quinta-feira, 15 de abril de 2010

Apoio à pesquisa: BNB só vai liberar linhas de crédito para a produção de oleaginosas depois de do aval da Epamig

Valéria Esteves

A pesquisa deve vir à frente da produção no campo, diz, Marco Antônio Viana Leite, chefe do Centro tecnológico da Epamig/Norte de Minas. A intenção das pesquisas da Epamig, conforme relata Marco Antônio, é justamente atender as demandas dos produtores. Como eles fazem copiando os seus vizinhos de propriedade quando a produção do mesmo deu certo, mas de uma maneira embasada, explica.
Com vistas à ascensão da bioenergia no Norte de Minas e especialmente no Projeto Jaíba, os órgãos de pesquisa têm se antenado para apostar na matriz energética que melhor renda dará ao produtor rural.



Há que se lembrar que alguns produtores já têm uma quantidade significativa de hectares de pinhão manso e mamona em suas propriedades. Para a Petrobras, essa iniciativa é prova de que, pelo menos com a produção de mamona, será possível se engrenar uma viabilidade econômica de produção para agricultura familiar.
O Banco do Nordeste, segundo o superintendente Nilo Meira, só vai liberar linhas de crédito a partir do momento em que a Epamig anunciar qual a matriz energética que oferece segurança para se investir.
- O banco financia inclusive as pesquisas da Epamig, que vão dizer em qual oleaginosa o banco deve apostar, para liberar crédito - diz.
Todos os anos o BNB, por meio do Fundeci- Fundo de Desenvolvimento científico e tecnológico, apóia projetos de pesquisa em toda sua área de atuação. Em Minas Gerais, conforme comunicou a assessoria do banco, entidades de pesquisa, como as universidades e a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais sempre têm seus projetos aprovados e custeados em parte pelo Fundeci.
- Desde 1971, com a criação do Fundeci, o BNB vem apoiando a realização de pesquisas tecnológicas e a difusão de seus resultados. Ciente da importância dessas atividades para o desenvolvimento regional e para a sustentabilidade dos empreendimentos financiados, o banco já apoiou 1.411 projetos, injetando cerca de R$ 194,5 milhões em toda a região, afirma o BNB.
O banco recebeu 326 propostas de projetos que concorrerão aos recursos do Fundo de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, que destinará R$ 3,6 milhões não-reembolsáveis a iniciativas de pesquisa e difusão tecnológica na área de atuação do banco.

ADESÃO AO FUNDECI

A apresentação das propostas para os cinco avisos lançados pelo BNB foi realizada no período de 25 de junho a 13 de agosto desse ano, gerando uma demanda de recursos da ordem de R$ 20 milhões.
Conforme a assessoria de comunicação do banco, o setor de agroenergia foi o maior demandador de propostas (96 projetos e R$ 6,5 milhões em demanda), seguido de agricultura familiar e convivência com o semi-árido (92 e R$ 5,7 milhões), ovinocaprinocultura (76 e R$ 3,9 milhões), grãos (34 e R$ 2,1 milhões) e apicultura (28 e R$ 1,6 milhão).
De acordo com o edital, o Banco disponibilizará R$ 3,6 milhões para apoio a projetos de P&D relacionados às áreas de agroenergia (R$ 1 milhão), produção de grãos (R$ 800 mil), apicultura (R$ 400 mil), ovinocaprinocultura (R$ 600 mil), e agricultura familiar e de convivência com o semi-árido (R$ 800 mil).
Os recursos são provenientes do Fundeci, administrado pelo Etene- Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste. Os projetos inscritos serão agora submetidos a uma pré-seleção, seguindo os critérios adotados nos respectivos editais. A divulgação do resultado da pré-seleção, para os cinco Avisos, se dará até o dia 14 de setembro de 2007.
O foco dos projetos é o desenvolvimento da área de atuação do BNB, e tem evoluído no incentivo da participação do setor produtivo e de todas as parcerias que otimizem a utilização dos recursos disponíveis. Busca-se, assim, a valorização de pesquisas e difusão de tecnologias inovadoras que tenham reconhecida importância para o aproveitamento das potencialidades regionais e o incremento da sustentabilidade dos empreendimentos, conclui a assessoria da superintendência.

EMBRAPA MAIS ATUANTE NA REGIÃO

Embrapa/Milho e Sorgo - Empresa brasileira de pesquisa agropecuária passa a atuar mais no Norte de Minas. Desde essa quarta-feira, os pesquisadores da Empresa participam, em Janaúba e Nova Porteirinha, do I Simpósio de Pesquisa em Ciências Agrárias no Semi-Árido Mineiro.
O objetivo é divulgar os resultados de pesquisas realizadas em universidades da região e promover a integração dos profissionais que atuam no meio rural.
Segundo informou a assessoria da Embrapa, o pesquisador Ricardo Augusto Lopes Brito falou ontem sobre o tema Disponibilidade e produtividade da água: desafio para o século XXI. O Semi-Árido sofre com problemas de concentração de chuvas em determinados períodos do ano, o que leva a população a conviver com períodos de seca que comprometem a produção agropecuária. Saber utilizar e conservar a água, portanto, é uma estratégia que deve ser adotada pelos moradores da região.
O simpósio é uma promoção de três universidades públicas que atuam na região: a Unimontes - Universidade Estadual de Montes Claros, que mantém um campus em Janaúba; A UFMG-Universidade Federal de Minas Gerais, que tem seu Núcleo de Ciências Agrárias no Norte mineiro; e a UFVJM -Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. Além da Embrapa Milho e Sorgo, a Embrapa Semi-Árido (Petrolina-PE) participará do evento com duas palestras.
Mas os pesquisadores da Embrapa ainda continuam no Norte de Minas até o próximo dia 31. Fredolino Giacomini dos Santos e José Avelino Santos Rodrigues participarão do Encontro Técnico das Culturas da Cana e do Sorgo. O evento será na Fazenda Experimental da Epamig- Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais em Jaíba. Os pesquisadores da Embrapa discutirão as tecnologias de produção de silagem de sorgo com alta qualidade. Haverá uma palestra sobre o assunto e, logo depois, Fredolino será um dos debatedores do tema junto com representantes da Unimontes e da Epamig; José Avelino será o moderador da discussão.
- A cultura do sorgo é uma das que mais se adaptam às características naturais do norte mineiro. Mais resistente do que outras culturas agrícolas quanto à falta de água no solo, o sorgo tem grande potencial de desenvolvimento na região. Em parceria com diversas instituições públicas e privadas, a Embrapa vem incentivando a cultura do sorgo no Norte do estado. A empresa, em seu programa de melhoramento genético, já desenvolveu cultivares de sorgo que se adaptam bem ao semi-árido, não só mineiro, como também da região Nordeste do país - conclui a Embrapa.
A realização do encontro técnico em Jaíba é da Epamig.

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