terça-feira, 13 de abril de 2010

Biodiesel: agricultores devem se unir para serem beneficiados pelo selo social

Valéria Esteves



Algumas empresas estão apostando em lançar no mercado produtos que atendam a agricultura familiar. Na Semana do Produtor que acontece até o dia 25, sexta-feira, empresários resolveram trazer um produto que pode ser adquirido por associações ou cooperativas.
Para o empresário Antônio Carlos Reinholz da Scott Tech Brasil, empresa de Vinhedo, São Paulo, a semana do produtor é também oportunidade de produtor, classe acadêmica e demais agentes da cadeia produtiva do agronegócio conhecerem o que tem de novo no mercado que favoreça desde o pequeno ao grande produtor.
Em um dos stands, que por sinal tem atraído a atenção de quem visita a Semana, a máquina de extração de óleo tem dado o que falar. A máquina é capaz de extrair o óleo e ainda aproveitar a torta para ração animal.
- Nesse caso o produtor vai agregar valor ao produto com baixo investimento e, ainda, ele não venderá a matéria-prima para vender produto tecnológico sem precisar capacitar mão-de-obra. A máquina é muito fácil de manusear, daí a facilidade, explica Antônio Reinholz.

Esmagadoras de oleaginosas atraem público
na 18ª Semana do Produtor
Na verdade, a máquina que é uma prensa de extração de óleo vegetal pode agregar valor e gerar renda às famílias agricultoras. Como a posição do governo federal é favorecer a agricultura familiar com a produção de biodiesel, as cooperativas vão precisar montar ou estarem vinculados de alguma maneira a uma esmagadora das oleaginosas. Há projetos que visam a construção de mini-esmagadoras no Norte de Minas, o que pode facilitar a vida de muitos produtores.
A máquina que extrai óleo custa cerca de R$ 22 mil, sendo que processa até 60 quilos por hora. A empresa ainda dispõe de outros maquinários que atendem a necessidade de quem precisa processar até 2,500 quilos por hora, o custo é um pouco maior, R$ 300 mil.

COOPERATIVAS

Segundo informações do governo, a formação de cooperativas é fundamental para que os agricultores se mobilizem e formem associações e cooperativas. As esmagadoras vão funcionar justamente para aproveitar a torta das oleaginosas e isso pode significar ganho já que o óleo será comercializado com a Petrobras.
Na edição de ontem, nossa reportagem falou de como acontecerá a inclusão social dentro da cadeia produtiva do biodiesel. Na entrevista com a coordenadora de biocombustíveis do ministério do Desenvolvimento Agrário, Edna de Cássia Carmelo e com o gerente de implantação do projeto de biodiesel em Montes Claros, Júlio Cezar Monteiro Lopes ficou perceptível que a hora é de não perder o calendário agrícola da região. Edna ainda falou de toda a cadeia produtiva se mobilizar para preparar as áreas para o plantio e agilizar o processo como aconteceu na Bahia e no Ceará.
Júlio Cezar ainda conta que a Petrobras acredita que a exemplo do que já acontece com a Petrovasf e os agricultores em Itacarambi no processo de compra e venda da mamona, deve acontecer com a estatal na região. Há três anos a Petrovasf trabalha processando o óleo da mamona em Itacarambi e tem dado certo. Lá a empresa paga cerca de R$ 0,56 pelo quilo do grão sendo que a previsão da estatal é que se pague pelo menos R$0,60 pelo quilo do grão da mamona para processar biodiesel na usina.
Nessa safra de 2006/07 a Petrobras assumiu a posição de comprar os grãos dos estados do Ceará e da Bahia, mas a proposta da estatal é comprar apenas óleo em 2008; conforme informou o gerente.
Com essa possibilidade, os produtores realmente devem se ater a fortalecer suas bases para serem beneficiados com o selo social do biodiesel.

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