sexta-feira, 8 de julho de 2011

No Norte de Minas, gado Nelore é estrela nos pastos


R$ 8 mil é a cotação média dos animais arrematados em leilões na região

Durante anos, Montes Claros, Norte de Minas Gerais, vem se destacando na criação de gado de corte em todo Estado. Apesar de os pecuaristas conviverem com os longos períodos de estiagem, o gado Nelore parece resistir às adversidades e sobrevive como uma estrela de hollywood nos pastos da região. Outro detalhe importante é que este gado é comercializado em praças como Triângulo Mineiro, São Paulo entre outros.
Na reportagem de hoje falaremos o quanto a exposição Agropecuária de Montes Claros ( Expomontes) é vitrine para o gado de muita gente boa das minhas Minas Gerais.
Conforme publicou o jornal Estado de Minas, o avanço da raça nelore no Norte de Minas é destaque na Exposição Agropecuária Regional de Montes Claros, aberta na sexta-feira e que prossegue até domingo no Parque de Exposições João Alencar Athayde. A Expomontes chega à 37ª edição, sendo considerada a segunda maior mostra agropecuária do interior do estado, atrás apenas da Expozebu, de Uberaba, no Triângulo Mineiro. A mostra é a maior festa do Norte de Minas, e neste ano a expectativa é de que 300 mil pessoas visitem a exposição.

De acordo com os organizadores da Expomontes, nesta edição deverão ser comercializados cerca de 11 mil animais, dos quais cerca de 90% são nelores, em 10 leilões. Estão previstos quatro remates de elite da raça zebuína – dois deles transmitidos por canal a cabo, com a venda de cerca de 300 reprodutores e matrizes selecionadas. Serão leiloados animais de alguns dos principais selecionadores de nelore do estado.

O diretor técnico da Sociedade Rural de Montes Claros, Marcos Miguel Mendes, lembra que o valor médio pago por reprodutores arrematados na região fica em R$ 8 mil. Mas, na Expomontes, os preços de alguns exemplares de elite da raça nelore poderão chegar às alturas. “Existem animais que poderão sair até acima de R$ 50 mil”, diz Marcos Mendes. Ele lembra que, recentemente, na Exposição Agropecuária de Janaúba (também no Norte de Minas), um embrião de uma vaca nelore foi arrematado por R$ 105 mil. “A venda dos animais selecionados em leilões será importante para transmitir um melhoramento genético em todo o rebanho comercial da região”, salienta.

COMPETIÇÃO A mostra de Montes Claros conta com cerca de 500 animais expostos com o objetivo de concorrer às provas de melhoramento genético. O diretor técnico da Sociedade Rural ressalta que o nível da competição entre criadores de nelore aumentou muito na Expomontes porque a exposição passou a fazer parte do ranking nacional da raça. “Temos em Montes Claros alguns criadores que estão no topo do ranking nacional da raça. Por isso, a competição é muito acirrada”, explica Marcos Mendes.

O Norte de Minas tem, hoje, em torno de 2,8 milhões de cabeça de gado. Segundo Marcos Mendes, cerca de 90% do rebanho da região tem sangue nelore. “Desta forma, a raça tem um peso muito grande na economia do Norte de Minas, cuja vocação é a pecuária”, observa Mendes. A rusticidade e a adaptação ao clima quente e de poucas chuvas foram os principais fatores para o aumento do rebanho da raça zebuína no Norte do estado. “A pecuária é explorada no Norte de Minas há 100 anos e o nelore chegou à região há 40 anos. A raça agregou valor à pecuária regional pela excelente rusticidade. Mesmo nos períodos de seca, quando há restrição de alimentos, o nelore mantém o bom nível de produção”, afirma o presidente da Associação dos Criadores de Gado de Corte do Norte de Minas (ACGC), João Gustavo de Paula. Ele lembra ainda que, com a boa adaptação às regiões de clima quente, o nelore fica mais resistente a doenças. Isso diminui os custos com a criação.

GANHO DE PESO É DESTAQUE O produtor João Carlos Albuquerque, que foi um dos pioneiros da criação de nelore no Norte de Minas, ressalta que a adaptação dos animais ao clima semiárido facilita o manejo. Ele se dedica à criação da raça há 35 anos na Fazenda Bonsucesso, em Francisco Sá. “Com melhoramento genético, o ganho de peso do nelore melhorou muito. Hoje, já é possível que um animal nelore consiga alcançar 18 arrobas em dois anos e meio no pasto. Estou satisfeito com os resultados”, testemunha.

A raça está obtendo um ganho de peso nos municípios norte mineiros superior ao verificado em outras regiões do país. Isso está sendo medido na ponta do lápis por um grupo de criadores da região que se inscreveram em uma prova coordenada pela Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ). A prova envolve de 50 a 80 animais, que são pesados constantemente, sendo verificado ganho de peso em cada espaço de tempo. “Os índices têm sido altamente satisfatórios. O potencial de ganho de peso do nelore no Norte de Minas é maior do que o de outras regiões do país”, afirma o zootecnista João Newton Lopes, que acompanha a prova. ( fonte E.M)

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