sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
Nova onda de importados ameaça indústria
O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) alerta que o agravamento da crise internacional deve fazer com que a economia brasileira enfrente nova onda de produtos importados em 2012. A redução da demanda nos países avançados deve fazer com que os produtos europeus sejam direcionados a países em melhores condições, a preços mais baratos.
A China também deve perder mercado internacionalmente e aumentar as remessas de manufaturados para o Brasil. “Mesmo que haja aumento de competitividade da indústria brasileira por um câmbio mais desvalorizado, os produtos da Europa e da China vão chegar com preços mais baixos”, alerta o economista-chefe Rogério Cesar de Souza. “O empresário brasileiro vai ter de se valer muito do mercado interno, mas sabe que a concorrência ficou mais forte.”
A indústria brasileira teve um ano difícil, de resultados pífios para a produção, o que influenciou o emprego industrial, que chega ao fim de 2011 com tendência de queda, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Como resultado, a contribuição da indústria para o Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre pode ser nula ou negativa.
Enquanto a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) estima um PIB industrial de crescimento zero no terceiro trimestre, o Iedi prevê queda de 0,6%. “Se fizermos uma relação entre produção e valor agregado, a participação da indústria no PIB deve ficar entre -0,5% e -0,7%”, estima Souza.
A produção industrial recuou 0,6% em outubro ante setembro, a terceira queda consecutiva. O reflexo foi sentido no mercado de trabalho. Enquanto a Pesquisa Mensal de Emprego apontou queda na desocupação em outubro, puxada pelo comércio e serviços, a indústria voltou a cortar 23 mil vagas.
“O primeiro semestre do ano que vem deve ser difícil para a economia brasileira e principalmente para a indústria”, diz Alessandro Teixeira, secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento. A pasta vai fortalecer ações para proteger a produção do País da crise internacional, seja com a defesa da indústria, promoção comercial ou atração de investimentos, mas o mercado interno deve ajudar na recuperação. “Sabemos que o mercado interno vai continuar aquecido, com demanda importante, e para isso cada vez mais a indústria e os serviços têm de estar preparados para aproveitar essa oportunidade”, afirma.
Segundo Roberto Pires Messenberg, coordenador do Grupo de Análises e Previsões do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o horizonte começa a melhorar em 2012, graças à política monetária do Banco Central, com a redução na taxa básica de juros. Mas ainda é necessário que o governo comece a investir em infraestrutura, de forma que puxe investimentos privados. “Sem uma indicação do setor público, o privado não vem atrás. Um gasto do setor público, por reduzir externalidades, faz com que o setor privado se beneficie e corra atrás do movimento para aproveitar oportunidades que estão se abrindo. Isso é o que vai fazer com que a economia saia desse voo de galinha”, avalia Messenberg.
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) prevê alta de 2,7% na produção industrial em 2012 e de 1% em 2011. Para o PIB, espera crescimento de 3,1% este ano e de 3,2% no próximo. “Essas previsões de crescimento medíocre mostram que um país que não zela pela robustez de sua indústria não tem como crescer e gerar riquezas”, diz Paulo Skaf, presidente da Fiesp.
FONTE: O ESTADO DE S. PAULO
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
Segunda safra de milho coloca país em situação privilegiada no cenário internacional
O que fazer com a produção de milho safrinha? Hoje, o conceito de segunda safra de milho já se consolidou e o termo safrinha apenas é lembrado pelas iniciativas feitas há mais de uma década em diversos estados brasileiros. Odacir Klein, presidente-executivo da Ubrabio (União Brasileira do Biodiesel), destaca um "detalhe" inquestionável quando o debate são os investimentos maciços feitos nessa época de plantio. "A produção da safra de verão de milho deverá chegar a 37 milhões de toneladas. Já a da segunda safra chegará a 27 milhões. Temos um consumo interno de 50 milhões de toneladas de milho. Ora, sem a segunda safra, teríamos uma carência de 13 milhões de toneladas do cereal", pontua.
Klein ainda reforça que a segunda safra de milho é fundamental para o abastecimento do país e para que sejam criados excedentes exportáveis. Somente em Mato Grosso, principal estado produtor, a produção chegará a 9,4 milhões de toneladas, ultrapassando o Paraná, no patamar de nove milhões de toneladas. Mesmo antes de semeado, o milho segunda safra, que começará a ser plantado após a colheita da soja no estado de Mato Grosso, tem expressiva parcela já vendida. Entre os principais mercados consumidores, destaque para Arábia, Colômbia e Coreia do Sul.
Nesse cenário, entre as previsões apontadas por Odacir, estão o aumento da demanda por proteínas animais, o crescimento do volume de milho para etanol, aumentos expressivos da produtividade e três situações que deverão ocorrer no mercado internacional: a China aumentará as importações, a Argentina buscará agregar valor ao cereal, transformando o milho em combustível e em rações para aves, e os Estados Unidos passarão por um cenário competitivo entre o milho destinado para etanol e a quantidade do cereal que deverá ser destinada às exportações.
LIDERANÇA NA PRODUÇÃO - Parte dessa conjuntura será comum ao Brasil, na visão do produtor rural e prefeito do município de Lucas do Rio Verde-MT Marino José Franz. "O Mato Grosso deverá agregar valor ao produto. Temos um potencial muito grande, mas temos também que diversificar nossa produção, viabilizando o segmento de carnes. Essa será a principal maneira de viabilizarmos nosso principal negócio, a agricultura", disse. E em uma situação semelhante aos Estados Unidos, maiores produtores de etanol a partir do milho, Marino destaca que a falta de logística de Mato Grosso levará o Estado a investir nessa possibilidade. "Reproduzo aqui uma afirmação do ex-governador, Blairo Maggi: iremos produzir etanol a partir do milho", destacou.
O prefeito apresentou em painel sobre o escoamento da produção do milho segunda safra dados que colocarão o estado de Mato Grosso na liderança da produção agrícola. "Mato Grosso é a única região viável para o plantio da segunda safra em escala no mundo", afirmou. A projeção de Marino Franz é que a produção de milho ultrapasse as 16 milhões de toneladas em 2014, com mais 10 milhões de hectares de área sendo incorporados à agricultura provenientes de pastagens. "Não haverá estrada para suportar essa produção. É sete vezes mais em conta transportar frango do que milho. Por isso, o setor de carnes viabilizará nosso principal negócio", antecipou.
Diante desse contexto, o prefeito reforçou o crescimento do município proporcionado pela agricultura. De R$ 106 mil em 1996, o PIB subiu para R$ 1,3 milhão em 2011. "O próprio Brasil não conhece o potencial do nosso estado. Ou temos opções concretas para melhorias na logística de transporte, com a viabilização de ferrovias para nos ligar ao Pacífico, ou teremos realmente que investir em consumo", frisou. Hoje, o custo do frete de grãos até o porto mais próximo representa mais de 45% do valor obtido pela venda de uma tonelada de grãos. Já em Ponta Grossa, esse valor representa apenas 8%.
Próxima assembléia será em Dourados
Em assembleia realizada no final da tarde desta terça-feira, 22, foi definida a próxima cidade que sediará o Seminário Nacional de Milho Safrinha: Dourados-MS. O evento será uma promoção da ABMS (Associação Brasileira de Milho e Sorgo) e terá a realização da Embrapa Agropecuária Oeste, sediada no mesmo município. O pesquisador Gessi Ceccon será um dos responsáveis pela realização da próxima edição do seminário.
O XI Seminário Nacional de Milho Safrinha, promovido pela Fundação Rio Verde e ABMS (Associação Brasileira de Milho e Sorgo), é uma realização da Fundação Rio Verde, com patrocínio da Aprosoja, Cearpa, Sicredi, Nitral Urbana, Bayer, Basf, Syngenta, Pioneer, FMC, Dekalb e Bio Gene.
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
Biologia e manejo de plantas daninhas
Mais uma novidade para os interessados em se informar e ter uma visão aprofundada dos principais aspectos da área de Ciência das Plantas Daninhas. Se deliciem com esta obra.
o livro “Biologia e Manejo de Plantas Daninhas”, é uma obra destinada aos acadêmicos de graduação em Agronomia e dos diversos programas de pós-graduação relacionados à área. De autoria dos pesquisadores Rubem Silvério de Oliveira Junior e Jamil Constantin, da UEM (Universidade Estadual de Maringá), e Miriam Hiroko Inoue, da Unemat (Universidade do Estado de Mato Grosso), o livro visa oferecer subsídios para a discussão aprofundada dos principais aspectos da área de Ciência das Plantas Daninhas, segundo nota dos autores.
Em 12 capítulos, são abordados aspectos importantes relacionados aos conceitos básicos ligados à multiplicação, ao estabelecimento, à classificação e às principais características das plantas daninhas, assim como aos efeitos dessas sobre as espécies de interesse econômico. A obra também discute os principais métodos de manejo e estratégias alternativas relacionadas ao controle biológico e à alelopatia. Conceitos básicos relacionados ao controle químico das plantas daninhas são introduzidos e as principais formas de classificação dos herbicidas, com ênfase nos mecanismos de ação, são discutidas.
Ainda segundo informações reunidas no prefácio, a temática relacionada aos herbicidas é aprofundada, discutindo-se como esses são absorvidos, translocados e como controlam as plantas daninhas de forma seletiva. “Finalmente são discutidos os temas relacionados ao desenvolvimento e diagnóstico da resistência de plantas daninhas aos herbicidas e ao destino destas moléculas no solo e no ambiente”.
Embrapa Milho e Sorgo contribui com conhecimento
O pesquisador Maurílio Fernandes de Oliveira, das áreas de Sistemas de Produção e Meio Ambiente da Embrapa Milho e Sorgo, é autor de dois capítulos: “Biologia de plantas daninhas” e “Comportamento de herbicidas no ambiente”. Em conjunto com o pesquisador Alexandre Magno Brighenti dos Santos, da Embrapa Gado de Leite (Juiz de Fora-MG), o primeiro capítulo discorre, entre outros aspectos, sobre a origem e a evolução das plantas daninhas, aspectos positivos e negativos, propagação e efeitos das plantas daninhas sobre as culturas. Já o segundo – “Comportamento de herbicidas no ambiente” – aborda as propriedades físico-químicas dos herbicidas, as interações entre os fatores ambientais e esses produtos, além das consequências agronômicas e ambientais.
Democratização do conhecimento – A publicação tem acesso livre desde setembro deste ano. Segundo nota da editora, o conteúdo integral será disponibilizado livremente na internet para que qualquer interessado possa consultar, ler, copiar ou distribuir. “A filosofia de acesso livre visa fundamentalmente universalizar e democratizar o acesso ao conhecimento científico. Para os autores, esta é a maneira mais eficiente de dar ampla visibilidade ao seu trabalho de pesquisa. Além da disponibilização permanente na internet, a Editora disponibiliza uma pequena tiragem da versão impressa”. Acesse http://omnipax
o livro “Biologia e Manejo de Plantas Daninhas”, é uma obra destinada aos acadêmicos de graduação em Agronomia e dos diversos programas de pós-graduação relacionados à área. De autoria dos pesquisadores Rubem Silvério de Oliveira Junior e Jamil Constantin, da UEM (Universidade Estadual de Maringá), e Miriam Hiroko Inoue, da Unemat (Universidade do Estado de Mato Grosso), o livro visa oferecer subsídios para a discussão aprofundada dos principais aspectos da área de Ciência das Plantas Daninhas, segundo nota dos autores.
Em 12 capítulos, são abordados aspectos importantes relacionados aos conceitos básicos ligados à multiplicação, ao estabelecimento, à classificação e às principais características das plantas daninhas, assim como aos efeitos dessas sobre as espécies de interesse econômico. A obra também discute os principais métodos de manejo e estratégias alternativas relacionadas ao controle biológico e à alelopatia. Conceitos básicos relacionados ao controle químico das plantas daninhas são introduzidos e as principais formas de classificação dos herbicidas, com ênfase nos mecanismos de ação, são discutidas.
Ainda segundo informações reunidas no prefácio, a temática relacionada aos herbicidas é aprofundada, discutindo-se como esses são absorvidos, translocados e como controlam as plantas daninhas de forma seletiva. “Finalmente são discutidos os temas relacionados ao desenvolvimento e diagnóstico da resistência de plantas daninhas aos herbicidas e ao destino destas moléculas no solo e no ambiente”.
Embrapa Milho e Sorgo contribui com conhecimento
O pesquisador Maurílio Fernandes de Oliveira, das áreas de Sistemas de Produção e Meio Ambiente da Embrapa Milho e Sorgo, é autor de dois capítulos: “Biologia de plantas daninhas” e “Comportamento de herbicidas no ambiente”. Em conjunto com o pesquisador Alexandre Magno Brighenti dos Santos, da Embrapa Gado de Leite (Juiz de Fora-MG), o primeiro capítulo discorre, entre outros aspectos, sobre a origem e a evolução das plantas daninhas, aspectos positivos e negativos, propagação e efeitos das plantas daninhas sobre as culturas. Já o segundo – “Comportamento de herbicidas no ambiente” – aborda as propriedades físico-químicas dos herbicidas, as interações entre os fatores ambientais e esses produtos, além das consequências agronômicas e ambientais.
Democratização do conhecimento – A publicação tem acesso livre desde setembro deste ano. Segundo nota da editora, o conteúdo integral será disponibilizado livremente na internet para que qualquer interessado possa consultar, ler, copiar ou distribuir. “A filosofia de acesso livre visa fundamentalmente universalizar e democratizar o acesso ao conhecimento científico. Para os autores, esta é a maneira mais eficiente de dar ampla visibilidade ao seu trabalho de pesquisa. Além da disponibilização permanente na internet, a Editora disponibiliza uma pequena tiragem da versão impressa”. Acesse http://omnipax
quinta-feira, 15 de setembro de 2011
A Irmandade
Bastardos da cobiça
Cheguei à conclusão de que vivemos exatamente em círculos. Ah, e como são cada vez mais constantes estes ditos cujos. Daria o nome até de círculo dos fracassos, (dos horrores para alguns) já que neles, muita gente pensa alcançar as fabulosas correntes arrastadas para o “sucesso” que a conveniência pode lhes proporcionar.
Meros enganados e enganadores que oferecem como bônus, um misto de medo, pressão e apreensão de quem não contribuir com o grupo. É o poder da liderança armada que nos força a acuar quando deveríamos reagir. Não chega a ter a evocação dos hinos a Hitler, mas as combinações e tramoias são bem ao estilo “filhos bastardos”.
O que deveria ser tratado nos consultórios psiquiátricos, loucura pelo poder, arrogância, abuso da fragilidade e autoestima dos colegas, é injetado como veneno nas pessoas que só buscam o meio de chegar ao pão de cada dia. Vítimas de si mesmas, as pessoas que vivem por se manter no “posto”, estão dispostas a tudo. Matar ou morrer; não há escrúpulos, só meios obscuros para fazer com que a bandalheira continue. Insanos que acreditam que sua segurança é encher as mesas de trabalho com familiares “de confiança”, aqui e ali, com medo do fracasso, que mal sabem já ter galgado com sua expertise. Olha que com esta onda de faxina, pode até sobrar para um “capaz” destes acoitados em buracos que por sorte, alguém vai ver.
Você deve conhecer alguém que conhece outro fulano que vivenciou a experiência de ser humilhado, retirado quase que abruptamente, brutalmente, na sutileza de um algoz que esbraveja conhecer pessoas e saber o que é melhor para aquela empresa, mesmo que a empresa seja sua família, sua vida.
Pequeno homem que nem sabe que honra, não é uma destas palavrinhas que seu vasto caderno de folhas em branco ou rabiscado com traço de perseguição, dita. Pena que num Brasil tão amado, haja espaço numa ou noutra repartição, instituição, sociedade com capital de economia mista, e enfim, unidades que deveriam ser públicas e, no entanto, do povo, são elas mesmas as vítimas do nepotismo e do favoritismo aos irmãos de fé. Encontro perfeito da irmandade.
Cheguei à conclusão de que vivemos exatamente em círculos. Ah, e como são cada vez mais constantes estes ditos cujos. Daria o nome até de círculo dos fracassos, (dos horrores para alguns) já que neles, muita gente pensa alcançar as fabulosas correntes arrastadas para o “sucesso” que a conveniência pode lhes proporcionar.
Meros enganados e enganadores que oferecem como bônus, um misto de medo, pressão e apreensão de quem não contribuir com o grupo. É o poder da liderança armada que nos força a acuar quando deveríamos reagir. Não chega a ter a evocação dos hinos a Hitler, mas as combinações e tramoias são bem ao estilo “filhos bastardos”.
O que deveria ser tratado nos consultórios psiquiátricos, loucura pelo poder, arrogância, abuso da fragilidade e autoestima dos colegas, é injetado como veneno nas pessoas que só buscam o meio de chegar ao pão de cada dia. Vítimas de si mesmas, as pessoas que vivem por se manter no “posto”, estão dispostas a tudo. Matar ou morrer; não há escrúpulos, só meios obscuros para fazer com que a bandalheira continue. Insanos que acreditam que sua segurança é encher as mesas de trabalho com familiares “de confiança”, aqui e ali, com medo do fracasso, que mal sabem já ter galgado com sua expertise. Olha que com esta onda de faxina, pode até sobrar para um “capaz” destes acoitados em buracos que por sorte, alguém vai ver.
Você deve conhecer alguém que conhece outro fulano que vivenciou a experiência de ser humilhado, retirado quase que abruptamente, brutalmente, na sutileza de um algoz que esbraveja conhecer pessoas e saber o que é melhor para aquela empresa, mesmo que a empresa seja sua família, sua vida.
Pequeno homem que nem sabe que honra, não é uma destas palavrinhas que seu vasto caderno de folhas em branco ou rabiscado com traço de perseguição, dita. Pena que num Brasil tão amado, haja espaço numa ou noutra repartição, instituição, sociedade com capital de economia mista, e enfim, unidades que deveriam ser públicas e, no entanto, do povo, são elas mesmas as vítimas do nepotismo e do favoritismo aos irmãos de fé. Encontro perfeito da irmandade.
Evento na Embrapa Milho e Sorgo discutirá produção de etanol a partir do sorgo sacarino
A Embrapa Milho e Sorgo, localizada em Sete Lagoas-MG, realizará nos próximos dias 20 e 21 de setembro, terça e quarta-feira da próxima semana, o seminário temático "Sorgo Sacarino". O objetivo é discutir a crescente recomendação do sorgo sacarino como cultivo alternativo à cana-de-açúcar na entressafra dessa cultura, tornando-se opção viável para a produção de etanol no país.
Nesse contexto, serão apresentadas palestras, partindo de três núcleos temáticos principais: 1) Inserção do sorgo sacarino em áreas de cana-de-açúcar no Brasil, panorama geral do sorgo sacarino e melhoramento genético da espécie; 2) Sistemas de produção de sorgo sacarino; e 3) Cultivares de sorgo sacarino.Também serão propostos temas para as discussões de grupos de trabalho, que, ao final do seminário, apresentarão conclusões e perspectivas para o cultivo do sorgo sacarino.
Etanol de sorgo sacarino é opção na entressafra da cana
Com a eliminação dos incentivos governamentais à produção de álcool na década de 1980, o programa de melhoramento de sorgo sacarino da Embrapa também foi descontinuado, sendo retomado com o Plano Nacional de Agroenergia (PNA 2006/2011). Em seu acervo, para a tecnologia de produção de etanol de segunda geração, a Embrapa Milho e Sorgo desenvolveu cultivares de sorgo com alta produtividade de biomassa, com potencial de produzirem, em média, 50 toneladas por hectare de matéria seca por ciclo (período de cinco a oito meses). Exemplos são os materiais BR 505, BRS 506, BRS 601 (que ainda permanece no mercado) e BRS 602
Em 2012, a Embrapa lançará três novas cultivares de sorgo sacarino. A demanda pelos materiais tem crescido paralelamente à demanda mundial por combustíveis renováveis. O sorgo sacarino é uma opção promissora como matéria-prima para o etanol durante a entressafra de cana-de-açúcar. Quando as destilarias de cana tradicionalmente ficam paradas, o sorgo sacarino é capaz de abastecê-las, evitando a grande queda na produção de etanol, principalmente nos meses de março e abril.
Veja a programação completa do evento em www.cnpms.embrapa.br/folder_sorgo_sacarino.pdf . Mais informações: Núcleo de Comunicação Organizacional (NCO) da Embrapa Milho e Sorgo, Unidade da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), vinculada ao Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento): (31) 3027-1272 ou ace@cnpms.embrapa.br .
terça-feira, 26 de julho de 2011
Pequi em cápsulas é a nova iniciativa no combate a doenças do coração
( foto-José Felipe Ribeiro)
Não é de agora que o pequi tem chamado a atenção de pesquisadores, seja no Brasil ou fora dele. Em 2008, ainda quando esta jornalista que vos fala, escrevia para o Jornal O Norte de Minas, cheguei a contar como os simpáticos moradores de Japonvar, capital do pequi, trabalhavam com os subprodutos do fruto amarelo e o quão maravilhado contavam suas histórias sobre as muitas catas de pequi. Na época, catadores como seu José Antônio Alves dos Santos, mais conhecido como seu Zé, na época, presidente da Cooperjap- Cooperativa dos catadores de pequi de Japonvar, já me contava que uma média de duas mil toneladas de pequi seriam encaminhadas para o Canadá.
Depois da ideia de os catadores se unirem numa Cooperativa para trabalhar com a despolpa do pequi e trabalhar com seus subprodutos ficou mais fácil enxergar um negócio, além dos caminhões que hora vinham para comprar nas beiras das estradas o ouro norte-mineiro, como reconhecem os catadores.
A UnB- Universidade de Brasília, descobriu em pesquisa realizada com pessoas de Japonvar (que comem o pequi durante o ano) que o município registrou o menor índice de pessoas com o câncer. Tal pesquisa também chamou a atenção de pesquisadores de Frankfurt que vieram a Japonvar conhecer de perto, e levar o fruto para ser estudado. Outra universidade que também pesquisa sobre o pequi é a UFMG- Universidade Federal de Minas Gerais que estima, inclusive, que há nas redondezas de Japonvar, uma média de 200 pés de pequi por hectare. Como forma de povoar as matas, e postergar a atividade extrativista, a UFMG plantou cerca de 4 hectares de mudas de pequizeiro naquele município. O professor da UFMG, Paulo Sérgio Nascimento Lopes revela que cerca de 50% das mudas nasceram. Vale lembrar que o pequi é um fruto nativo do Cerrado.
Para o coordenador da pesquisa da UnB, César Koppe Grisólia , o resultado da pesquisa chama a atenção para a necessidade de preservação do Cerrado.
- A madeira do pequizeiro tem sido usada para fazer carvão e nossa pesquisa mostra que essa planta tem mais valor em pé do que dentro de um saco de carvão. O cerrado tem sido destruído pela agricultura, mas assim como o pequizeiro deve haver muitas outras espécies que ainda não foram devidamente estudadas - afirma.
O pequi também é bom para o coração
A pesquisa do biólogo sobre as propriedades do pequi (Caryocar Brasiliense”) na redução de problemas cardíacos está na lista dos trabalhos que apresentados durante a 63ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para Progresso da Ciência (SBPC), que começa neste domingo e prossegue até a próxima sexta-feira, dia 15, na Universidade Federal de Goias, em Goiânia. Considerada como um dos maiores eventos científicos do país, a Reunião da SBPC tem como tema central “cerrado, energia e alimento” e vai discutir as ações para proteger o bioma, debatendo também as suas potencialidades.
O professor César Koppe Grisolia vai detalhar a sua pesquisa na conferência “Importância da exploração sustentável do cerrado – agregando valor sem destruir –“, na próxima sexta-feira, às 10 horas. O pesquisador da UnB ressalta que, primeiramente, avaliou os efeitos do pequi na prevenção de doenças do coração, em camundongos. Depois, fez a pesquisa em humanos, realizando os testes em 125 voluntários, durante dois anos.
O pesquisador lembra que o pequi (Caryocar brasiliense) é um alimento altamente rico em vitaminas A e C, frutose, sais minerais e compostos antioxidantes,que capturam radicais livres, moléculas novas formadas nos organismos. Desta forma, “tem propriedades que melhoram as funções cardiovasculares porque ajudam o colesterol bom (HDL) e combatem o colesterol ruim, o LDL”, explica Grisolia.
“Para que as pessoas possam fazer uso de suas propriedades, desenvolvemos cápsulas de extrato da polpa e outras de óleo de pequi”, relata. “Isso rendeu uma patente para a UnB. Foi firmado Termo de Cooperação Técnica para otimização da tecnologia e para adaptação em escala industrial. O próximo passo será a celebração do Contrato de Licenciamento da Tecnologia”, observa o pesquisador da UnB, lembrando, que, atualmente, está sendo providenciado o registro das cápsulas de pequi junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Ele lembra que tecnicamente o novo produto é enquadrado na categoria dos nutracêuticos, algo que, grosso modo, se situa entre um alimento e um remédio. Teoricamente, eles nutrem e trazem saúde. “É um produto que incrementa as funções fisiológicas, revigorante e que vai além de um alimento”, explica Grisolia. “O que desenvolvemos tem tanto propriedades nutracêuticas como fitoterápicas, mas vamos registrar na Anvisa apenas na primeira categoria, porque o processo é mais simples e barato”, diz o biólogo.
Por outro lado, o pesquisador admite que as pessoas que têm o hábito de “roer pequi”, como os moradores dos pequenos municípios do Norte de Minas, podem ficar menos propícias a desenvolver doenças cardíacas, por conta dos efeitos do fruto símbolo do cerrado. “Tanto o óleo como o extrato do pequi possuem substâncias com capacidade antioxidante, que inibem a oxidação dos lipídios nos vasos sanguineos, e com isso, combatem a formação de placas de gordura nas paredes dos vasos”, acentua.
O novo produto para o combate de doenças cardíacas, obtido a partir do pequi, já rendeu mais de 10 artigos científicos sobre o assunto.
Grisolia salienta que a pesquisa serviu também para destacar a importância da preservação do cerrado, bioma que está tão ameaçado quanto a Amazônia. Ele lembra que criou um modelo de exploração sustentável, com geração de mão-de-obra e renda para as comunidades rurais da região. “Meu trabalho mostra que o cerrado preservado é economicamente importante Para quem acha que pesquisa só é importante quando se consegue um ganho econômico, fizemos isso. Mas para outros, manter a biodiversidade é uma questão de respeito às outras formas de vida. Meus estudos também servem para isso”, assegura.
PRESERVAÇÃO DO CERRADO
A escolha do cerrado como principal tema de discussões da 63ª Reunião Anual da SBPC deverá suscitar uma série propostas para a preservação do bioma, que está seriamente ameaçado pelos desmatamentos. Esta é a perspectativa de ambientalistas, técnicos e pesquisadores que vão participar do encontro.
A direção da SBPC ressalta que escolha do cerrado como tema do seu principal encontro anual não foi por acaso. O bioma está presente em mais de dois milhões de quilômetros quadrados (24%) do território nacional. É encontrado no Planalto Central, nas regiões centro-oeste, nordeste, norte e sudeste, ocupando mais de 40% do território mineiro. Trata-se da segunda maior formação vegetal brasileira (a primeira é a Amazônia) e a savana tropical mais rica do mundo em diversidade de espécies. É ainda o berço de nascentes de importantes rios como Tocantins- Araguaia, Paraná, São Francisco, sendo considerado área de recarga nacional.
Além disso, o cerrado concentra um terço da biodiversidade nacional e 5% da flora e da fauna mundiais conhecidas. No entanto devido à alta pressão antrópica, registra-se grandes perdas da biodiversidade, com preocupantes índices de extinção de espécies animais e vegetais.
“Acredito durante a reunião da SBPC, deverá surgir um conjunto de denúncias concretas sobre o mau uso da terra, ocupação desordenada e os impactos dessa ocupação no cerrado no futuro, acabando com a águ que vem do subsolo e matando os rios. Será feito um alerta ao país sobre a destruição do cerrado”, afirma o professor e pesquisador Elimar Pinheiro, do Centro de Desenvolvimento Sustentável, da Universidade de Brasília (UnB).
Pinheiro salienta que a expansão da fronteira agrícola em regiões como Goiás, Tocantins e Minas Gerais vem acarretando sérios prejuízos para a vegetação nativa. Mas, ele espera que os debates do encontro não venham se resumir a denúncias. “Também acredito que deverão surgir propostas para políticas públicas mais consistentes e mais eficientes em relação à condução do agronegócio e à agricultura familiar, de tal forma que possa preservar a natureza”, diz o professor da UnB.
Posição semelhante tem o professor Marcelo Mendonça, do departamento de Geografia da Universidade Federal de Goiás. “A discussão sobre o cerrado é extremamente oportuna. Estamos vivendo um momento de destruição das áreas do cerrado, com o avanço do agronegócio e com o uso intenso de defensivos agrícolas”, avalia Mendonça.
Ele salienta que o bioma tem grande relevância na conservação dos recursos hídricos, pois as principais bacias hdrográficas nacionais nascem no cerrado. “Apesar disso, o cerrado passa por um processo vertiginoso de ocupação indiscriminada”, observa Mendonça, lembrando que apenas 4% das unidades de conservação do país estão em áreas de cerrado e a necessidade de proteção do bioma não é reconhecida na Constituição Federal, como é o caso da Amazônia.
O professor da UFG acredita que a Reunião Anual da Sociedade Brasileira para oi Congresso da Ciência vai servir como grito de socorro para o cerrado. “Á medida que a SBPC dá visibilidade aos problemas ambientais serão criadas alternativas de soluções”, assegura Marcelo Mendonça.
SAIBA MAIS
O pequizeiro (caryocar brasiliense) é verificado ao longo de todo bioma cerrado. Como outras espécies do bioma, é uma árvore frondosa e tortuosa. Com grande poder de resistência ao clima de poucas chuvas, ela floresce entre os meses de agosto a novembro. A safra vai de novembro a fevereiro. Nesse período, o pequi proporciona uma verdadeira fartura nos municípios do Norte de Minas como Montes Claros, Mirabela, Coração de Jesus, Lontra, Brasília de Minas e Japonvar. Nesses lugares, famílias inteiras – homens, mulheres e crianças – se dedicam à cata do fruto símbolo do cerrado no mato.
Não é de agora que o pequi tem chamado a atenção de pesquisadores, seja no Brasil ou fora dele. Em 2008, ainda quando esta jornalista que vos fala, escrevia para o Jornal O Norte de Minas, cheguei a contar como os simpáticos moradores de Japonvar, capital do pequi, trabalhavam com os subprodutos do fruto amarelo e o quão maravilhado contavam suas histórias sobre as muitas catas de pequi. Na época, catadores como seu José Antônio Alves dos Santos, mais conhecido como seu Zé, na época, presidente da Cooperjap- Cooperativa dos catadores de pequi de Japonvar, já me contava que uma média de duas mil toneladas de pequi seriam encaminhadas para o Canadá.
Depois da ideia de os catadores se unirem numa Cooperativa para trabalhar com a despolpa do pequi e trabalhar com seus subprodutos ficou mais fácil enxergar um negócio, além dos caminhões que hora vinham para comprar nas beiras das estradas o ouro norte-mineiro, como reconhecem os catadores.
A UnB- Universidade de Brasília, descobriu em pesquisa realizada com pessoas de Japonvar (que comem o pequi durante o ano) que o município registrou o menor índice de pessoas com o câncer. Tal pesquisa também chamou a atenção de pesquisadores de Frankfurt que vieram a Japonvar conhecer de perto, e levar o fruto para ser estudado. Outra universidade que também pesquisa sobre o pequi é a UFMG- Universidade Federal de Minas Gerais que estima, inclusive, que há nas redondezas de Japonvar, uma média de 200 pés de pequi por hectare. Como forma de povoar as matas, e postergar a atividade extrativista, a UFMG plantou cerca de 4 hectares de mudas de pequizeiro naquele município. O professor da UFMG, Paulo Sérgio Nascimento Lopes revela que cerca de 50% das mudas nasceram. Vale lembrar que o pequi é um fruto nativo do Cerrado.
Para o coordenador da pesquisa da UnB, César Koppe Grisólia , o resultado da pesquisa chama a atenção para a necessidade de preservação do Cerrado.
- A madeira do pequizeiro tem sido usada para fazer carvão e nossa pesquisa mostra que essa planta tem mais valor em pé do que dentro de um saco de carvão. O cerrado tem sido destruído pela agricultura, mas assim como o pequizeiro deve haver muitas outras espécies que ainda não foram devidamente estudadas - afirma.
O pequi também é bom para o coração
Foi provado cientificamente, que a importância do fruto-simbolo do cerrado, o pequi, vai além de matar a fome do sertanejo. Ele também tem propriedades que ajudam a prevenir doenças do coração.Depois de 10 anos de pesquisas, o biólogo César Koppe Grisolia, do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Brasília (UnB), desenvolveu um produto com efeitos fitoterápicos do pequi, que ajuda a evitar a formação de placas de gordura nos vasos sanguíneos, combatendo o colesterol e diminuindo o risco de problemas cardíacos. O produto será vendido em forma de cápsulas, devendo chegar ao mercado no próximo ano.
A pesquisa do biólogo sobre as propriedades do pequi (Caryocar Brasiliense”) na redução de problemas cardíacos está na lista dos trabalhos que apresentados durante a 63ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para Progresso da Ciência (SBPC), que começa neste domingo e prossegue até a próxima sexta-feira, dia 15, na Universidade Federal de Goias, em Goiânia. Considerada como um dos maiores eventos científicos do país, a Reunião da SBPC tem como tema central “cerrado, energia e alimento” e vai discutir as ações para proteger o bioma, debatendo também as suas potencialidades.
O professor César Koppe Grisolia vai detalhar a sua pesquisa na conferência “Importância da exploração sustentável do cerrado – agregando valor sem destruir –“, na próxima sexta-feira, às 10 horas. O pesquisador da UnB ressalta que, primeiramente, avaliou os efeitos do pequi na prevenção de doenças do coração, em camundongos. Depois, fez a pesquisa em humanos, realizando os testes em 125 voluntários, durante dois anos.
O pesquisador lembra que o pequi (Caryocar brasiliense) é um alimento altamente rico em vitaminas A e C, frutose, sais minerais e compostos antioxidantes,que capturam radicais livres, moléculas novas formadas nos organismos. Desta forma, “tem propriedades que melhoram as funções cardiovasculares porque ajudam o colesterol bom (HDL) e combatem o colesterol ruim, o LDL”, explica Grisolia.
“Para que as pessoas possam fazer uso de suas propriedades, desenvolvemos cápsulas de extrato da polpa e outras de óleo de pequi”, relata. “Isso rendeu uma patente para a UnB. Foi firmado Termo de Cooperação Técnica para otimização da tecnologia e para adaptação em escala industrial. O próximo passo será a celebração do Contrato de Licenciamento da Tecnologia”, observa o pesquisador da UnB, lembrando, que, atualmente, está sendo providenciado o registro das cápsulas de pequi junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Ele lembra que tecnicamente o novo produto é enquadrado na categoria dos nutracêuticos, algo que, grosso modo, se situa entre um alimento e um remédio. Teoricamente, eles nutrem e trazem saúde. “É um produto que incrementa as funções fisiológicas, revigorante e que vai além de um alimento”, explica Grisolia. “O que desenvolvemos tem tanto propriedades nutracêuticas como fitoterápicas, mas vamos registrar na Anvisa apenas na primeira categoria, porque o processo é mais simples e barato”, diz o biólogo.
Por outro lado, o pesquisador admite que as pessoas que têm o hábito de “roer pequi”, como os moradores dos pequenos municípios do Norte de Minas, podem ficar menos propícias a desenvolver doenças cardíacas, por conta dos efeitos do fruto símbolo do cerrado. “Tanto o óleo como o extrato do pequi possuem substâncias com capacidade antioxidante, que inibem a oxidação dos lipídios nos vasos sanguineos, e com isso, combatem a formação de placas de gordura nas paredes dos vasos”, acentua.
O novo produto para o combate de doenças cardíacas, obtido a partir do pequi, já rendeu mais de 10 artigos científicos sobre o assunto.
Grisolia salienta que a pesquisa serviu também para destacar a importância da preservação do cerrado, bioma que está tão ameaçado quanto a Amazônia. Ele lembra que criou um modelo de exploração sustentável, com geração de mão-de-obra e renda para as comunidades rurais da região. “Meu trabalho mostra que o cerrado preservado é economicamente importante Para quem acha que pesquisa só é importante quando se consegue um ganho econômico, fizemos isso. Mas para outros, manter a biodiversidade é uma questão de respeito às outras formas de vida. Meus estudos também servem para isso”, assegura.
PRESERVAÇÃO DO CERRADO
A escolha do cerrado como principal tema de discussões da 63ª Reunião Anual da SBPC deverá suscitar uma série propostas para a preservação do bioma, que está seriamente ameaçado pelos desmatamentos. Esta é a perspectativa de ambientalistas, técnicos e pesquisadores que vão participar do encontro.
A direção da SBPC ressalta que escolha do cerrado como tema do seu principal encontro anual não foi por acaso. O bioma está presente em mais de dois milhões de quilômetros quadrados (24%) do território nacional. É encontrado no Planalto Central, nas regiões centro-oeste, nordeste, norte e sudeste, ocupando mais de 40% do território mineiro. Trata-se da segunda maior formação vegetal brasileira (a primeira é a Amazônia) e a savana tropical mais rica do mundo em diversidade de espécies. É ainda o berço de nascentes de importantes rios como Tocantins- Araguaia, Paraná, São Francisco, sendo considerado área de recarga nacional.
Além disso, o cerrado concentra um terço da biodiversidade nacional e 5% da flora e da fauna mundiais conhecidas. No entanto devido à alta pressão antrópica, registra-se grandes perdas da biodiversidade, com preocupantes índices de extinção de espécies animais e vegetais.
“Acredito durante a reunião da SBPC, deverá surgir um conjunto de denúncias concretas sobre o mau uso da terra, ocupação desordenada e os impactos dessa ocupação no cerrado no futuro, acabando com a águ que vem do subsolo e matando os rios. Será feito um alerta ao país sobre a destruição do cerrado”, afirma o professor e pesquisador Elimar Pinheiro, do Centro de Desenvolvimento Sustentável, da Universidade de Brasília (UnB).
Pinheiro salienta que a expansão da fronteira agrícola em regiões como Goiás, Tocantins e Minas Gerais vem acarretando sérios prejuízos para a vegetação nativa. Mas, ele espera que os debates do encontro não venham se resumir a denúncias. “Também acredito que deverão surgir propostas para políticas públicas mais consistentes e mais eficientes em relação à condução do agronegócio e à agricultura familiar, de tal forma que possa preservar a natureza”, diz o professor da UnB.
Posição semelhante tem o professor Marcelo Mendonça, do departamento de Geografia da Universidade Federal de Goiás. “A discussão sobre o cerrado é extremamente oportuna. Estamos vivendo um momento de destruição das áreas do cerrado, com o avanço do agronegócio e com o uso intenso de defensivos agrícolas”, avalia Mendonça.
Ele salienta que o bioma tem grande relevância na conservação dos recursos hídricos, pois as principais bacias hdrográficas nacionais nascem no cerrado. “Apesar disso, o cerrado passa por um processo vertiginoso de ocupação indiscriminada”, observa Mendonça, lembrando que apenas 4% das unidades de conservação do país estão em áreas de cerrado e a necessidade de proteção do bioma não é reconhecida na Constituição Federal, como é o caso da Amazônia.
O professor da UFG acredita que a Reunião Anual da Sociedade Brasileira para oi Congresso da Ciência vai servir como grito de socorro para o cerrado. “Á medida que a SBPC dá visibilidade aos problemas ambientais serão criadas alternativas de soluções”, assegura Marcelo Mendonça.
SAIBA MAIS
O pequizeiro (caryocar brasiliense) é verificado ao longo de todo bioma cerrado. Como outras espécies do bioma, é uma árvore frondosa e tortuosa. Com grande poder de resistência ao clima de poucas chuvas, ela floresce entre os meses de agosto a novembro. A safra vai de novembro a fevereiro. Nesse período, o pequi proporciona uma verdadeira fartura nos municípios do Norte de Minas como Montes Claros, Mirabela, Coração de Jesus, Lontra, Brasília de Minas e Japonvar. Nesses lugares, famílias inteiras – homens, mulheres e crianças – se dedicam à cata do fruto símbolo do cerrado no mato.
Para a cata existe um segredo, pequi bom é aquele apanhado no chão.Em Japonvar,foi instalada uma indústria, pertencente a uma cooperativa de pequenos agricultores, que produz o pequi em conserva, agregando ao valor ao fruto e facilitando a sua comercialização. (V.E. com informações do jornal E.M)
sexta-feira, 8 de julho de 2011
No Norte de Minas, gado Nelore é estrela nos pastos
R$ 8 mil é a cotação média dos animais arrematados em leilões na região
Durante anos, Montes Claros, Norte de Minas Gerais, vem se destacando na criação de gado de corte em todo Estado. Apesar de os pecuaristas conviverem com os longos períodos de estiagem, o gado Nelore parece resistir às adversidades e sobrevive como uma estrela de hollywood nos pastos da região. Outro detalhe importante é que este gado é comercializado em praças como Triângulo Mineiro, São Paulo entre outros.
Na reportagem de hoje falaremos o quanto a exposição Agropecuária de Montes Claros ( Expomontes) é vitrine para o gado de muita gente boa das minhas Minas Gerais.
Conforme publicou o jornal Estado de Minas, o avanço da raça nelore no Norte de Minas é destaque na Exposição Agropecuária Regional de Montes Claros, aberta na sexta-feira e que prossegue até domingo no Parque de Exposições João Alencar Athayde. A Expomontes chega à 37ª edição, sendo considerada a segunda maior mostra agropecuária do interior do estado, atrás apenas da Expozebu, de Uberaba, no Triângulo Mineiro. A mostra é a maior festa do Norte de Minas, e neste ano a expectativa é de que 300 mil pessoas visitem a exposição.
De acordo com os organizadores da Expomontes, nesta edição deverão ser comercializados cerca de 11 mil animais, dos quais cerca de 90% são nelores, em 10 leilões. Estão previstos quatro remates de elite da raça zebuína – dois deles transmitidos por canal a cabo, com a venda de cerca de 300 reprodutores e matrizes selecionadas. Serão leiloados animais de alguns dos principais selecionadores de nelore do estado.
O diretor técnico da Sociedade Rural de Montes Claros, Marcos Miguel Mendes, lembra que o valor médio pago por reprodutores arrematados na região fica em R$ 8 mil. Mas, na Expomontes, os preços de alguns exemplares de elite da raça nelore poderão chegar às alturas. “Existem animais que poderão sair até acima de R$ 50 mil”, diz Marcos Mendes. Ele lembra que, recentemente, na Exposição Agropecuária de Janaúba (também no Norte de Minas), um embrião de uma vaca nelore foi arrematado por R$ 105 mil. “A venda dos animais selecionados em leilões será importante para transmitir um melhoramento genético em todo o rebanho comercial da região”, salienta.
COMPETIÇÃO A mostra de Montes Claros conta com cerca de 500 animais expostos com o objetivo de concorrer às provas de melhoramento genético. O diretor técnico da Sociedade Rural ressalta que o nível da competição entre criadores de nelore aumentou muito na Expomontes porque a exposição passou a fazer parte do ranking nacional da raça. “Temos em Montes Claros alguns criadores que estão no topo do ranking nacional da raça. Por isso, a competição é muito acirrada”, explica Marcos Mendes.
O Norte de Minas tem, hoje, em torno de 2,8 milhões de cabeça de gado. Segundo Marcos Mendes, cerca de 90% do rebanho da região tem sangue nelore. “Desta forma, a raça tem um peso muito grande na economia do Norte de Minas, cuja vocação é a pecuária”, observa Mendes. A rusticidade e a adaptação ao clima quente e de poucas chuvas foram os principais fatores para o aumento do rebanho da raça zebuína no Norte do estado. “A pecuária é explorada no Norte de Minas há 100 anos e o nelore chegou à região há 40 anos. A raça agregou valor à pecuária regional pela excelente rusticidade. Mesmo nos períodos de seca, quando há restrição de alimentos, o nelore mantém o bom nível de produção”, afirma o presidente da Associação dos Criadores de Gado de Corte do Norte de Minas (ACGC), João Gustavo de Paula. Ele lembra ainda que, com a boa adaptação às regiões de clima quente, o nelore fica mais resistente a doenças. Isso diminui os custos com a criação.
GANHO DE PESO É DESTAQUE O produtor João Carlos Albuquerque, que foi um dos pioneiros da criação de nelore no Norte de Minas, ressalta que a adaptação dos animais ao clima semiárido facilita o manejo. Ele se dedica à criação da raça há 35 anos na Fazenda Bonsucesso, em Francisco Sá. “Com melhoramento genético, o ganho de peso do nelore melhorou muito. Hoje, já é possível que um animal nelore consiga alcançar 18 arrobas em dois anos e meio no pasto. Estou satisfeito com os resultados”, testemunha.
A raça está obtendo um ganho de peso nos municípios norte mineiros superior ao verificado em outras regiões do país. Isso está sendo medido na ponta do lápis por um grupo de criadores da região que se inscreveram em uma prova coordenada pela Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ). A prova envolve de 50 a 80 animais, que são pesados constantemente, sendo verificado ganho de peso em cada espaço de tempo. “Os índices têm sido altamente satisfatórios. O potencial de ganho de peso do nelore no Norte de Minas é maior do que o de outras regiões do país”, afirma o zootecnista João Newton Lopes, que acompanha a prova. ( fonte E.M)
terça-feira, 28 de junho de 2011
Maria de Verdade - Marisa Monte
Essa música é uma homenagem singela a Dona Maria de Salinas, descrita no texto, Maria de verdade, numa vida centenária
Maria de verdade, numa vida centenária
Queridos leitores, estou num momento em que mais do que nunca respeito o dom da vida. O sopro de esperança, de encontrar dias melhores não me sai do pensamento. Em conversa com um amigo meu, jornalista, Luiz Ribeiro, lá do Norte das minhas Minas Gerais, me peguei a ler uma obra tua, e não resisti em não publicá-la. Tenho certeza de que vão gostar da leitura tal qual esta mineira, longe de casa.
Dias antes pude acompanhar pelo noticiário que a mulher mais velha do mundo era a querida Vó Quita que veio a falecer pouco mais de um mês após entrar para o Guinness World Records, o livro dos recordes, como a mulher mais velha do mundo. Maria Gomes Valentim, de 114 anos, morreu na Casa de Caridade de Carangola, na Zona da Mata mineira.
Vó Quita, como a mulher mais velha do mundo era conhecida, nasceu em 1896 e faria 115 anos no próximo dia 9 de julho. Ela estava internada no Centro de Terapia Intensiva (CTI) desde domingo para tratar de uma pneumonia. No dia seguinte, seu quadro se agravou e evoluiu para uma infecção generalizada.
O reconhecimento de que Vó Quita era a mulher mais velha do mundo foi divulgado no dia 18 de maio. Segundo o Guinness, ela havia superado em 48 dias a antiga detentora do título, a norte-americana Besse Cooper.
Agora chega de falatório e conheçamos dona Maria de Salinas.
Uma vida simples em Salinas
Salinas - Ela acorda às seis horas da manhã, lava as vasilhas, debulha o milho do “café da manhã” das galinhas e faz sabão caseiro. Bengala? Coisa que não conhece. Esse é o inicio da rotina diária de Maria Pereira dos Santos, dona de impressionante saúde aos 110 anos de idade, completados em 20 de dezembro de 2010. Moradora da localidade de Canela Dema, zona rural de Salinas, Norte de Minas, dona Maria é exemplo de amor e de apego à vida marcada por histórias de superação.
O Brasil tem mais de 27 mil vovôs, bisavós, tetravós e tataravós com mais de 100 anos. Na semana passada, essa faixa etária perdeu uma de suas mais famosas representantes: a mineira Maria Gomes Valentim, mais conhecida como Vó Quita, que morreu aos 114 anos, em Carangola, na Zona da Mata, 35 dias depois de ser reconhecida como a mulher mais velha do mundo, titulo atribuído pelo Guinnes World Records, o livro dos recordes.
O vazio deixado por Vó Quita é preenchido por outros brasileiros com mais de um século de vida, sem deixar que os desafios da longa caminhada apaguem seu sorriso e sua esperança. E dona Maria é um exemplo. Ela enfrentou a pobreza e uma das piores secas da história de Minas. Foi abandonada pelo marido, que a trocou por outra, "sumiu no mundo" e nunca mais apareceu. Um dos seis filhos também desapareceu há mais de 40 anos. Mas nada tira a alegria de viver dessa guerreira, que tem 10 netos e
quatro bisnetos.
Com 110 anos, Maria Pereira mantém vida simples na roça Com tantos anos,dona Maria mostra uma saúde de ferro. O único problema é a curvatura na coluna – algo comum para a maioria dos idosos –, no caso dela consequência da (má) postura na labuta em casas de farinha durante anos. Ela sempre valoriza a disposição para o trabalho. Gosta de “barrer” a casa, lavar vasilhas e roupas. Também se arrisca em serviços que exigem mais esforço físico. “Na época das águas (das chuvas), ela pega uma enxada para capinar o quintal”, conta Carlito Francisco dos Santos, de 64 anos, um dos filhos.
Além disso, Maria Pereira dá prova de que ainda tem boa visão: é capaz de produzir fios de algodão com as mãos, usando o “fuso”, uma prática artesanal antiga.
A mulher de 110 anos atesta sua lucidez. Ela lembra da primeira vez que visitou a cidade de Salinas (conhecida hoje como a capital da cachaça),quando era menina, ainda no início do século 20. “A cidade tinha apenas uma igreja e umas casinhas ao redor”, descreve Maria, que nasceu 20 anos depois da criação do município. Depois, passou a percorrer pé, todos os anos, os 14 quilômetros que separam Canela Dema e Salinas, para participar da Missão – festa religiosa em devoção a Santo Antônio. “Na cidade, a gente ficava em ranchos.”
Guarda ainda na memória as três romarias que fez ao santuário de Bom Jesus da Lapa I(BA). Duas das viagens foram a pé, no trecho de mais de 300 quilômetros dos sertões mineiro e baiano. “A gente andava por mais de 20 dias.” O que pediu ao Senhor Bom Jesus? “Saúde e felicidade.” Foi atendida. De acordo com o filho Carlito, ela foi ao médico pela primeira vez aos 80 anos. Desde então, faz consultas regularmente. “Mas, toda vez que vou ao médico, não dá nada”, diz Maria.
De farmácia, Maria só toma um medicamento, para controlar a pressão. Gosta mesmo é de remédio caseiro. Ela prepara os chás: arruda, para dor de cabeça; moringa, para curar infecção; e erva cidreira, para gripe.
Segredos da boa saúde:
Não usa bebida alcoólica
Um ovo quente pela manhã
Almoça e janta arroz, feijão e carne bovina preparados com gordura de porco
Chá caseiro, em vez de remédio de farmácia
Não fuma, mas “toma” rapé (pó de fumo para ser aspirado e que causa
espirro em quem não está acostumado)
Banho frio
Não vê televisão
Vida no campo
Longas caminhadas
Fonte: Luiz Ribeiro
Estado de Minas/Correio Braziliense
quarta-feira, 18 de maio de 2011
Agora é a vez dos importados no Brasil
Especialistas dizem que a outra guerra a ser encarada, é a queda de braço entre as ofertas feitas por cada Estado brasileiro. Afoitos por ficar com a maior fatia dos produtos importados, que chegam ao Brasil, podem até causar consequências futuras.
Os produtos importados entraram com força total no Brasil. Seja na forma de brinquedos baratos, automóveis a maquinários de milhões de dólares, o fato é que o País tem recebido muita mercadoria importada, e só no primeiro trimestre deste ano foram responsáveis por dois terços do aumento do consumo no País.
O produto chinês é um dos que mais atuam no mercado brasileiro, isso porque é comercializado a preços bem baratos, e tendo a China um grande potencial para produzir com tecnologia especializada, os custos finais diminuem. Outro saldo positivo a favor dos empresários chineses é que além de tudo, sofrem uma menor carga tributária dentro de seu País, sem contar com o ônus ou bônus nesta situação, que pelo fato de a moeda chinesa não ser tão valorizada, o produto daquele país se torna muito mais barato para o resto do mundo.
Quando chegam ao Brasil, as mercadorias estrangeiras são ainda beneficiadas pela guerra tributária estabelecida entre alguns Estados, que disputam pela arrecadação dos impostos cobrados para a entrada destes produtos. Alguns estados provêem uma série de facilidades para o ingresso dos importados, o que incentiva as empresas estrangeiras a exportar mais para o Brasil, diz o diretor de Relações Internacionais e Comércio Exterior do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) de Bauru, Andrey Valério.
Conforme noticiado pelo JCNET, o levantamento realizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) informa que o consumo aparente registrou alta de 4% no primeiro trimestre de 2011, mas a indústria nacional aproveitou apenas 35,9% desta variação sobre o primeiro trimestre de 2010, enquanto os produtos estrangeiros captaram 64,1% do mercado interno.
A FIESP afirma que um dos motivos seria o aumento do poder de compra das classes C e D para o chamado processo de desindustrialização. Outra razão seria a desvalorização do dólar comparado ao real. Especialistas acreditam que a política de tributação e de juros brasileira e a falta de investimentos em tecnologia industrial nas últimas décadas foi um chamariz para realidade atual.
Para o economista Wagner Ismanhoto, o aumento da participação de mercadorias estrangeiras no mercado interno é resultado ainda de uma taxa de juros absurda que ajuda a valorizar o câmbio. “A política de juros brasileira faz com que o mundo inteiro remeta dólares para o País para explorar os mercados futuros. Com dólar sobrando, o dinheiro americano fica mais barato”, analisa.
“Há uma perda de competitividade que vem se acentuando ao longo dos últimos 10 anos. A própria indústria se vê obrigada a importar itens para sua produção, porque esta importação, em muitos casos, barateia os custos do processo. Da mesma forma acontece com o varejo”, aponta o diretor da (Ciesp), Andrey Valério.
Por conta da desvalorização do dólar frente ao real, nunca foi tão fácil para a indústria comprar, por exemplo, maquinários importados da Itália e dos Estados Unidos, mais modernos que os modelos nacionais a preços abaixo dos cobrados em solo brasileiro. Da mesma forma, o varejo também se beneficia do câmbio, conforme analisa Erlon Godoy Ortega, diretor da regional Bauru da Associação Paulista de Supermercados (Apas).
“Hoje, o consumo de produtos importados aumentou muito não apenas em razão do crescimento da renda do brasileiro, mas porque estes itens estão mais baratos, muitas vezes, do que o equivalente nacional. Podemos, por exemplo, encontrar vinhos fabricados em outros países a R$ 7,00 e o quilo do bacalhau a R$ 15,00, o mesmo preço de um contrafilé”, observa.
Com informações do Boletim Interface
sexta-feira, 4 de março de 2011
Um café bem tomado
Depois de um café bem servido no programa televisivo da Ana Maria Braga, a presidenta Dilma, como quer ser chamada, almoçou em São Paulo com o ex-presidente Lula, e seguiu viagem no dia seguinte, para Irecê, sertão da Bahia. Mas antes, preparou uma omelete a La Dilma Rousseff para todos os telespectadores assistirem e saber que ao menos na cozinha sabe preparar um prato.
Todos os programas deram certo, e o “março gordo” (slogan que faz alusão a temporada de muito marketing para o governo federal) continuou em Irecê e em Salvador. Foram vários anúncios feitos exatamente em comemoração também ao dia internacional da mulher, comemorado no próximo dia 8 de março.
E foi sobre este e tantos assuntos relativos à mulher que Dilma e Ana Maria falaram na manhã de terça-feira, 1 de março.
Ela contou que vai promover uma exposição com artes de artistas mulheres como Tarsila do Amaral no palácio do Planalto, em homenagem as mulheres de todo Brasil. Dilma quer que essa exposição seja digitalizada para todos que não a viram exibidas possam ter este prazer em qualquer canto do Brasil e do mundo. Diria que aí sim, seria uma excelente homenagem as mulheres que trabalham fora ou em seus lares.
Promoções
Voltando a falar das promoções de anúncios feitos pela presidente e sua comitiva de ministros, principalmente as ministras que representam a mulher no governo, Dilma celebrou com mulheres pronafianas (que têm contrato com programa PRONAF Mulher), deste interior da Bahia de meu Deus, os contratos da ordem de R$ 80 mil. Anunciou ainda o aumento da Bolsa Família, onde antes quem recebia uma média de R$ 22 passará a receber R$ 32, e quem recebia R$200 aproximadamente, receberá R$ 242. O menor reajuste ficou em 19,4% e o maior em 45,5% para mães que têm filhos de até 15 anos. Outra forma de homenagear a mulher que é a gestora deste benefício. Em todo o País cerca de 12,9 milhões de famílias recebem o benefício.
O aumento vai custar mais de R$ 2,1 bilhões por ano aos cofres públicos.
Segundo a Presidenta Dilma, a agricultura familiar e o Bolsa Família são pilares fundamentais do programa.
"Assumi o compromisso de acabar com a miséria absoluta e a pobreza extrema. O Bolsa Família e a agricultura familiar ajudam o Brasil a crescer. Vamos dar mais a quem mais precisa. Acredito na agricultura familiar com trator, assistência técnica e crédito. O Pronaf Mulher é fundamental para a autonomia econômica das agricultoras. Com acesso ao Pronaf, as mulheres podem contribuir na melhora da renda da sua família." Defendeu Dilma em seu pronunciamento.
Abraço apertado
Quem ficou alegre mesmo foi dona Eliete Justino de Oliveira, uma batalhadora e agricultora que recebeu o abraço apertado da presidente. Ela que é do município de Sento Sé (BA), é cliente da agência do Banco do Nordeste de Juazeiro (BA) e vem sendo beneficiada pelo Pronaf B há 9 anos.
Para fechar o ensejo da solenidade com chave de ouro, Eliete que ali no placo representava todas as mulheres agricultoras do Brasil recebeu das mãos da Secretária Especial de Políticas para as mulheres, Iriny Lopes seu contrato assinado no valor de R$10.613,64 referentes ao PRONAF Mulher.
Eliete vive exclusivamente de sua atividade agropecuária e também cultiva milho, feijão, algodão e mantém pequena criação de bovinos. Sua atividade, pecuária, vem crescendo gradativamente sua capacidade de produção.
Em Irecê cerca de sete mil famílias são beneficiadas pelo Pronaf Mulher.
O Governador, Jaques Wagner, anunciou que o Pronaf Mulher na Bahia terá juros zero. “O governo do estado já paga os juros que incidem nos financiamentos feitos pelo Pronaf Mais Alimentos e agora pagaremos do Pronaf Mulher. Esta é a hora e a vez da agricultura familiar”, comemorou.
O Superintendente do Banco do Nordeste da Bahia, Nilo Meira explicou que o BNB tem dado atenção especial ao PRONAF e a meta neste ano será expandir as aplicações do Programa com as mulheres.
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
Parceria entre estados do Nordeste e MT quer dividir ICMS sobre vendas pela internet
Como já dizia o ditado popular “quem quer corre atrás”. Bem assim tem sido a busca dos Estados do Nordeste e o Mato Grosso na corrida por seus direitos quanto ao ICMS sobre as vendas na internet. Pois é, quem pensa que a evolução demora chegar, eis aí a controvérsia.
Conforme o governo do MT, o movimento iniciado pelo Estado, por mudanças sobre a tributação envolvendo o comércio não presencial com venda direta ao consumidor final, as populares vendas feitas pela internet (lojas ‘pontocom’), já ganhou força neste ano de 2011.
Agindo em bloco para ampliar sua força política, os Estados do Nordeste estão desenvolvendo um protocolo exigindo que o Imposto Sobre a Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) seja dividido entre o Estado de origem (em sua maioria São Paulo e Rio de Janeiro) e o Estado onde o comprador reside. Somente em 2010, o potencial de arrecadação em Mato Grosso desse tipo de comércio chegou a R$ 100 milhões. “É um debate que realizamos nacionalmente para sensibilizar os Estados sobre as perdas que sofremos com esse tipo de comércio. A decisão do Nordeste de agir em bloco e realmente abraçar essa causa é um grande avanço, o maior que já tivemos. Quando um consumidor de Mato Grosso faz uma compra pela internet, o imposto tem que ser aplicado em seu Estado, na sua segurança, na sua saúde, e não no Estado onde a loja está”, comentou o secretário-adjunto da Receita Pública da Secretaria de Fazenda de Mato Grosso, Marcel Souza de Cursi.
Com previsão para conclusão até o mês de abril, o Governo de Mato Grosso já confirmou que irá assinar o protocolo desenvolvido pelos estados do nordeste. O documento deve estabelecer entre os Estados que aderirem ao protocolo a responsabilidade sobre a arrecadação e divisão do imposto sobre forma de substituição tributária, quando forem eles os pontos de origem da venda. “O diferencial neste documento é que ele também dispõe aos Estados de destino o dever de inserir em suas legislações dispositivos que possibilitam a cobrança do ICMS nas operações procedentes de lojas situadas nos Estados que não aderiram ao protocolo. Isso é o que nós em Mato Grosso já fazemos por meio de legislação estadual. Na prática, teremos um número muito maior de Estados pressionando por mudanças na legislação nacional sobre o comércio eletrônico”, acrescentou Cursi.
Cenário
Nacionalmente, calcula-se que as vendas pela internet no ano de 2010 tenham atingido um faturamento aproximado de R$ 14,3 bilhões, o que representaria um crescimento nominal de 35% se comparado ao resultado de 2009, quando o setor faturou cerca de R$ 10,6 bilhões. A projeção é feita com base nas informações da e-bit, empresa que analisa a evolução do comércio eletrônico, as mudanças de comportamento e preferências dos e-consumidores. A perda de receita referente às operações de circulação de mercadorias via comércio eletrônico tem sido problema para a grande maioria dos Estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Duas propostas estão em trâmite no Congresso Nacional tratando sobre o tema, a PEC 36/2006 e a PEC 227/2008, porém, ambas não efetivamente debatidas aguardando o trâmite de uma reforma tributária. O novo protocolo sobre o tema já tem a confirmação de adesão dos Estados da Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Piauí, Rio Grande do Norte, além de Mato Grosso.
A expectativa é que até a próxima reunião do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), a ser realizada no dia 1º de abril, no Rio de Janeiro, mais Estados assinem a proposta.
Conforme o governo do MT, o movimento iniciado pelo Estado, por mudanças sobre a tributação envolvendo o comércio não presencial com venda direta ao consumidor final, as populares vendas feitas pela internet (lojas ‘pontocom’), já ganhou força neste ano de 2011.
Agindo em bloco para ampliar sua força política, os Estados do Nordeste estão desenvolvendo um protocolo exigindo que o Imposto Sobre a Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) seja dividido entre o Estado de origem (em sua maioria São Paulo e Rio de Janeiro) e o Estado onde o comprador reside. Somente em 2010, o potencial de arrecadação em Mato Grosso desse tipo de comércio chegou a R$ 100 milhões. “É um debate que realizamos nacionalmente para sensibilizar os Estados sobre as perdas que sofremos com esse tipo de comércio. A decisão do Nordeste de agir em bloco e realmente abraçar essa causa é um grande avanço, o maior que já tivemos. Quando um consumidor de Mato Grosso faz uma compra pela internet, o imposto tem que ser aplicado em seu Estado, na sua segurança, na sua saúde, e não no Estado onde a loja está”, comentou o secretário-adjunto da Receita Pública da Secretaria de Fazenda de Mato Grosso, Marcel Souza de Cursi.
Com previsão para conclusão até o mês de abril, o Governo de Mato Grosso já confirmou que irá assinar o protocolo desenvolvido pelos estados do nordeste. O documento deve estabelecer entre os Estados que aderirem ao protocolo a responsabilidade sobre a arrecadação e divisão do imposto sobre forma de substituição tributária, quando forem eles os pontos de origem da venda. “O diferencial neste documento é que ele também dispõe aos Estados de destino o dever de inserir em suas legislações dispositivos que possibilitam a cobrança do ICMS nas operações procedentes de lojas situadas nos Estados que não aderiram ao protocolo. Isso é o que nós em Mato Grosso já fazemos por meio de legislação estadual. Na prática, teremos um número muito maior de Estados pressionando por mudanças na legislação nacional sobre o comércio eletrônico”, acrescentou Cursi.
Cenário
Nacionalmente, calcula-se que as vendas pela internet no ano de 2010 tenham atingido um faturamento aproximado de R$ 14,3 bilhões, o que representaria um crescimento nominal de 35% se comparado ao resultado de 2009, quando o setor faturou cerca de R$ 10,6 bilhões. A projeção é feita com base nas informações da e-bit, empresa que analisa a evolução do comércio eletrônico, as mudanças de comportamento e preferências dos e-consumidores. A perda de receita referente às operações de circulação de mercadorias via comércio eletrônico tem sido problema para a grande maioria dos Estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Duas propostas estão em trâmite no Congresso Nacional tratando sobre o tema, a PEC 36/2006 e a PEC 227/2008, porém, ambas não efetivamente debatidas aguardando o trâmite de uma reforma tributária. O novo protocolo sobre o tema já tem a confirmação de adesão dos Estados da Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Piauí, Rio Grande do Norte, além de Mato Grosso.
A expectativa é que até a próxima reunião do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), a ser realizada no dia 1º de abril, no Rio de Janeiro, mais Estados assinem a proposta.
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
Indústria de máquinas quer programa de crédito definitivo
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, disse ontem que o Programa de Sustentação de Investimento (PSI) deve ser prorrogado. A data para o encerramento do programa estava estipulada em 31 de março deste ano. Ele não quis, contudo, antecipar qual será o novo prazo e quais serão as mudanças no PSI. Pimentel afirmou apenas que "devem ser muito favoráveis ao setor produtivo". Os comentários do ministro foram feitos após participar da 27ª reunião do Fórum Nacional da Indústria, realizada no escritório da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em São Paulo.
Já o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Luiz Aubert Neto, presente no encontro, disse que Pimentel garantiu que o PSI seria uma política definitiva e que não haveria mais necessidade de prorrogá-lo. Ele adiantou que o governo sinalizou que a taxa de juros cobrada no subsídio vai aumentar, "o que é ruim", analisou. Para o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, a taxa compatível com o mercado deveria ficar entre 6% e 6,5%, no máximo.
Questionado sobre o possível aporte do Tesouro Nacional ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para serem usados nas linhas de financiamento do PSI, Pimentel informou que o anúncio deve ser feito nos próximo dois dias. "A MP [medida provisória] sobre isto deve sair em 48 horas", disse o ministro. O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, também questionado após a reunião na CNI, preferiu não comentar o assunto.
Fonte ligada ao governo afirmou na semana passada que o aporte do Tesouro ao BNDES deve ser entre R$ 45 bilhões e R$ 55 bilhões. A previsão era de que o anúncio seria feito nesta quinta-feira,17.(com informações da Interface)
Já o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Luiz Aubert Neto, presente no encontro, disse que Pimentel garantiu que o PSI seria uma política definitiva e que não haveria mais necessidade de prorrogá-lo. Ele adiantou que o governo sinalizou que a taxa de juros cobrada no subsídio vai aumentar, "o que é ruim", analisou. Para o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, a taxa compatível com o mercado deveria ficar entre 6% e 6,5%, no máximo.
Questionado sobre o possível aporte do Tesouro Nacional ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para serem usados nas linhas de financiamento do PSI, Pimentel informou que o anúncio deve ser feito nos próximo dois dias. "A MP [medida provisória] sobre isto deve sair em 48 horas", disse o ministro. O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, também questionado após a reunião na CNI, preferiu não comentar o assunto.
Fonte ligada ao governo afirmou na semana passada que o aporte do Tesouro ao BNDES deve ser entre R$ 45 bilhões e R$ 55 bilhões. A previsão era de que o anúncio seria feito nesta quinta-feira,17.(com informações da Interface)
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
Pressão da indústria e de exportadores é uma das lutas a ser travada com governo Dilma
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Pelos sinais demonstrados por meio de pedidos feitos pela indústria e pelos exportadores, a negociação com o governo Dilma Rousseff terá impasses. A Interface Engenharia Aduaneira também acredita que o governo Dilma Rousseff terá muito trabalho para atender a estes pedidos dos exportadores e da indústria brasileira. A divulgação de déficit na balança comercial do País já na primeira semana de 2011 deixou todos de cabelo em pé, confirmando uma tendência provocada pela desvalorização do dólar. O saldo comercial desta primeira semana mostrou-se deficitário em US$ 486 milhões. O Brasil está importando mais do que exportando e corre risco de desindustrialização.
Na notícia abaixo, divulgada ainda no final de dezembro de 2010 pelo jornal O Estado de S. Paulo, portanto antes da posse de Dilma e de seus ministros, empregadores e sindicalistas cobram a implantação de medidas protecionistas no Brasil, além da criação de incentivos fiscais para as indústrias aqui instaladas.
Vale a pena atentar ao texto que mostra o receio da invasão dos importados, especialmente dos produtos chineses, que são produzidos a custos baixíssimos se comparados aos custos brasileiros.
Em reportagem veiculada pelo jornal Estado de São Paulo, nos últimos dias, o governo Federalparece estudar maneiras para que a economia não sofra com reações da indústria e dos exportadores. A matéria começa já falando em ameaça de invasão por parte de importadores. Confira na íntegra:- Sob ameaça da invasão de importados,capital e trabalho deixaram as diferenças de lado para juntar forças numa cruzada em defesa do produto brasileiro. A aliança entre representantes das indústrias e das centrais sindicais começou a ser articulada nas mesas de negociação salarial, avançou em reuniões setoriais conjuntas e deve ganhar força no início de 2011, com a posse do governo Dilma Rousseff.
Empresários e sindicalistas pretendem convencer o novo governo a adotar medidas de proteção contra as importações e de incentivo fiscal e tributário a setores afetados pelo avanço do processo de substituição da produção local por estrangeiros. Entre eles, estão a cadeia de abastecimento do setor automotivo, bens de capital, eletroeletrônicos, calçados e têxteis.
Queremos falar com a presidente Dilma, a equipe econômica e os parlamentares para mostrar o mal que isso está causando à economia, diz o presidente da Força Sindical e deputado federal, Paulo Pereira da Silva.
A ideia é ter um diagnóstico sobre a situação e identificar os setores afetados, além da apresentação de propostas. Nesse sentido, os presidentes do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre, e da categoria em São Paulo, Mogi das Cruzes e Região, Miguel Torres, vão propor hoje ao presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, eventos para debater a competitividade da indústria nacional.
Estamos pensando em promover, entre janeiro e fevereiro, um debate com esse tema reunindo a visão dos trabalhadores, dos empresários e do governo, conta Nobre. Num momento como este, não dá para cada um ter a sua agenda. É necessário ter uma agenda única, um diagnóstico comum das medidas importantes para reverter o quadro, completa
A atuação conjunta do capital e do trabalho faz sentido. Nas negociações salariais deste ano, os trabalhadores chegaram a conquistar aumentos superiores a 6% além da inflação. Mas o ganho poderia ter sido maior. As empresas alegam que perdem competitividade com o aumento dos salários, afirma Torres.
Os sindicalistas temem que, no caso de uma eventual reviravolta no mercado interno, as empresas, além de importar, passem a demitir. Há preocupação ainda sobre os novos investimentos e a criação de empregos.
Um exemplo é o da Usiminas, que desistiu de construir uma usina no Vale do Aço, em Minas Gerais. A unidade, que estava embargada desde a crise internacional, teria capacidade para produzir 5 milhões de toneladas por ano e exigiria investimentos de US$ 6 bilhões. Se somar a importação direta e indireta de aço este ano, estamos falando de 10 milhões de toneladas, o que representa quase duas Usiminas, afirma o presidente-executivo do Instituto Aço Brasil (IABr), Marco Polo de Mello Lopes.(com informações do Estado de São Paulo)
Pelos sinais demonstrados por meio de pedidos feitos pela indústria e pelos exportadores, a negociação com o governo Dilma Rousseff terá impasses. A Interface Engenharia Aduaneira também acredita que o governo Dilma Rousseff terá muito trabalho para atender a estes pedidos dos exportadores e da indústria brasileira. A divulgação de déficit na balança comercial do País já na primeira semana de 2011 deixou todos de cabelo em pé, confirmando uma tendência provocada pela desvalorização do dólar. O saldo comercial desta primeira semana mostrou-se deficitário em US$ 486 milhões. O Brasil está importando mais do que exportando e corre risco de desindustrialização.
Na notícia abaixo, divulgada ainda no final de dezembro de 2010 pelo jornal O Estado de S. Paulo, portanto antes da posse de Dilma e de seus ministros, empregadores e sindicalistas cobram a implantação de medidas protecionistas no Brasil, além da criação de incentivos fiscais para as indústrias aqui instaladas.
Vale a pena atentar ao texto que mostra o receio da invasão dos importados, especialmente dos produtos chineses, que são produzidos a custos baixíssimos se comparados aos custos brasileiros.
Em reportagem veiculada pelo jornal Estado de São Paulo, nos últimos dias, o governo Federalparece estudar maneiras para que a economia não sofra com reações da indústria e dos exportadores. A matéria começa já falando em ameaça de invasão por parte de importadores. Confira na íntegra:- Sob ameaça da invasão de importados,capital e trabalho deixaram as diferenças de lado para juntar forças numa cruzada em defesa do produto brasileiro. A aliança entre representantes das indústrias e das centrais sindicais começou a ser articulada nas mesas de negociação salarial, avançou em reuniões setoriais conjuntas e deve ganhar força no início de 2011, com a posse do governo Dilma Rousseff.
Empresários e sindicalistas pretendem convencer o novo governo a adotar medidas de proteção contra as importações e de incentivo fiscal e tributário a setores afetados pelo avanço do processo de substituição da produção local por estrangeiros. Entre eles, estão a cadeia de abastecimento do setor automotivo, bens de capital, eletroeletrônicos, calçados e têxteis.
Queremos falar com a presidente Dilma, a equipe econômica e os parlamentares para mostrar o mal que isso está causando à economia, diz o presidente da Força Sindical e deputado federal, Paulo Pereira da Silva.
A ideia é ter um diagnóstico sobre a situação e identificar os setores afetados, além da apresentação de propostas. Nesse sentido, os presidentes do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre, e da categoria em São Paulo, Mogi das Cruzes e Região, Miguel Torres, vão propor hoje ao presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, eventos para debater a competitividade da indústria nacional.
Estamos pensando em promover, entre janeiro e fevereiro, um debate com esse tema reunindo a visão dos trabalhadores, dos empresários e do governo, conta Nobre. Num momento como este, não dá para cada um ter a sua agenda. É necessário ter uma agenda única, um diagnóstico comum das medidas importantes para reverter o quadro, completa
A atuação conjunta do capital e do trabalho faz sentido. Nas negociações salariais deste ano, os trabalhadores chegaram a conquistar aumentos superiores a 6% além da inflação. Mas o ganho poderia ter sido maior. As empresas alegam que perdem competitividade com o aumento dos salários, afirma Torres.
Os sindicalistas temem que, no caso de uma eventual reviravolta no mercado interno, as empresas, além de importar, passem a demitir. Há preocupação ainda sobre os novos investimentos e a criação de empregos.
Um exemplo é o da Usiminas, que desistiu de construir uma usina no Vale do Aço, em Minas Gerais. A unidade, que estava embargada desde a crise internacional, teria capacidade para produzir 5 milhões de toneladas por ano e exigiria investimentos de US$ 6 bilhões. Se somar a importação direta e indireta de aço este ano, estamos falando de 10 milhões de toneladas, o que representa quase duas Usiminas, afirma o presidente-executivo do Instituto Aço Brasil (IABr), Marco Polo de Mello Lopes.(com informações do Estado de São Paulo)
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