terça-feira, 5 de março de 2013

Plano Estadual da Borracha dá sustentabilidade a diversas regiões da Bahia

Plano Estadual da Borracha dá sustentabilidade a diversas regiões da Bahia
Sair da produção de 17,2 toneladas/ano para 146 mil toneladas; de 32.314 hectares plantados para mais 100 mil hectares com variedades melhoradas de seringueira nos próximos 20 anos; ampliar de 6,5 mil empregos para 34 mil, aumentar a produtividade de 800 kg/hectare para 1.460 kg/hectare, eliminar a importação de borracha seca, que hoje representa 70% do consumo interno; aumentar a renda oriunda da produção dos atuais R$ 102 milhões/ano, para R$ 865 milhões/ano; ampliar a arrecadação de ICMS de R$ 18 milhões /ano, para R$ 163 milhões/ano, e chegar ao ano 2040 com a Bahia autossuficiente na produção de borracha natural. Esses são os principais objetivos do Programa de Desenvolvimento do Setor da Borracha Natural do Estado da Bahia (Prodebon), lançado na manhã desta segunda-feira (9), no santuário da Primeira Igreja Batista de Valença. “Este é o primeiro plano estadual estratégico que estamos lançando” disse o secretário da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Reforma Agrária Pesca e Aqüicultura, engenheiro agrônomo Eduardo Salles, lembrando que “para organizar e estruturar a agropecuária do Estado criamos 22 câmaras setoriais de cadeias produtivas consideradas estratégicas, que receberam a missão de elaborar planos estratégicos para os próximos 20 anos”. Ainda nesse semestre, o governo do Estado, através da Seagri, vai lançar o Plano Estadual do Leite, e mais cinco planos de outras cadeias até o final do ano. “Este não é um plano de governo. Foi elaborado pela Câmara Setorial da Borracha Natural, e cabe ao governo fazer a sua parte, garantindo assistência técnica e todo apoio necessário à efetivação do programa”, disse Salles, aplaudido por mais de mil agricultores que lotaram o santuário da igreja. Também participaram do evento oito prefeitos da região, 18 secretários de Agricultura, dezenas de vereadores e presidentes de associações, cooperativas e de sindicatos. Durante a solenidade, o secretário Eduardo Salles assinou ordem de serviço autorizando a Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA) a realizar licitação para compra de 80 mil mudas de seringueira, as primeiras que serão entregues a agricultores familiares. Na seqüência, foram entregues, simbolicamente, algumas mudas a agricultores. A Bahia é o segundo maior produtor nacional de borracha natural do Brasil, atrás apenas de São Paulo, mas sua produção responde hoje por apenas 30% do consumo interno. “Essa é uma realidade que começamos a mudar com o lançamento do Prodebon”, afirmou Ivo Cabral secretário executivo da Câmara Setorial da Borracha Natural, acrescentando que “a Bahia está dando um salto qualitativo e quantitativo”. Cooperação A solenidade de lançamento do programa foi marcada pelo compromisso de cooperação assumido pelo governo do Estado, através da Seagri/EBDA/Adab/CDA; Secretaria de Ciência e Tecnologia (Secti); Sedir/Car; MDA; Mapa/Conab; BNB; BB; Ceplac; Faeb; Senar-Ba; Sebrae-BA; Organização de Conservação da Terra (OCT); Instituto Biofábrica de Cacau; Fetraf-Ba; Fetag-Ba; Sema/Inema, além das indústrias de pneus. O secretário Eduardo Salles explicou que parte da implantação proposta, cerca de 75% dos 100 mil hectares de seringueira, será feita no Sistema Agro Florestal (SAF), consorciado com o cacau e a banana, dando sustentabilidade ao produtor. Outra parte, 25%, será em substituição de eritrina por seringueira em plantios de cacau. O Prodebon vai atender a 18.133 produtores, em sua maioria da agricultura familiar. Os pequenos produtores alvo do programa estão distribuídos nos Territórios de Identidade Agreste Alagoinhas/Litoral Norte, Baixo Sul, Extremo Sul, Litoral Sul, Médio Rio das Contas, Recôncavo e Vale do Jiquiriçá, compreendendo a superfície de 95 mil Km2. Autossuficiência Henrique Almeida, presidente do Instituto Biofábrica de Cacau destacou que “esse programa, além de colocar a Bahia no caminho da autossuficiência da borracha natural, representa grande avanço também para a cultura do cacau que, consorciada com a seringueira, vai dar sustentabilidade e rentabilidade à cacauicultura, garantindo melhor renda para os cacauicultores”. Para Geraldo Machado, superintendente do Senar na Bahia, “a grande característica do Prodebon é que se trata de um programa que nasce fadado ao sucesso, pois tem mercado concreto, uma vez que a Bahia abriga indústrias produtoras de pneus”. Ele acrescenta que o programa articula ações que eram feitas de forma pulverizada, destacando a capacitação de pessoal. Como exemplo ele citou o fato de que os alunos de cursos patrocinados pelo Senar já estão sendo direcionados ao Sistema Agro Florestal (SAF), que é uma marca registrada do Prodebon. Para a prefeita de Valença, Jucélia Nascimento, esta é uma grande oportunidade da região ter novo oxigênio para alavancar o setor da borracha, reprimido ao longo dos anos. O diretor executivo da Companhia de Ações Regionais (Car) Vivaldo Mendonça, afirmou que “hoje é um dia histórico para a cadeia produtiva da borracha, com o lançamento de um programa que cria uma agenda executiva que, com toda certeza, será cumprida”. Ele disse ainda que “vamos trabalhar para inserir esta iniciativa no programa Brasil Sem Miséria, abrindo espaço para o artesanato de borracha. “Isso que estamos fazendo hoje é inovação e tecnologia”, disse o secretário de Ciência e Tecnologia, Paulo Câmara, garantindo que “o Prodebon nos dá as garantias de que as ações propostas serão executadas”. Tanto o superintendente regional do BNB, Jorge Bagdeve, quanto o superintendente regional do BB, Romeu Schiavon, destacaram a sinergia e o trabalho integrado, e asseguraram o apoio financeiro das instituições, com o acesso ao crédito sem burocracia. Fonte: Ascom Seagri

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