quinta-feira, 8 de julho de 2010

“Negócios são negócios”

As voltas que o mundo dá


Usina experimental de Etanol autosustentável

Hoje vou falar de nossas parcerias. Destas que o nosso governo tem feito anos a fio com a saudosa hóspede da Copa do mundo de 2010, a África.
Não é de hoje que as parcerias entre Brasil & África acontecem. Sem querer lembrar, e já lembrando outrora quando os navios negreiros vinham apinhados de africanos para fazer de nossa terra o que ela é na atualidade, (mesmo sendo uma herança de uma parceria forçada) trazemos conosco aquele leve banzo de um justo caminhar de linguagem, e neste caso, politicamente abrasado, foi um dos pretextos para nos unir a quem quer inserir a língua portuguesa aos poucos ao seu convívio.
De viagem em viagem alguns punhados de ética e solidariedade se perdem ou se reconquistam rapidamente. Olha só o caso de Guiné Equatorial. Melhor pronunciar direito, já que aqui a parceria é num primeiro momento de apoio e unificação das Comunidades dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), caros leitores. Não foi isso que declarou o governo brasileiro?
República Guiné Equatorial. Mais um país a que o Brasil quer expandir seu “mundo” de negócios, mesmo diante de uma nação cansada de autoritarismo, mas que almeja quem sabe, um novo alvorecer com a chegada de novos empreendimentos, formas novas de gerar riquezas a quem nunca teve alguma, senão a própria existência. Quem sabe! Isso não vale é claro para o mandatário mor de Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema, que é suspeito de enriquecer a custa de dinheiro do povo, mantendo-se no cargo de presidente daquele país há 31 anos. Barbaridade, mas isso é verdadeiro.

Tem passaporte livre. Pelo que tenho lido nas críticas na internet e nas outras mídias, notei que muitos especialistas apostam que o apoio do Brasil ao pleito da Guiné Equatorial de entrar como membro pleno para a CPLP tem a ver com o petróleo.
De acordo com Nsue Ondo, citado pela agência noticiosa angolana Angop, a entrada da Guiné Equatorial conduzirá ao ensino do português naquele país da África Ocidental, sensivelmente com o mesmo tamanho que a Guiné-Bissau, mas com uma exportação de petróleo por habitante semelhante à do Kuwait.
Enquanto isso, o ministro das Relações Internacionais Celso Amorim, foi curto e grosso. Como quem quer dar logo o recado e concluir; não interessa se o governo deste país escraviza as pessoas, queremos é fazer negócios. Olha só a fala real do ministro em resposta às críticas em relação a esta aproximação “negócios são negócios”.
Dizem que no amor e na guerra é válido o uso de todas as armas. E na política então, sem comentários. Piadas a parte, não posso deixar de elogiar algumas parcerias do Brasil com a África a que tenho o orgulho de noticiar, como bem fiz ainda em 2006, quando repórter no jornal O Norte de Minas onde publiquei a matéria “Epamig firma parceria enviando mudas de morangueiro para a Angola” http://www.onorte.net/noticias.php?id=3190.
Na época vários consultores estavam eufóricos no Norte de Minas porque haviam assinado junto ao governo de Angola um contrato que estabelecia que eles trabalhassem na recuperação da agricultura daquele país, castigado por tanto tempo pela guerra.
No caso desta matéria em especial, a Empresa de pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) havia desenvolvido mudas geneticamente apropriadas de morangueiros que se adaptariam com facilidade ao clima quente de Angola. Cerca de 30 mil mudas seguiram viagem.
Sem contar que em uma área empresarial no Projeto Jaíba, maior projeto de irrigação da América Latina, empresários estavam, ainda em 2007 a 2008, construindo uma usina auto suficiente que produzia biodiesel a partir do bagaço do pinhão manso, mamona e cana de açúcar, salvo engano. A novidade é que estavam construindo de maneira que aproveitasse as oleaginosas que se produzia ao redor da usina, num sentido de promover energia renovável para um país como Angola, que tem sede de mudança. Chega de guerra. Abaixo o autoritarismo. Ah! A usina que estavam construindo é compacta, como bem explicaram os empresários. Fácil de transportar pelo que entendi. É ou não uma parceria bacana.

2 comentários:

Léo Silveira disse...

Seu blog é ótimo!
Parabéns...

VALÉRIA ESTEVES disse...

Muito obrigada Leo. Continue acessando. Ficarei muito grata com sua leitura. Caso tenha novidades de Pirapora, esteja à vontade para me mandar que publico.

abs