quarta-feira, 22 de maio de 2013
Navio com milho argentino atraca hoje em Salvador
Brasília, 17 - O navio com 20 mil toneladas de milho argentino, compradas pelo governo brasileiro para alimentar os rebanhos de pequenos criadores atingidos pela seca na Bahia, atraca na próxima quarta-feira, 22, no porto de Salvador. A compra do milho foi feita pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) por meio de leilão público. A Nidera Sementes, subsidiária da trading holandesa do mesmo nome, quando arrematou o lote, pretendia entregar milho depositado em Luis Eduardo Magalhães (BA), mas optou por buscar milho na Argentina por causa da enorme fila de caminhões para embarque de soja no porto baiano. Segundo a empresa, mesmo com a importação o custo da operação foi o mesmo.
O governo comprou 83 mil toneladas de milho a granel com frente incluso e descarga nos portos nordestinos, que serão doadas aos governos estaduais para venda a preços subsidiados nos municípios do semiárido. Um lote de 30 mil toneladas foi arrematado pela Coamo, cooperativa de Campo Mourão (PR), para desembarque até 13 de junho no porto de Recife. Outro lote de 25 mil foi arrematado pelo Grupo Getúlio Viana, empresa de Primavera do Leste (MT), para entrega até 18 de junho em Pernambuco.
A intenção inicial era comprar 103 mil toneladas a granel, mas não houve interesse das tradings na venda de um lote de 28 mil toneladas, sendo 16 mil para entrega na Paraíba e outras 12 mil toneladas no Rio Grande do Norte. Na próxima quarta-feira o governo realiza um novo leilão para compra das 28 mil toneladas, mas desta vez a entrega do cereal já ensacado será feita por caminhões diretamente nos postos de distribuição da Conab dos municípios atingidos pela seca.
O leilão de milho ensacado para o Rio Grande do Norte e Paraíba teve uma mudança em relação aos anteriores, que é a entrega do cereal sobre rodas. A responsabilidade do desembarque agora será da própria Conab, para reduzir o custo de descarga, pois os sindicatos de trabalhadores braçais cobram R$ 1,50 pela retirada de cada saca de milho dos caminhões. O milho chega ao Nordeste por R$ 40/saca, em média, e é vendido aos criadores por R$ 18,12/saca em lotes de até 3 toneladas e a R$ 21/saca até 6 toneladas.
Fonte: Estadão Conteúdo
Milho Argentino chega no porto de Salvador hoje
Caos logístico força governo a trazer milho da Argentina para o Nordeste
Conab tem estoque de milho no interior da Bahia, mas teve de importar o cereal para atender regiões atingidas pela estiagem
Apesar da safra recorde deste ano, entraves logísticos obrigarão o governo federal a receber milho argentino para ajudar no combate à maior seca dos últimos 50 anos no Nordeste. O caos logístico, que prejudica o escoamento da produção para a exportação, também impede o transporte do milho guardado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no interior da Bahia. Como solução, a companhia decidiu trazer o cereal da Argentina.
Trata-se do segundo problema logístico de grandes proporções, em conjunto com as filas de caminhões para embarcar a supersafra de grãos em alguns portos brasileiros. É, também, uma ironia, tendo em vista a situação de ampla oferta de milho no mercado interno, o que leva os produtores brasileiros a pressionar por medidas de apoio ao escoamento da safra, já que falta espaço nos armazéns no Centro-Oeste e há risco de ser estocada a céu aberto.
O lote de 20 mil toneladas de milho argentino, que será entregue no Porto de Salvador, foi a primeira compra do governo em leilões realizados pela Conab. Ao todo serão compradas 103 mil toneladas de milho para atender os pequenos criadores que sofrem com a seca prolongada. O cereal será doado aos governos estaduais, que serão responsáveis pelo ensacamento, transporte e distribuição.
O Nordeste enfrenta a maior seca em mais de meio século, com 1.386 municípios em situação de emergência, segundo a Secretaria Nacional de Defesa Civil. Em visita à região, a presidente Dilma Rousseff prometeu a entrega de 49,1 mil toneladas de milho e máquinas escavadoras. Neste ano, o Brasil deve colher 78 milhões de toneladas de milho, 7% mais que na safra passada, segundo a Conab.
Fila. No caso do milho argentino, a intenção inicial da Nidera Sementes, subsidiária da trading holandesa do mesmo nome, era entregar o cereal estocado em Luiz Eduardo Magalhães, município do oeste da Bahia a cerca de mil quilômetros do Porto de Salvador. Entretanto, como a fila de caminhões para embarque de soja no porto baiano é imensa, para não correr risco de atraso a empresa optou por entregar o milho argentino, que começou a ser carregado em navios na origem.
A Coamo, cooperativa de Campo Mourão, será responsável pela entrega de 30 mil toneladas de milho no Ceará, com a vantagem de ter um terminal de grãos em Paranaguá. Para concluir a operação, precisará contar com a ajuda do governo para "furar a fila" de navios que estão aguardando por várias semanas a vez de atracar no porto. A Secretaria dos Portos baixou uma portaria dando prioridade ao embarque e desembarque do milho que irá para o Nordeste.
A prioridade para as operações nos portos também é fundamental para o Grupo Getúlio Viana, de Primavera do Leste (MT), que vai entregar 25 mil toneladas de milho no Recife. Marcos Viana, diretor administrativo do grupo, diz que a venda ao governo foi alternativa encontrada para garantir o escoamento da produção de milho, que neste ano enfrentará dificuldades de logística e de preços, por causa da colheita de safra recorde em Mato Grosso.
Ele afirma que a empresa arrematou o lote por R$ 730,80 a tonelada no Recife, mas somente de frete rodoviário até Paranaguá vai gastar R$ 300 por tonelada. Viana diz que os cálculos da cabotagem ainda estão sendo realizados, mas prevê que a margem de ganho na operação "será muito pequena".
Segundo Viana, além da logística complicada existem outros fatores do chamado "custo Brasil" que são imprevisíveis. Um problema é o preço cobrado pelo sindicato dos trabalhadores braçais em municípios como Bom Jesus da Lapa (BA), para retirar o milho do caminhão.
Os sindicatos cobram R$ 1,50 por saca de 60 quilos. Ele diz que na origem, com todo trabalho de ensacar o milho e colocar em cima do caminhão, o custo da mão de obra é de R$ 2 por tonelada. Setores do governo reconhecem que o cereal não resolve o problema do gado faminto no Nordeste, pois os ruminantes precisam mais da forragem escassa do que do milho.
fonte:
VENILSON FERREIRA / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo
Debate ambiental é desafio para expansão do setor elétrico, diz EPE
RIO DE JANEIRO, 21 Mai (Reuters) - O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, afirmou nesta terça-feira que um dos principais desafios para a expansão do setor elétrico é o diálogo com a área ambiental.
"A gente tem um entrave na expansão...que é o diálogo com a área ambiental", disse Tolmasquim, durante evento do setor no Rio de Janeiro.
"A questão de como viabilizar a expansão do ponto de vista ambiental exige tratar com áreas fora do setor...Que são cada vez mais complexas", acrescentou.
O diretor da EPE disse ainda que são necessários "mecanismos mais fáceis de diálogo" entre o setor elétrico e o segmento ambiental, e que os entraves para expansão estão cada vez mais visíveis no segmento de transmissão de energia, além da geração.
"A solução não é simples, não existe solução unilateral. Depende de diálogo, depende de convencimento", disse.
Licenças emitidas por órgão ambientais são necessárias para início de obras e operação comercial de novos empreendimentos do setor elétrico. Em alguns casos, ainda é exigida licença prévia ambiental para possibilitar participação de grandes hidrelétricas em leilões.
Empreendedores reclamam que o atraso na liberação de licenças também atrasa a operação de novos projetos, o que ainda aumenta os riscos do investimento.
(Reportagem de Sérgio Spagnuolo)
segunda-feira, 20 de maio de 2013
Programa Minas Leite em discussão durante a 6ª SIT
Com o objetivo de fornecer um produto de qualidade à sociedade, além de gerar condições para aumento de qualidade de vida dos agricultores e tornar a atividade leiteira mais eficiente, será realizado na próxima terça-feira, 21, o 2º Encontro Regional do Programa Minas Leite (http://www.agricultura.mg.gov.br/programas-e-acoes/minas-leite). O evento integra as atividades da 6ª SIT (Semana de Integração Tecnológica), que acontece de 20 a 24 de maio na Embrapa Milho e Sorgo, em Sete Lagoas-MG.
As atividades do encontro iniciam às 8h30, sendo que palestras e cursos serão realizados durante todo o dia em áreas da Embrapa e da Epamig (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais). Um dos temas que será tratado é a gestão de custos na pecuária leiteira. Segundo o pesquisador João Cesar de Resende, da Embrapa Gado de Leite (Juiz de Fora-MG), o objetivo é discutir um método que, embora simples, permite chegar a indicadores consistentes para analisar a rentabilidade de uma fazenda leiteira.
“Pela sua simplicidade e objetividade, os procedimentos discutidos podem ser utilizados não só pelos especialistas consultores da atividade, mas também pelos próprios produtores”, adianta o pesquisador. Segundo ele, procedimentos práticos serão apresentados para mensurar os custos e as receitas da atividade leiteira, “buscando simplificar e tornar mais precisa e isenta de subjetividades a análise econômica da fazenda”. “Para melhor entender os conceitos discutiremos com os participantes um exemplo prático e real”, explica.
Outro assunto de grande interesse por parte dos produtores é a implantação de cerca elétrica e manejo de pastagens. O curso será realizado na Epamig e dois profissionais apresentarão o tema: o pesquisador da Embrapa Gado de Leite Domingos Paciullo e o bacharel em Gestão do Agronegócio Thiago Bicalho, da Belgo. O curso irá apresentar as justificativas para o uso correto da cerca elétrica, custos, disposição dos arames e postes, itens para montagem e as vantagens desse sistema.
O encontro é direcionado a extensionistas, lideranças rurais, produtores e técnicos de cooperativas. Veja toda a programação da SIT em http://sit.cnpms.embrapa.br/ .
SERVIÇO
2º ENCONTRO REGIONAL – PROGRAMAS MINAS LEITE
LOCAIS: Embrapa Milho e Sorgo (Rodovia MG 424, km 45, Sete Lagoas-MG): auditório do NIA (Núcleo de Informação para o Agronegócio), Vitrine de Tecnologias, áreas iLPF e Epamig (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais)
EVENTO: 6ª SIT (Semana de Integração Tecnológica). Informações em http://sit.cnpms.embrapa.br/ .
DATA: 21 de maio de 2013 (terça-feira)
HORÁRIO: 8h às 17h
quinta-feira, 16 de maio de 2013
Milho biofortificado será lançado pela Embrapa
Uma cultivar de milho com quantidade de pró-vitamina A (carotenoides) cerca de quatro vezes superior à encontrada em cultivares comuns do cereal será lançada pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) no próximo dia 20 de maio. A pró-vitamina A se transforma em vitamina A a partir de reações químicas no organismo. Entre suas funções estão a manutenção de uma boa visão, uma pele saudável e um bom funcionamento do sistema imunológico. A falta dela no organismo humano resulta na hipovitaminose A, considerado um dos principais problemas de nutrição no mundo. Essa deficiência está associada à perda de visão em crianças.
A cientista de alimentos Maria Cristina Dias Paes, da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG), Unidade responsável pelo desenvolvimento da cultivar, explica que o milho biofortificado – a cultivar será identificada pela sigla BRS 4104 – apresenta concentração de carotenoides percursores da vitamina A na faixa de 6 a 8 microgramas por grama de grãos. O milho comum apresenta entre 2,5 e 4 microgramas.
Em áreas experimentais na Embrapa Milho e Sorgo, o milho pró-vitamina A vem produzindo bem. De coloração amarela intensa, a cultivar foi desenvolvida a partir de um trabalho de seleção onde os grãos que apresentaram maior quantidade de pró-vitamina A foram selecionados e utilizados no processo de melhoramento. “Esse milho apresenta ciclo precoce e estamos muito otimistas com suas características agronômicas”, destaca Paulo Evaristo Guimarães, pesquisador da área de melhoramento.
A cultivar será lançada durante a 6ª SIT (Semana de Integração Tecnológica) e é resultado das ações do projeto BioFORT, nome que vem de biofortificação de alimentos, que trabalha o melhoramento genético convencional de culturas agrícolas que compõem a dieta básica da população brasileira e de outros países onde problemas nutricionais ainda são prevalentes. No Brasil, pesquisadores da Embrapa já conseguiram cultivares de mandioca e de batata-doce com altos teores de vitamina A e arroz, feijão e feijão-caupi mais ricos em ferro e zinco.
O milho biofortificado com pró-vitamina A é específico para programas sociais, como os de merenda escolar. O trabalho de transferência de tecnologia vem sendo feito pela Embrapa por meio da multiplicação de sementes biofortificadas pelas comunidades parceiras, cujos alimentos resultantes são utilizados em programas sociais, como o uso na merenda escolar e na dieta dessa população. Entre os impactos esperados estão o combate à desnutrição e à carência de nutrientes essenciais ao ser humano. Com a transferência dessa tecnologia, comunidades poderão ser beneficiadas com o consumo de alimentos mais nutritivos.
SERVIÇO
Lançamento da cultivar de milho BRS 4104, enriquecida em pró-vitamina A
LOCAL: Embrapa Milho e Sorgo (Rodovia MG 424, km 45, Sete Lagoas-MG)
EVENTO: 6ª SIT (Semana de Integração Tecnológica). Informações em http://sit.cnpms.embrapa.br/ .
DATA: 20 de maio de 2013 (segunda-feira)
HORÁRIO: 11h30 às 13h, sendo:
11h30 às 12h: Palestra sobre alimentos biofortificados: inovação na agricultura para a nutrição
Auditório Renato de Oliveira Coimbra
12h às 13h: Visita à Vitrine de Tecnologias e lançamento da cultivar BRS 4104
terça-feira, 14 de maio de 2013
Renegociação de dívidas é pauta em Maragogipe
Um mutirão reuniu agricultores, pescadores e marisqueiras numa ação realizada pela Seagri em parceira com bancos e prefeitura.
Maragogipe/BA- Voltar a ter acesso ao crédito. Esta é foi a oportunidade a que o governo da Bahia, através da Secretaria Estadual de Agricultura (Seagri), em parceria com as instituições financeiras Banco do Nordeste (BNB) e Banco do Brasil (BB), e prefeitura municipal de Maragogipe, proporcionou ao agricultor que contraiu crédito junto ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), de renegociar suas dívidas, no mutirão realizado, nesta sexta-feira, (10), em Maragogipe.
O mutirão que foi realizado na Casa de Cultura do município atendeu a centenas de agricultores ávidos em se informar sobre como acessar novas linhas de crédito, e o mais importante, pagar o que deve, baseando-se nas regras de renegociação propostas pelo governo Federal, por meio de resoluções expedidas pelo Banco Central.
Houve quem aproveitou a oportunidade para quitar o saldo devedor, com recursos do Defeso e vislumbrou a chance de contrair novo crédito. Caso das marisqueiras, Antônia Ribeiro de Souza, Anaci da Conceição, Aldeci da Conceição e do pescador, João Carlos Bispo dos Santos, que tomaram empréstimo com o Banco do Nordeste há 11 anos e querem regularizar a situação.
Dona Nilzete da Silva, pescadora desde a infância, confessa que não vive sem acordar, ainda de madrugada, para enfrentar o alto mar. Ela foi ao mutirão por causa da necessidade de comprar um barco para aumentar a renda e precisa de novo empréstimo para adquiri-lo. “Hoje, não teria condições para comprar o barco dos meus sonhos, toda minha família é pescadora e vivemos desta atividade herdada de nossos pais”, declara.
Ela explica que tomou o primeiro empréstimo no BNB, de R$ 500, há uns anos, e pagou dois dias antes do vencimento, depois adquiriu outro de R$ 2.500, do Pronaf e já pagou a primeira parcela de R$ 940, e a outra prestação vence em 2014. “Hoje vim neste mutirão tentar ver se renegocio esta dívida e tomo outro crédito para a compra de meu barco, pois pesco em alto mar em São Roque, Salamina, e Maragogipe com rede artesanal, e trabalho com pescada, tainha, camarão e marisco”, completa.
Para o secretário estadual da Agricultura, engenheiro agrônomo Eduardo Salles, o alto índice de endividamento levantado pelos bancos tem ocasionado o travamento do crédito. Por isso, diz que é importante que os produtores aproveitem o momento para renegociar essas dívidas, que podem chegar a 85% de desconto, e adquirir novo crédito emergencial. Salles afirmou que promover o desenvolvimento sustentável das atividades da pesca e a cata de mariscos e agricultura familiar é prioridade para a Secretaria de Agricultura, que tem atuado com a Bahia Pesca na região, no sentido de melhorar a movimentação da economia destas atividades. “Estamos fazendo um grande mutirão com BNB e Banco do Brasil tentando reativar o crédito, com o objetivo de promover melhor condição e sustentabilidade à agricultura familiar, pescadores e marisqueiras da região, visto que, nossa intenção é trazer em Maragogipe, o ministro da Pesca e Aquicultura, Marcelo Crivella para lançar o Plano Safra da Pesca”, concluiu.
A prefeita da cidade, Vera Lúcia Maria dos Santos, considerou o mutirão uma oportunidade para os agricultores, marisqueiras e pescadores renegociarem suas dívidas e terem acesso novamente ao crédito, e comemorou a chegada das chuvas dos últimos dias em Maragogipe, motivo da solicitação do cancelamento ao pedido de estado de emergência, em vigência da seca ao Governo Federal.
Renegociação
Segundo informações do Banco do Brasil foram realizadas composição de dívidas e renegociação de operações de crédito rural, no âmbito do Pronaf, amparadas pelas resoluções CMN 4.028, alterada pela 4.162; 4.029, alterada pela 4.140, além das resoluções 4.030 e 4.031. Para as resoluções 4.211 e 4.212, de 18/04/2013, o BB não dispõe até o momento de procedimentos operacionais para efetuar a renegociação, afirmou a instituição.
O Banco do Nordeste afirmou que mais de 100 pessoas assinaram termo de adesão que afirma a intenção em renegociar a dívida, e que se enquadram nas resoluções 4.118, 4.211 e nas leis de renegociação 12.249 e 12.716 que atendem a disponibilização de crédito emergencial aos produtores que foram prejudicados com o longo período de seca. O BNB informou ainda, que conta com mais R$ 350 milhões para crédito emergencial no âmbito da linha FNE-Estiagem, com juros de 1% ao ano. Desse montante, R$ 200 milhões serão direcionados aos beneficiários do Pronaf e R$ 150 milhões a produtores rurais não pronafianos.
Já foram desembolsados pelo BNB cerca de R$ 2,4 bilhões por meio do FNE Estiagem, desde julho do ano passado, com mais de 337 mil operações de crédito. Na Bahia, o montante alcança R$ 525 milhões, com um total de 77,6 mil contratos firmados.
Ações para pesca e aquicultura
O presidente da Bahia Pesca, Cassio Peixoto falou da ação articulada com a Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), vinculada à Seagri, que está promovendo a inclusão de famílias de pequenos pescadores e marisqueiras no Programa Vida Melhor, através do sistema de informação, denominado CadCidadão, que visa agregar e divulgar pesquisas referentes à condição socioeconômica dos 417 municípios da Bahia.
Em discurso, disse que um dos objetivos da Bahia Pesca é conhecer de perto pescadores e marisqueiras do estado e trabalhar projetos que incentivem a sustentabilidade destas atividades. Citou a experiência em renovar a frota de barcos por meio do “Programa Renovar”, que prevê a construção de 600 embarcações e atender uma média de 1.800 pescadores e marisqueiras.
Silvia Cerqueira, superintendente federal da Pesca e Aquicultura no estado da Bahia, lembrou na ocasião da importância em tratar pescadores e marisqueiras com dignidade, renovando o acesso ao crédito e incentivando a produção de pescados e mariscos. Homenageou as mães marisqueiras em passagem do dia das mães, comemorado neste domingo (12), e defendeu o quanto estas atividades movimentam a economia baiana, enfatizando que esta classe não precisa de esmola, porque herdou o ofício da pesca de seus antepassados, que se orgulham da profissão.
Ela reverberou a vontade do Ministro da Pesca e Aquicultura, Marcelo Crivella em lançar o Plano Safra da Pesca em Maragogipe e disponibilizar assim, uma linha de crédito para a mulher que vive da lida no mar, da ordem de R$ 2.500, mas que para isso era preciso que pescadores e marisqueiras estejam em dia com a Declaração de Aptidão ao Pronaf.
Estiveram presentes ao mutirão, a prefeita Vera Lúcia Maria dos Santos, o vice-prefeito Ademar Luiz Novaes, Federação dos pescadores, superintendente federal de Pesca e Aquicultura da Bahia, Sílvia Cerqueira, Colônia de Pescadores e marisqueiras de Maragogipe e região, representantes do BNB e do BB, Cássio Peixoto, diretor executivo da Bahia Pesca, e parlamentares da região.
FNE apresenta eficiência na geração de empregos
Salvador (BA), 13 de maio de 2013 - O Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene), órgão vinculado ao BNB, concluiu a avaliação de eficiência das empresas financiadas pelo FNE, em relação à geração de emprego no período 2000 – 2008, em parceria com a Associação Cearense de Estudos e Pesquisas (ACEP). O estudo apresenta resultados da eficiência microeconômica das empresas, segundo setor de atuação, região climática entre outros critérios.
Considerando-se as aplicações totais do FNE, o indicador de eficiência global foi positivo, indicando que a quantidade de empregos efetivamente criados foi superior à expectativa de geração de empregos em 18,3%.
A análise por região climática demonstrou que a criação efetiva de empregos no semiárido foi superior à expectativa em 67,6%, enquanto fora do semiárido foi de 7,2%.
Na avaliação por segmento econômico, o melhor resultado foi identificado no setor de serviços, seguido do setor comercial e do industrial. Quanto às regiões definidas pela Política Nacional de Desenvolvimento Regional, a tipologia Estagnada apresentou o melhor nível de eficiência, seguida da Alta-Renda, Baixa-Renda e Dinâmica.
“Diante destes resultados, pode-se dizer que as empresas que receberam recursos do FNE foram eficientes na geração de empregos. Além disso, percebe-se que houve o correto direcionamento dos recursos para as regiões menos favorecidas, tendo em vista que as regiões com maior índice de eficiência foram a Semiárida e Estagnada”, afirma o superintendente do Etene, Fran Bezerra.
quinta-feira, 2 de maio de 2013
Câmara Setorial do sisal avança na elaboração do Plano Estadual do Sisal e Seagri poderá lançá-lo em breve
A Câmara Setorial de Fibras Naturais prepara Plano Estadual de Desenvolvimento e define ações emergenciais quanto à organização da cadeia produtiva do Sisal em reunião realizada nesta terça-feira (31), na Federação das Indústrias do Estado da Bahia. Na oportunidade, a Secretaria Estadual de Agricultura (Seagri), Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia e Inovação (Secti) e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apresentaram as ações que planejam executar em curto, médio e longo prazo.
O secretário de Agricultura, Eduardo Salles, engenheiro agrônomo e presidente da Câmara, apresentou projetos da Seagri, executados pela Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA) e Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), relacionados à disponibilização de assistência técnica e difusão de tecnologia que proporcionará desenvolvimento sustentável à região sisaleira do Estado.
Entre as medidas de médio prazo propostas há um projeto piloto que visa o aumento de produtividade, o aproveitamento total do sisal e a agroindustrialização, que consiste na implantação de cinco polos de produção, em áreas dentro da região do sisal selecionadas pela EBDA, de acordo com critérios técnicos, dentre eles a concentração da produção.
Durante a reunião, Salles defendeu a elaboração de um censo, onde seja possível identificar com precisão a quantidade de produtores, regiões e área plantada de sisal para que se tenha noção de como os governos estadual e federal podem atuar através da Câmara Setorial a médio e longo prazo. O secretário ressaltou a importância da criação de um Plano Estadual de Desenvolvimento para a Câmara Setorial das Fibras Naturais, onde se inserem as cadeias produtivas do sisal, piaçava e do coco, para legitimar as ações que objetivam organizar as cadeias produtivas vencendo seus gargalos, como já acontece com Câmara Setorial da Seringueira.
A Secti também apresentou suas ações a médio e longo prazo informando o investimento de R$ 13,5 milhões em projetos de pesquisa encomendados a instituições de ensino que trabalham com pesquisa e desenvolvimento (P&D), como a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Unicamp e UNESP. As pesquisas visam à elaboração de projetos que servirão de base para a construção da biofábrica de sisal, criação de viveiros de aclimatação das mudas, pesquisa sobre mucilagem da planta para ração animal e projeto de gestão da produção de mudas, que devem ser entregues aos produtores. Todos eles receberão treinamento e capacitação para lidar com as novas tecnologias aplicadas às variedades geneticamente melhoradas e livres de doenças.
Há ainda, conforme explica José Roberto Lima, assessor da Secti e gestor do projeto sisal, pesquisa sendo desenvolvida com o suco do sisal, resíduo que vai propiciar o desenvolvimento de produtos como bioinseticida, útil no combate a pragas em cítricos, no combate à Candidíase, fungo que ataca a mulher, produção de shampoo, anticancerígeno, anticicatrizante e desinfetante. Lima relata que um convênio firmado entre a Secti e o Senai/Cimatec garantirá a construção de uma máquina desfibrilizadora de sisal. A previsão é de que fique pronta nos próximos oito meses.
A superintendente da Conab na Bahia e Sergipe, Rose Pondé, mostrou alternativas para o escoamento da produção e da provável realização de leilões de 4 mil toneladas de sisal estocadas em armazéns da Companhia, onde a previsão é disponibilizar a compra de 100 toneladas por empresa. Ela afirmou que o propósito da Conab é fazer com que o produtor seja beneficiado com a Política de Garantia de Preços Mínimos denominados Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor), Pep (Prêmio para Escoamento de Produto), e AGF (Aquisição do Governo Federal), e considera estes instrumentos agentes condicionadores que garantem que o produtor receba pelo preço justo praticado no mercado. A cotação do sisal perfaz a casa de R$1,24 Kg, de acordo com a Conab.
De acordo com Wilson Andrade, secretário executivo da Câmara Setorial de Fibras Naturais, e o presidente da Associação dos produtores de sisal do estado da Bahia, Misael Ferreira, a região sisaleira está sendo duramente atingida pela seca prolongada. Buscar alternativas que possibilitem a melhoria de vida no campo promovendo ações que mudem o cenário atual é a forma de reanimar o produtor e resgatar os tempos áureos do sisal, planta símbolo de adaptação e resistência à seca, declaram.
O sisal é utilizado pela indústria para confecção de revestimentos de automóveis, aeronaves, tapeçaria, indústria de cosméticos e medicinais, entre outros. Na Bahia, segundo dados da Subcâmara do sisal, há uma área plantada de 150 mil hectares da fibra, se produziu uma média de 50 mil/t e já se exportou aproximadamente 72 mil/t, resultados da produção de mais de 40 municípios baianos.
Programa de incentivo à produção do Sisal
O Programa de incentivo a produção de Sisal na Bahia prevê benefício direto a cerca de 100 famílias de agricultores familiares, implantação e acompanhamento a 100 unidades de comparação entre o Híbrido e Agave sisalana; e, sobretudo, o aumento da produtividade do sisal para 2.500 Kg/ha de fibra seca, para o A. sisalana e 4000 kg/ha para o híbrido, visto que, a intenção é implantar 500 hectares de sisal, sendo 250 hectares da variedade sisalana e 250 hectares do sisal híbrido.
De acordo com o secretário, o objetivo é promover ações para o desenvolvimento da cadeia produtiva do sisal, criando condições para o aumento da renda e melhorando as condições de vida dos produtores, além de recuperar a cultura do sisal nas regiões a serem atendidas pelo Programa, que prevê ainda, motivar o plantio de novas áreas, difundir o cultivo do sisal hibrido 11.648, bem como técnicas de cultivo da cultura; e implementar inovações tecnológicas que permitam o controle da praga podridão vermelha do sisal.
Outro fator importante na visão de Evandro Oliveira, engenheiro agrônomo da EBDA, é que o programa possibilitará o treinamento prático de produtores nas áreas implantadas nos quatro municípios selecionados Conceição do Coité, Valente, Campo Formoso, e Mirangaba. Segundo ele, as áreas terão o acompanhamento técnico da implantação até os 60 meses de idade. É válido salientar que as mudas da A.sisalana serão adquiridas nos municípios de Ibititá, Itaguaçu da Bahia, Carfanaum e Mulungu do Morro, região de baixa prevalência e baixa incidência da podridão vermelha do sisal, evitando assim o plantio de mudas contaminadas pela praga. E As mudas do sisal híbrido serão adquiridas nos municípios de Santaluz e Itíuba.
Ascom Seagri, 01 de maio
Jornalista: Valéria Esteves DRT/MG 1139
71-31152794 31152737
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