segunda-feira, 17 de maio de 2010

Macaúba: matéria-prima nativa com potencial para a produção de biodiesel

De acordo com o Plano Nacional de Agroenergia, lançado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a pesquisa deve buscar novos patamares de rendimento de óleo com maior adensamento energético das espécies oleaginosas






De acordo com o Plano Nacional de Agroenergia, lançado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a pesquisa deve buscar novos patamares de rendimento de óleo com maior adensamento energético das espécies oleaginosas, passando do nível atual de 500 a 700 kg de óleo/ha obtido com as culturas tradicionais, em que se tem domínio tecnológico, como soja e mamona, para aproximadamente 5.000 kg de óleo/ha, proporcionando competitividade crescente ao biodiesel e promovendo a segurança energética nacional.

Nesta busca de patamares mais elevados de produtividade em termos de quantidade de óleo produzida por hectare, estão sendo estudadas e utilizadas espécies perenes como, por exemplo, as palmeiras oleíferas (dendê, macaúba e buritis) e pinhão manso, de alto rendimento de óleo, com produtividades superiores a 4.000 kg de óleo/há e adaptadas a condições edafo-climáticas distintas, incluindo biomas diversos, principalmente cerrado, caatinga e floresta amazônica.
Há, então, perspectivas reais de utilização da macaúba como matéria-prima para produção de biodiesel no Brasil. Esta palmácea se destaca pelo seu potencial para a produção de grandes quantidades de óleo por unidade de área, além da possibilidade de utilização em sistemas agrosilvopastoris.

A macaúba (Acrocomia aculeata (Jacq.) Lood. ex Mart) é uma palmeira nativa das Florestas Tropicais. Apresenta grande dispersão no Brasil e em países vizinhos como Colômbia, Bolívia e Paraguai. No Brasil ocorrem povoamentos naturais em quase todo território, mas as maiores concentrações estão localizadas em Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, sendo amplamente espalhados pelas áreas de Cerrado .
Essa espécie tem vasta sinonímia popular no Brasil: macaúba, mucajá, mocujá, mocajá, macaíba, macaiúva, bacaiúva, bocaiúva, umbocaiúva, imbocaiá, coco-de-catarro ou coco-de-espinho.

O fruto é a parte mais importante da planta, cuja polpa é consumida in natura ou usada para extração de gordura comestível; a amêndoa fornece óleo claro com qualidades semelhantes ao da azeitona. Dada a sua ampla utilidade, essas palmeiras vem sendo utilizadas pelo homem desde tempos pré-históricos (cerca de 9.000 anos AC). Pesquisas publicadas na Revista FAPESP de Dezembro de 2002 mostraram que as cascas, secas e trituradas, podem ser utilizadas como fonte valiosa no combate à desnutrição infantil, por terem teor de ferro quatro vezes mais elevado do que a multimistura, além de concentrações razoáveis de cálcio e fosfato. Assim, a casca da macaúba pode substituir alguns componentes deste suplemento alimentar normalmente distribuído pela Pastoral do Menor, tais como a semente de girassol e de amendoim, escassas na região nordeste na estiagem, período em que aumenta a desnutrição infantil.

Existem vários relatos de utilização tradicional da macaúba como fonte de óleo para fins alimentícios, fabricação de sabões e queima para fins de iluminação e aquecimento. Essa palmeira apresenta significativo potencial de produção devido ao elevado teor de óleo e capacidade de adaptação a densas populações. As produtividades potenciais por área assemelham-se à do dendê, podendo chegar a mais de 4 t de óleo/ha.

Os frutos são formados por cerca de 20% de casca, 40% de polpa, 33% de endocarpo e 7% de amêndoa. Os teores de óleo são ligeiramente maiores na polpa (60%), em relação à amêndoa (55%). Assim como do dendê, são extraídos dois tipos de óleo da macaúba. Da amêndoa é retirado um óleo fino que representa em torno de 15% do total de óleo da planta, rico em ácido láurico (44%) e oléico (26%), tendo potencial para utilizações nobres, na indústria alimentícia, farmacêutica e de cosméticos.

O óleo extraído da polpa, com maior potencial para a fabricação de biodiesel, é dominado por ácido oléico (53%) e palmítico (19%) e tem boas características para o processamento industrial, mas apresenta sérios problemas de perda de qualidade com o armazenamento. Assim como ocorre com o dendê, os frutos devem ser processados logo após a colheita, pois se degradam rapidamente, aumentando a acidez e prejudicando a produção do biocombustível. As tortas produzidas a partir do processamento da polpa e da amêndoa são aproveitáveis em rações animais com ótimas características nutricionais e boa palatabilidade. Tem-se, ainda, como importante subproduto o carvão produzido a partir do endocarpo (casca rígida que envolve a amêndoa), que apresenta elevado poder calorífico.

No sentido de viabilizar a utilização comercial da macaúba e torná-la uma espécie realmente atrativa para a produção de biodiesel a Embrapa Agroenergia tem coordenado projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) envolvendo esta cultura. Em um deles, com financiamento do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e em parceria com a Embrapa Cerrados estão sendo realizados levantamentos da ocorrência de maciços nativos de macaúba em Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal. Com o resultado desse estudo podem-se estabelecer regiões onde existem grandes maciços nativos de macaúba e também fazer o levantamento do potencial produtivo dos maciços identificados.

Para evitar o rápido esgotamento da fonte energética são estudadas práticas de extrativismo sustentável, com a realização de inventário detalhado na área de abrangência dos maciços, o planejamento da conservação e uso dos recursos genéticos disponíveis, a definição de tipos de atividades permitidas e a elaboração de normas de uso da área, de acordo com a potencialidade do zoneamento para cada atividade.
Também são realizados estudos para desenvolver sistemas de produção, onde a macaúba será cultivada em plantios racionais. Para tanto, estão sendo feitas pesquisas com melhoramento genético, plantio, adubação, espaçamento entre plantas e obtidas as informações necessárias para o estabelecimento de sistemas de produção sustentáveis. Uma grande vantagem da macaúba é a possibilidade da produção consorciada com outras espécies. Podem ser produzidos alimentos (feijão, milho) durante a implantação da cultura e após quatro anos, quando as palmeiras atingirem a altura de 7 a 10 metros e estiverem em produção normal de frutos, pode-se plantar capim para criar gado. É um sistema integrado com bom rendimento, pois o gado se alimenta do capim e dos frutos que, eventualmente, caem das árvores e o esterco produzido pelos animais fertiliza as palmeiras.

Com os conhecimentos disponíveis, sabe-se que a macaúba não pode ser utilizada como única matéria prima para a alimentação de uma usina rentável de biodiesel, pois a colheita dos frutos não acontece o ano inteiro. Para que a usina possa funcionar durante pelo menos onze meses por ano, será necessário utilizar outras oleaginosas, como soja, girassol, algodão, mamona e também sebo bovino. Cada uma das combinações de matérias-primas exige estudos e pesquisas específicos e eventuais adaptações no processamento industrial.

Uma proposta apresentada pela Embrapa Agroenergia é o estabelecimento de Arranjos Produtivos Locais (APLs) que possam atender a necessidade do suprimento contínuo de matérias-primas para a produção de biodiesel e que permitam otimizar o uso das terras e o balanço energético global. Nesse tipo de APL será vantajosa a formação de associações ou cooperativas de produtores que instalem unidades de esmagamento das matérias-primas. O óleo vegetal extraído será transportado até a usina de biodiesel e a torta resultante da extração aproveitada pelos próprios produtores das oleaginosas, tanto para alimentação animal, quanto para utilização como adubo. Com esse esquema, o raio de produção das matérias-primas para abastecimento da usina de biodiesel poderá ser ampliado, o que não seria economicamente viável se os grãos inteiros fossem transportados ate à usina de biodiesel e as tortas transportadas de volta até às regiões produtoras.

Embrapa Agroenergia

sábado, 15 de maio de 2010

A Bovespa, o dólar e as bolsas mundiais neste dia 14 de maio

RIO - As preocupações com o risco de recessão na Europa por causa dos planos de austeridade fiscal anunciados derrubam os mercados. O euro chegou a cair ao menor nível em 18 meses nesta manhã, a US$ 1,2433. É a menor cotação desde novembro de 2008. Seguindo o mercado externo, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abriu em queda e agora cai mais de 2%. O Ibovespa, principal indicador do mercado, perdia 2,14%, aos 63.402 pontos, por volta das 11h20. O dólar opera em alta de 0,96%, para R$ 1,794.

O mercado americano abriu em queda. O índice Dow Jones recuava 1,07%, enquanto a Nasdaq tinha desvalorização de 2,13%. O S&P500 perdia 1.39%.
Inicialmente, o pacote de ajuda de quase US$ 1 trilhão para a Europa provocou uma alta do euro. Mas as preocupações com o custo do plano para os países europeus e os efeitos das medidas de redução de gastos dos governos agora têm pesado sobre o mercado.

Os governos da Espanha , de Portugal e da Grã-Bretanha divulgaram planos de redução de gastos em um esforço para enfrentar o elevado déficit orçamentário de seus países. O mercado teme que essas medidas possam limitar o crescimento econômico desses países.

Na Europa, a bolsa de Londres recuava 2,70% por volta das 11h20m (horário de Brasília), enquanto a de Frankfurt registrava queda de 2,23%. Já a Bolsa de Paris perdia 2,4%.

Asiáticas em queda

As bolsas asiáticas também fecharam em desvalorização. O Shanghai Composite, de Xangai, caiu 0,51%. Por sua vez, o Hang Seng, de Hong Kong, tinha retração de 1,36%. Em Tóquio, o índice Nikkei 225 declinou 1,49%.

O Globo.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Lula: paixão nacional

Valéria Esteves





Parece brincadeira, só que é pura verdade. O mundo tem reconhecido que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem arrancado suspiros do mais alto escalão internacional. Pelo menos é o que retrata a pesquisa publicada pela revista Times, onde Lula aparece como a pessoa mais influente do mundo.

Neste tempo de corrida presidencial ganhar moral dentro e fora do país é uma boa pedida para reforçar a candidatura da ministra Dilma, que também tem dado suas voltas em tratores nessas feiras agropecuárias Brasil a fora. Pois bem, se o PAC é um produto do sucesso desta disputa, que fiquemos felizes com as obras que nas rodovias entre outras obras estão em andamento. Há que se relembrar que a reforma agrária ainda é nossa ferida antiga. A ministra Dilma já disse que não concorda com as invasões a terras produtivas, invasões que por ventura, são iniciativas do Movimento dos Sem Terra. E agora?- o presidente Lula se diz companheiro também dos Sem Terra. O que vai acontecer se a opinião do presidente for exatamente da não invasão às terras produtivas de produtores rurais que tem por direito a terra?
Na Expozebu, que acontece em Uberaba, triângulo mineiro, o vice-presidente, José Alencar garantiu que o presidente Lula é contra a qualquer invasão a terras produtivas. É ou não uma novela?- Prefiro dizer que a minissérie está apenas começando. E Este capítulo ainda vai durar nas páginas da vida até outubro deste ano.
Quero contar um fato que ocorreu com um amigo repórter das Minas Gerais, (minha terra saudosa) que foi entrevistar pessoas que recebem o bolsa família, ou Fome Zero se você preferir. Ele e equipe foram até o Vale do Jequitinhonha, exatamente em Araçuaí e em Itinga, divulgada pelo presidente Lula como a capital do Programa Bolsa família.

Questionei-o sobre o quadro que havia encontrado e ele já foi dizendo que a história é longa. Segundo ele, as pessoas recebem o bolsa família, mas não existem muitas alternativas de renda, que propiciem a saída da dependência do governo. Todos são apaixonados com o Lula e vão votar na Dilma. Eu vou me limitar a contar as histórias, sem emitir opinião alguma, aproximando o máximo da verdade, disse.
“O Brasil é um país de difícil solução. As pessoas precisam muito e se contentam com pouco. No bom português, o sujeito quer apenas satisfazer suas necessidades: comida na mesa, uma mulher para dormir com ele e uma pinga”. A partir daí, mais nada. E o país para de produzir e pensar, diz.

Perguntei se havia algum problema se estas pessoas julgam não precisar de muito para viver. E meu amigo como a maioria das pessoas em outra classe social, ou que tenha o mínimo de acesso a educação e informações e dinheiro dizem “-devem não precisar”.
As pessoas precisam comer e serem felizes. Só que elas precisam de um alento, para melhorar de vida.

A conclusão a que alguns críticos chegam é de que as pessoas que recebem o bolsa família precisam entender que um prato de comida é apenas o básico, tem que estudar fazer curso, artesanato, qualquer coisa que dê renda. Nesta perspectiva, já que a conversa estava ficando boa fui além, e questionei ao nobre repórter; então crê que há comodismo por parte destas pessoas? E ele respondeu: Exatamente. Mas, as pessoas são cômodas, por desinformação mesmo. Muitas "têm medo" de trabalhar e perder o cartão por conta disso, enquanto deveriam trabalhar mesmo para não ficarem mais dependente do Bolsa família. Olha só, na Alemanha é assim, existe o programa de renda mínima, mas o sujeito tem um prazo para arranjar um emprego e sair dele. À medida que o tempo vai passar, o salário do governo vai diminuindo, entende. Sim, entendo e concordo.

Quero ressalvar que alguns destes beneficiários do Bolsa família são agricultores familiares, em sua grande maioria. E no caso específico de Itinga, Araçuaí, localizados no Vale do Jequitinhonha, norte de Minas e outros lugares tão carentes quanto; espalhados por Minas e pelo Brasil sofrem com a seca. E que muitos não conseguem romper com sua pequena plantação, pela seca e pela pouca chance de tomar um empréstimo de uma linha de crédito.

Dos males o menor, já diz o verbete. Antes fazer a economia girar com o benefício deste programa, que não considero totalmente assistencialista, do que padecer num cenário de fome e miséria onde poucos pés pisam, e mãos não alcança.

Brasil barra 102 produtos dos EUA com licença de importação

Apesar do adiamento do início das retaliações contra os Estados Unidos, 102 produtos norte-americanos estão em sistema de licença não automática de importação desde o dia 7 de abril. O secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Welber Barral, informou que a medida é necessária para verificar se não está havendo desvio de comércio. Ou seja, se os exportadores dos Estados Unidos não estão enviando ao Brasil os produtos que podem ser objeto da retaliação, usando outro país como intermediário.

A medida significa que a entrada no País destes produtos incluídos na lista de retaliação depende de autorização do governo. Segundo a Organização Mundial do Comércio (OMC), este prazo pode ser de até 60 dias. Barral informou que o prazo de liberação das importações tem sido em torno de uma semana. “Se fosse necessário colocar algum tipo de retaliação, tínhamos que saber quem é o fornecedor e a transportadora para fazermos o controle”, justificou o secretário.

A retaliação começaria no dia 7 de abril, mas foi adiada para o final de junho diante da concordância dos EUA de negociarem as condições de retirada dos subsídios. Não houve aumento do imposto de importação, mas o Brasil está controlando a entrada dos produtos.

Barral informou que, na próxima semana, haverá uma reunião em Washington para continuar as negociações com o governo de Barack Obama. O governo brasileiro também já anunciou a intenção de estender as retaliações para a área de propriedade intelectual. Uma lista de medidas foi colocada em consulta pública e está sendo consolidada pelo governo. No entanto, Brasil e Estados Unidos anunciaram hoje a intenção de incrementar o comércio bilateral por meio de medidas de inovação e fortalecimento da área de propriedade intelectual.

A ideia é unir forças não só para aproveitar as oportunidades nos mercados internos de cada país, mas se tornarem, juntos, mais competitivos em outros mercados. Para Barral, a ameaça de retaliação do Brasil nesta área não inviabiliza o acordo.

Inmetro pode aplicar multa por diferenças de peso de produtos in natura

Há alguns dias recebi este comunicado, da assessoria jurídica da Associação Mineira de Supermercados (Amis), informando que os supermercados gaúchos que venderem produtos in natura expostos em embalagens pré-medidas apresentando variações entre o peso estampado no rótulo e o real conteúdo líquido podem ser multados pelo Inmetro. A decisão é da 3ª Turma do TRF-4.

A Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) ajuizou uma ação contra a aplicação de multas pelo Inmetro, alegando que os produtos in natura sofrem uma variação natural de peso devido ao processo de desidratação.

A sentença de 1º grau negou o pedido da Agas, entendendo que o caso apresenta infração nas relações de consumo. A associação recorreu ao TRF-4, sustentando que os supermercadistas não podem ser responsabilizados por uma variação natural do produto, mas a apelação foi desprovida.

O relator, desembargador federal Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz, citou trecho do parecer do Ministério Público Federal segundo o qual os fornecedores estão desobrigados apenas das variações decorrentes da natureza do produto que ocorram após a compra pelo cliente. Antes da venda, o peso líquido indicado na embalagem deve corresponder exatamente ao peso real do produto, pois, do contrário, o consumidor estaria sendo enganado.

Assim, são cabíveis as multas aplicadas, tendo em vista que os supermercados estão deixando de atender aos direitos básicos do consumidor.

Todo dia é dia de agricultura familiar

Essa realidade faz parte do cotidiano de aproximadamente 70% dos produtores familiares do Brasil, conforme a ABCZ- Associação brasileira de criadores de zebu, bem como Ong´s que dão atenção a produtores tanto em assentamento quanto em qualquer lugar onde haja agricultura de subsistência.

Bem sabemos que sobreviver de uma pequena produção é usual para povos que cultuam hábitos semelhantes ou igual a de camponeses que precisam apenas de pouco para viver. Esta observação pode ser vista nos perímetros irrigados como o Projeto Jaíba, Projeto Gorutuba e Pirapora, todos localizados ao norte de Minas Gerais bem como Formoso e Formosinho, em Bom Jesus da Lapa, Estreito e Ceraíma, Guanambi/BA, locais onde a presença de pequenos produtores é que fazem a economia acontecer para o mundo. Isso mesmo. E sabe por quê?- pelo simples fato de essa classe ser responsável por pelo menos mais da metade da produção de alimentos, de acordo com parecer de especialistas.

Nesta tendência ainda encontramos agricultores sem acesso ao crédito, por conta de alguma dívida com o sistema bancário ou porque não conhecem as ferramentas para ampliar seu negócio. Alguns até, por medo de contrair dívidas que temem não conseguir honrar. E como diz o provérbio, pobre só tem o nome como título de sua honra.

Pois bem, os números apresentados pelo INCRA, e FAO dão conta de que 84% do que é produzido no Brasil sai das terras de agricultores familiares. Nos últimos dias, em que o governo federal resolveu investir em eventos que deram o nome de Dia da Agricultura Familiar, por toda esta imensidão verde amarela, a voz destes agricultores tem soado com firmeza nos microfones ou no gogó de pessoas com coragem para trabalhar e vender “seu peixe”.

Estes líderes de pequenos agricultores se unem para dizer em um forte brado, que é hora de o Brasil conhecer de onde brota alimentos como o feijão que tem 67% da produção advinda desta classe rural. Pode ser citado também, que 84% da produção de mandioca, e 54% do leite, inclusive, são frutos do árduo trabalho destes milhares de pequenos produtores que conhecem a terra como poucos.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Panamá sedia Conferência da Organização das Nações Unidas

Entre os convidados do encontro – no qual serão discutidos temas como segurança alimentar, os recursos naturais e o desenvolvimento econômico e rural na América Latina e no Caribe – estará o secretário nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, Crispim Moreira, do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS)

A partir desta segunda-feira (26/4), a Cidade do Panamá vai sediar a 31ª Conferência Regional da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) para a América Latina e o Caribe. Os participantes discutirão temas relacionados com a segurança alimentar, os recursos naturais e o desenvolvimento econômico e rural da região.

A reunião contará com a participação de delegações dos 33 Estados membros da região, agências de Nações Unidas, organismos intergovernamentais, representantes de Organizações Não Governamentais (ONGs) e observadores. A delegação brasileira terá, entre seus integrantes, o secretário nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, Crispim Moreira, do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).

A Conferência acontece a cada dois anos e representa o maior fórum da FAO na região. Nela, se revisam as atividades realizadas e se formulam recomendações, sugestões e desafios, tanto para a Organização, como para os governos. É a oportunidade para estabelecer um diálogo sobre os problemas e orientações referentes ao desenvolvimento agrícola, florestal e pesqueiro, além de dar seguimento aos acordos estabelecidos em conferências anteriores.

Neste ano, os principais assuntos a serem debatidos são a gestão de riscos e respostas a emergências, as mudanças climáticas e suas repercussões, o desenvolvimento territorial nas zonas rurais, a reforma do Comitê de Segurança Alimentar da FAO, o direito humano à alimentação e a situação no Haiti, além de informes sobre as medidas adotadas em relação às recomendações da última conferência regional realizada em Brasília em 2008.

As últimas Conferências Regionais da FAO para a América Latina e o Caribe aconteceram na Venezuela (2006), Guatemala (2004), Cuba (2002) e México (2000).


Fonte: MDA