriedade é necessário que se tenha acompanhamento de um profissional que estude com o produtor quando e quanto se deve irrigar, mesmo porque a irrigação também depende do gerenciamento da produção de solo, clima e água. Nada pode ser negligenciado, defende Everardo.
- Posso dizer que a incerteza leva ao gerenciamento empírico e pode significar em alguns casos a perda de renda.
Ele ainda acrescenta que a agricultura irrigada é o futuro mais rentável dos próximos anos, mas é preciso que o produtor tenha uma estrutura montada dentro de sua propriedade. Um treinamento para saber o funcionamento dos sistemas como o pivô, aspersão podem servir para que se criem novos sistemas. O mais interessante é que quem usará o sistema de irrigação saiba da importância de continuar um programa de gerenciamento.
ECONOMIA
Os especialistas dizem que o processo de outorga da água na região pode dar mais segurança aos produtores, porque ele saberá quanto estará gastando de água. Segundo a Agência nacional das águas, no gerenciamento da irrigação, desde a captação até a aplicação, o usuário deverá buscar uma eficiência de uso da água mínima de 65%.
Hoje quem molha suas culturas à noite, economiza cerca de 14% a 18%. Pela manhã para quem irriga, a tarifa cobrada fica na casa de 60%, sendo que à noite a tarifa é de 40%.
Everardo afirma que o produtor não sabe ler a conta de energia e que por tal motivo é preciso ter como auxílio a experiência de um profissional. O uso de tabelas também pode ser usado como acompanhamento para gerenciar a irrigação.
Essa tabela estipulando as formas de manejo e os cálculos do que está sendo aplicado na propriedade tem feito frutos crescerem em algumas regiões onde o método foi utilizado. O professor mostrou que o crescimento dos frutos chegou a 100%.
Everardo, que faz parte da equipe da Irrigar diz que, o objetivo em implantar um sistema de gerenciamento é não envolver aumento no custo de produção, os resultados nos mais de 20 mil hectares gerenciados comprovam aumento na rentabilidade da fazenda.
- Isto ocorre via aumento da produtividade e da produção, diminuição do consumo de energia e água, diminuição das perdas de nutrientes via lixiviação pelo excesso de aplicação, entre outros.
Assim, os custos da implantação do gerenciamento da irrigação, são compensados pelo aumento da rentabilidade, com valores da ordem de 5% deste aumento. Todo investimento necessário, estação meteorológica, estufa e balança que compõem o sistema de aferição em campo, são de responsabilidade da empresa que coloca o sistema - conclui.
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