Valéria Esteves
Pelo que tudo indica os preços do café vão continuar em alta em 2007. Com essa notícia os produtores do Projeto Jaíba podem comemorar, assim como os de Buritizeiro, que esperam uma safra robusta em meados de abril.
Norte de Minas ganha espaço no mercado com produção de café
Segundo as expectativas de analistas de mercado as cotações devem ficar acima dos preços atuais - R$ 270 a saca do café arábica tipo 6 - podendo bater os R$ 300 a saca até o final do ano e ficar a patamares superiores a este em 2007.
Para a Ibá Agroindustrial esses indicadores vão facilitar a comercialização do café produzido no Jaíba que terá a primeira cata no mês de abril do próximo ano. Jorge Queiroz, analista de mercado de café da Conab - Companhia nacional de abastecimento acredita que o preço deve ir a um patamar superior ao de hoje; mesmo porque desde agosto, o preço da saca de café subiu 26,4% por conta do clima desfavorável à florada e à perspectiva de queda da safra 2007/08, devido à bianualidade da cultura - em que a produção se alterna entre uma safra e outra.
Conforme informou à Gazeta Mercantil o economista da Safras e mercado, Gil Barabach, a cafeicultura está saindo de uma crise cujo auge foi em 2002, quando a saca chegou a US$ 34, ocasião em que houve excedente de produção. Conforme estima o especialista, o preço deve atingir a marca de US$ 136 logo no início de 2007, alcançando o pico registrado em março de 2005, que foi o maior dos últimos sete anos.
- O setor demonstra sinais claros de que o produtor terá uma boa rentabilidade. O mercado de café tem fôlego para continuar subindo até o fim do ano e continuar em alta até a entrada da nova safra no ano que vem - pondera.
Ele disse que este cenário deverá ser reforçado pelo tamanho da safra 2007/08, cujo primeiro levantamento se inicia nesta semana pelos técnicos da Conab.
PRODUÇÃO
O plantio feito em fevereiro no Jaíba terá sua primeira cata em abril de 2007, e a primeira safra se dará em abril de 2008. A expectativa é que se tire de 75 a 80 sacas de café por hectare, tendo como base as três últimas colheitas da fazenda São Tomé, em Pirapora, que tirou essa média de sacas.
O café no Jaíba significa alternativa de renda ao pequeno produtor, e emprego o ano inteiro para mulheres, homens e idosos, conforme a Ibá. Atualmente nove sócios entraram no negócio se dispondo a cuidar do cafezal diariamente, deixando-o bem carpido, entre outros cuidados necessários ao bom andamento da produção.
Outros pequenos produtores já se mostraram atraídos pelo plantio de café e a associação, antes com nove sócios, deve chegar aos 40 ao que tudo indica.
Há ainda um médio produtor que plantou uma média de 370 mil mudas e acredita que, com os bons resultados da cotação do café no mercado e a produtividade acelerado no Jaíba, a expectativa é que o comércio seja favorável.
Na década de 80, conta Eduardo Rebelo, sócio-gerente da Ibá os cafeicultores chegaram a vender a saca do café ao preço de 100 salários mínimos, caso atípico, mesmo porque o que se busca hoje em dia no mercado é estabilidade.
O café nacional é consumido no Japão, Finlândia, Dinamarca, entre outros e tem qualidade e sabor aprovados no mercado externo. Especialistas acreditam que nos próximos anos é possível que o Brasil, maior produtor de café do mundo e o segundo maior consumidor no ranking, atrás apenas dos Estados Unidos, deve ganhar mais espaço e se estabelecer no mercado com força total.
O empresário conhecedor do mercado externo comercializa o café gourmet e acredita que os preços do grão devem se estabelecer. Pelas contas, cada hectare deve render uma média de quase R$ 20 mil, se somadas a saca ao valor de R$ 260, e contabilizar 75 sacas por hectare.
Em Minas Gerais a média por colheita é de 17 sacas por hectare, e em Pirapora os resultados até agora apresentados são o dobro dessa média.
A Gazeta Mercantil ainda informou que o cenário de preços é melhor do que o verificado na última safra pequena (2005/06), que foi de 32 milhões de sacas. Isso porque os estoques estão bem menores. Os estoques do Funcafé - Fundo de defesa da economia cafeeira, hoje somam 1,9 milhão de sacas, segundo o analista da Conab. Há quatro anos, somavam 8,14 milhões de sacas. Os estoques mundiais, ao redor de 15 e 17 milhões de sacas, são insuficientes para a demanda.
- Atendem apenas ao consumo para pouco mais de um mês. O razoável seria pelo menos três meses – conclui.
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