quinta-feira, 25 de outubro de 2012
Fábrica de pimenta busca mercado estrangeiro
Produtor negocia contratos com compradores russos durante Encontro Internacional de Negócios do Nordeste
Ela é a estrela da culinária baiana e se destaca pelo sabor marcante que adiciona aos pratos. A pimenta pode ser grande, pequena, ardida, de cheiro e até doce, quando feita em conserva. No município de Santa Rita de Cássia (BA), o empresário Pedro Tassi já tempera o mercado nacional com a linha de molhos e conservas de pimenta. O produto pode ser encontrado nas prateleiras de São Paulo, Piauí, Ceará, além do estado da Bahia. Nesta quarta-feira, 24, ele foi ao XVI Encontro Internacional de Negócios do Nordeste (EINNE) especialmente à procura de novos clientes e mercados entre os 26 países participantes. O evento é uma iniciativa do Sebrae e termina nesta quinta-feira, 25, em Salvador.
Pedro conta que o negócio começou de forma artesanal em Marília, no interior paulista, em 1975. “Nós plantávamos pimenta e produzíamos um molho com sabor diferente graças à técnica aprendida com um vizinho francês. Foi um sucesso”, lembra. Mas, o destino levou a família Tassi para a Bahia quando Pedro tinha 14 anos. Em 1986, o pai do rapaz comprou uma fazenda no Estado e continuaram a investir na especiaria. “A empresa era administrada pelos meus pais. Eu terminei a faculdade e fui ser executivo em Curitiba”, lembra.
Com a morte da mãe, em 2007, Pedro largou o emprego e foi tocar a empresa na Bahia. No ano seguinte, inaugurou uma pequena fábrica, a Sabor e Cor. No primeiro ano de funcionamento, o faturamento foi de R$ 28 mil. Hoje, a receita anual chega a R$ 360 mil. Segundo o empresário, a meta para 2013 é que a marca atinja ganhos anuais de R$ 1 milhão. A produção atual gira em torno de 120 mil frascos por ano e o cultivo utiliza a irrigação durante todo o ano. “Colho pimenta de alta qualidade todas as semanas. O projeto de irrigação é da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codesvasp) e contribuiu para a excelência dos produtos”, assinala.
Com nove funcionários fixos e 20 colaboradores que ajudam na colheita, a empresa abriu outros mercados e apostou na mandioca. A Sabor e Cor tem comercializado mandioca descascada, massa de mandioca para bolo e corantes. Em janeiro do próximo ano, a novidade será o lançamento da mandioca palito pré-cozida.
Pedro garante que está entusiasmado com o primeiro dia da rodada de negócios com compradores, no XVI EINNE. Ele já saiu com a promessa de fechar negócios com representantes russos. “O projeto do Sebrae é fantástico, porque insere as micro e pequenas empresas no mercado global, coisa que não teríamos como fazer de forma isolada”, opina. O empresário completa: “A instituição tem a expertise de promover capacitações, além de adequar nosso trabalho para exportação. Só tenho que aplaudir”, comemora.(ascom Sebrae/BA)
quarta-feira, 10 de outubro de 2012
Dividido, BC reduz juros para 7,25% ao ano no décimo corte consecutivo
O aumento recente da inflação não impediu o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de reduzir a taxa básica de juros da economia brasileira. Nesta quarta-feira (10), a autoridade monetária decidiu baixar a taxa básica da economia de 7,5% para 7,25% ao ano. Este foi o décimo corte consecutivo na Selic - que começou a recuar em agosto do ano passado.
A decisão, entretanto, não foi unânime. Cinco diretores votaram pela redução dos juros, mas três integrantes do Copom, que foram voto vencido, queriam a manutenção da taxa básica em 7,5% ao ao.
O presidente do BC, Alexandre Tombini, votou pelo corte, juntamente com os diretores Aldo Mendes (Política Monetária), Altamir Lopes (Administração), Luiz Awazu (Assuntos Internacionais e Regulação do Sistema Financeiro) e Luiz Feltrim (Relacionamento Institucional). Votaram pela manutenção o diretor Carlos Hamilton (Política Econômica), Anthero Meirelles (Fiscalização) e Sidnei Corrêa (Organização do Sistema Financeiro).
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Veja a repercussão da decisão do Copom de baixar os juros para 7,25%
Com a queda, foi "renovada" a mínima histórica – ou seja, os juros atingiram o menor patamar já registrado em toda a série histórica do Banco Central, que começa em 1986. Até o momento, a menor taxa apurada era justamente de 7,5% ao ano.
Expectativas do mercado financeiro
A redução dos juros não confirmou a aposta feita pela maior parte do mercado financeiro na semana passada, divulgada pelo BC na última segunda-feira (8), por meio do relatório de mercado, também conhecido como Focus. A maior parte dos analistas consultados previa manutenção dos juros em 7,5% ao ano nesta quarta-feira.
Mesmo não sendo maioria na semana passada, quando foi feita a pesquisa do BC, boa parte dos economistas das instituições financeiras já acreditava que o BC reduziria os juros em 0,25 ponto percentual, de 7,5% para 7,25% ao ano, na reunião de hoje.
Nos últimos dias, porém, cresceu o número de analistas aposta em um novo corte de juros. Isso aconteceu após o discurso do diretor de Assuntos Internacionais da autoridade monetária, Luiz Awazu, que traçou, na última semana, um cenário pessimista sobre as perspectivas de crescimento dos países desenvolvidos nos próximos anos, e depois de o FMI ter divulgado perspectivas de crescimento mais comedidas para a economia global.
Segundo o economista Silvio Campos Neto, da Tendências Consultoria, a curva de juros [no mercado futuro] recuou nos últimos dias e estaria, inclusive, "precificando" [refletindo a aposta de instituições financeiras] um novo corte de juros por parte do Banco Central na reunião de hoje do Copom.
Ao fim do encontro, o Copom divulgou a seguinte explicação: "Considerando o balanço de riscos para a inflação, a recuperação da atividade doméstica e a complexidade que envolve o ambiente internacional, o Comitê entende que a estabilidade das condições monetárias por um período de tempo suficientemente prolongado é a estratégia mais adequada para garantir a convergência da inflação para a meta, ainda que de forma não linear".
Inflação X Crescimento
O prosseguimento no processo de corte dos juros básicos da economia acontece apesar da alta recente da inflação. Em setembro, por exemplo, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) somou 0,57% - o maior valor para o mês desde 2003.
Na parcial de janeiro a setembro, o índice acumula alta de 3,77%, abaixo da variação de 4,97% no mesmo período do ano passado. Já em 12 meses, o IPCA tem alta de 5,28%, acima dos 5,24% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores.
Pelo sistema de metas de inflação que vigora no Brasil, o BC tem de calibrar os juros para atingir as metas pré-estabelecidas de inflação, tendo por base o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Para 2012, 2013 e 2014, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. No ano passado, o IPCA, ao somar 6,5%, ficou no teto do sistema de meta.
Para o economista Sidnei Moura Nehme, da NGO Corretora, a manutenção do processo de corte dos juros na reunião de hoje demonstra que o BC está preocupado com o crescimento da economia brasileira, que, segundo a autoridade monetária, deverá ser de 1,6% neste ano - o menor desde 2009. Ao reduzir juros, a autoridade monetária estimula a atividade econômica.
"Ante a intensificação da percepção de que 2013 poderá ser um ano adverso para as economias emergentes, face a não recuperação das economias ditas desenvolvidas, e pior, com os programas de incentivos à retomada promovidos por estes países, contrariamente ao ocorrido por ocasião dos programas anteriores, não vir estimulando a valorização dos preços da "commodities", é importante e relevante que o governo persista em estimular o investimento na economia brasileira", avaliou Nehme em comunicado.
BC´s ao redor do mundo
Além disso, segundo analistas, o BC brasileiro, em linha com a forma de operar de outras instituições ao redor do mundo, tem deixado um pouco de lado a chamada "atuação clássica" da política monetária, ou seja, com foco apenas na inflação, e se preocupado também com o crescimento da economia brasileira. Na última reunião do Copom, no fim de agosto, os juros caíram mesmo com a perspectiva de alta da inflação em 2012.
Outros bancos centrais ao redor do mundo, como nos Estados Unidos, Europa e Japão, também têm demonstrado, com políticas de injeção de recursos nos mercados financeiros, uma preocupação menor com a inflação em busca de um crescimento mais alto do PIB e aumento do número de empregos.
"O BC brasileiro está sim demonstrando um pouco mais de flexibilidade [com as metas de inflação]. Isso acontece em um momento de muita incerteza no cenário internacional, e com outros BC´s mais flexíveis. Mas a situação no Brasil, do ponto de vista de inflação, é pior. A gente deveria tornar essa flexibilidade 'temporária' e não em uma política de descumprimento de metas, o que passaria uma mensagem de leniência com a inflação", avaliou Silvio Campos Neto, da Tendências.
Rendimento da poupança
O corte dos juros básicos por parte do Banco Central reduz, novamente, a rentabilidade da poupança. Pelas novas regras definidas pelo governo, a poupança passou a ser atrelada aos juros básicos da economia, rendendo 70% da aplicação, mais a Taxa Referencial, quando a taxa básica estiver abaixo de 8,5% ao ano.
Com juros em 7,25% ao ano, a poupança será remunerada em 5,07% ao ano mais TR, contra 5,25% ao ano (acrescida da TR) quando os juros estavam, por exemplo, em 7,5% ao ano. Antes da mudança das regras, a poupança rendia, pelo menos, 6,17% ao ano, mais TR. Na poupança, porém, não é cobrada taxa de administração e nem Imposto de Renda (IR) - ao contrário dos investimentos em fundos. Os recursos podem ser sacados a qualquer momento.
terça-feira, 2 de outubro de 2012
Em crise, França compra briga com montadoras sul-coreanas
Ministro Montebourg acusou Hyundai e Kia de concorrência desleal (Foto: Reuters)
Amplos estandes de fundo branco, bem iluminados e cheios de carros com preços mais acessíveis já viraram marca registrada do grupo sul-coreano que carrega as marcas Hyundai e Kia. Seus destaques no Salão de Paris, que abriu no último sábado (29) para o público vai até o próximo dia 14, são o Hyundai i30 duas portas (sem previsão para o Brasil, por enquanto) e o Kia Carens. No entanto, eles passaram a ser coadjuvantes de uma briga entre o ministro francês da indústria, Arnaud Montebourg, e a montadora sul-coreana.
Ministro Montebourg acusou Hyundai e Kia de concorrência desleal (Foto: Reuters)
O governo francês acusou as duas marcas por dumping - concorrência desleal na venda por prática de preços bem abaixo do mercado. Isso porque em maio, passou a valer um acordo de livre comércio entre a Coreia do Sul e a França, assinado em 2011, que libera a entrada dos carros sul-coreanos sem taxação. No entanto, os carros que eles mais exportam para a França são compactos movidos a diesel, um segmento dominado pelas montadoras francesas.
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Cobertura completa do Salão de Paris
FOTOS: mais de 90 imagens do evento
Em discurso durante a convenção anual do Partido Socialista Francês, Montebourg foi taxativo na acusação e pediu aos franceses para comprarem carros nacionais, além de defender que a União Europeia crie uma nova medida para proteger setores como o automobilístico.
Dados da Associação Francesa de Montadoras (CCFA) apontam que a produção automobilística da França caiu 17% nos primeiros sete meses deste ano. Em relação ao mesmo período de 2011, as vendas da Hyundai cresceram 30%. Neste mesmo período, as vendas das francesas PSA Peugeot Citroën e Renault caíram 20% e 17%, respectivamente.
O G1 questionou representantes do grupo PSA – que planeja demitir 8 mil funcionários em um plano de reestruturação – sobre o grau de ameaça das concorrentes sul-coreanas, mas eles se mostraram mais preocupados em resolver problemas internos de redução de custos e lançamento de novos produtos do que fomentar uma guerra contra os sul-coreanos.
“É natural e importante que o governo defenda a indústria local. Mas a grande preocupação da França, que é uma preocupação na Europa em si, é a trabalhista. Isso é algo muito forte até como parte de nossa cultura”, afirma o italiano e diretor geral da marca Citroën no Brasil, Francesco Abbruzzesi. O executivo se refere tanto à tentativa de manter os empregos na Europa, quanto a exploração da mão de obra com baixos salários em países como Coreia do Sul, China e do Sudeste Asiático.
Já o presidente do grupo PSA no Brasil e na América Latina, Carlos Gomes, ressalta que a França abriu as portas para a Coreia do Sul, mas o país não facilita a entrada de carros sul-coreanos. “A Europa está em crise, é natural que ela se proteja”, defende o executivo.
O G1 procurou representantes de Hyunda e Kia no salão, mas nao achou quem comentasse o assunto.
Bate-boca
A briga por preços abaixo do mercado já extrapolou até em calorosas discussões entre as montadoras. Na última sexta-feira (29) o CEO do grupo italiano Fiat e o "chefão" do alemão Volkswagen, Martin Winterkorn, fizeram as pazes em público com um abraço no meio do Salão de Paris. A saia bem mais justa do que uma banderola do Greenpeace (levantada no meio da apresentação da VW) começou com um discurso do executivo italiano, no papel de presidente da Associação de Construtores Europeus de Automóveis, em julho.
Marchionne reclamou da prática de preços da Volkswagen feita especialmente no compacto Up!, que adotou uma estratégia de grandes descontos por toda a Europa. Com isso, a montadora alemã teria criado um “clima frenético de mercado”, prejudicando todas as outras montadoras no continente, em crise econômica.
Winterkorn, por sua vez, retrucou e disse que a Volkswagen estava preparada para deixar a associação, argumentando que Marchionne não era qualificado para liderar o grupo – a Fiat é pequena na Europa, tendo como principal mercado de vendas a Itália e o segundo, o Brasil.
Mais do que depressa Marchionne convidou Winterkorn para uma conversa cara-a-cara bem no salão. O alemão foi. No fim, os dois executivos se encontraram, apertaram as mãos e se abraçaram, dizendo que a disputa havia sido resolvida. Afinal, “quem nunca?”, como diriam os brasileiros.(com informações G1)
Produção industrial cresce 1,5% em agosto, diz IBGE
A produção da indústria brasileira registrou alta de 1,5% em agosto, na comparação com o mês anterior, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado nesta terça-feira (2). O crescimento de 1,5% em agosto é o maior desde maio de 2011, quando fora de 1,6%. Os três meses de taxas positivas, que acumularam alta de 2,3%, eliminam as perdas de 1,8% registradas nos meses de março, abril e maio.
Na comparação com agosto de 2011, houve queda de 2% - a 12º taxa negativa seguida nesse tipo de análise. No ano, a taxa acumula recuo de 3,4% e, em 12 meses, queda de 2,9% - a mais intensa desde janeiro de 2010, quando chegou a -5%.
Na análise por setores, a pesquisa mostra que 20 dos 27 ramos registraram aumento na produção, com destaque para o de veículos automotores, que subiu 3,3%, puxado pelo crescimento na produção de automóveis. Essa é a terceira alta positiva seguida.
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Também tiveram influência sobre o resultado de agosto as altas das produções dos setores de alimentos (2,1%), fumo (35,0%), refino de petróleo e produção de álcool (2,5%), outros produtos químicos (1,9%), farmacêutica (3,1%) e material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (5,9%).
Na contramão, entre os ramos que reduziram a produção está o de setores de máquinas e equipamentos (-2,6%).
Na análise entre as categorias de uso, a de bens de consumo duráveis cresceu 2,6%, representando a maior alta no mês e acumulando alta de 9,4%. O segmento de bens intermediários cresceu 2,0% e o de bens de consumo semi e não duráveis, 1,2%. O setor produtor de bens de capital mostrou alta de 0,3% em agosto.
Desempenho no ano
No ano, a produção industrial mostrou taxas negativas em todas as categorias de uso, em 18 dos 27 ramos, em 48 dos 76 subsetores e em 57,5% dos 755 produtos pesquisados pelo IBGE. Entre os setores, o de veículos automotores, que mostrou queda de 16,3%, exerceu a maior influência negativa na formação do índice geral.
Contribuições negativas vieram também de material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (-16,9%), alimentos (-2,7%), metalurgia básica (-4,6%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-8,4%), máquinas e equipamentos (-3,1%), edição, impressão e reprodução de gravações (-5,5%), máquinas para escritório e equipamentos de informática (-11,1%), fumo (-16,6%), vestuário e acessórios (-11,5%) e borracha e plástico (-3,7%).
Por outro lado, entre as nove atividades que aumentaram a produção, estão os setores de outros produtos químicos (4,5%), refino de petróleo e produção de álcool (4,1%) e outros equipamentos de transporte (7,2%).
Sobre 2011
Em relação a agosto de 2011, a atividade fabril recuou em 16 dos 27 setores pesquisados, puxada por veículos automotores (-11,2%). Também exerceram influência negativa os setores de máquinas e equipamentos (-6,6%), edição, impressão e reprodução de gravações (-11,5%), material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (-12,6%), metalurgia básica (-5,5%) e alimentos (-2,1%).
fonte G1
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