terça-feira, 13 de abril de 2010

Desvalorização do dólar atinge setor cafeeiro

Valéria Esteves


Na última quarta-feira, 28 de fevereiro, representantes do setor do agronegócio mineiro, em especial da cafeicultura, se reuniram em Belo Horizonte, na sede da Faemg - Federação da Agricultura e Pecuária do estado de Minas Gerais para, segundo informações do diário do Comércio, discutir os problemas e formular ações no sentido de melhorar o atual quadro da política macroeconômica brasileira.
- Estamos dando o primeiro passo para uma mobilização que pretende sensibilizar o governo federal para várias questões, como a desvalorização do dólar frente ao real que está prejudicando não só o agronegócio, mas toda a cadeia produtiva nacional - destacou o presidente da Comissão nacional do café da CNA - Confederação Nacional da Agricultura, Breno Mesquita.
Em uma de suas edições, O Norte publicou reportagem que informava que a produção global de café deve ficar entre 109 a 112 milhões de sacas na safra 2007/08, de acordo com relatório mensal divulgado ontem pela OIC - Organização internacional do café. A organização manteve estável a projeção divulgada no último relatório, de acordo com a Dow Jones.
Entretanto, para a safra 2006/07, a OIC reduziu a estimativa em relação ao relatório do mês passado, passando de 122,27 milhões de sacas para 121,575 milhões de sacas. De acordo com a organização, as lavouras devem sofrer com problemas climáticos por conta do desenvolvimento do El Niño.
- Esperamos queda na produção porque algumas regiões devem ser seriamente afetadas - afirma a entidade. A OIC aponta redução da produção brasileira de arábica, por conta da bianualidade da safra de café.
O consumo global foi estimado em 118 milhões de sacas em 2007/08, aumento de 1,7% sobre o ciclo anterior. A estimativa da OIC sugere um déficit na oferta global de café, que poderá provocar redução dos estoques. De acordo com a OIC, a safra 2006/07 (outubro-setembro) iniciou com 19 milhões sacas nos estoques, volume inferior a 27,51 milhões de sacas sobre a safra anterior. Considerando o grande volume exportado pelo Brasil, o país iniciará a safra (2007/08) com níveis historicamente baixos de estoque, aponta o relatório.
EXPORTAÇÕES
A perspectiva dos produtores mineiros é boa quanto às exportações, e até mesmo com as importações, como previu o produtor Eduardo César Rebelo, sócio-gerente de uma empresa que atua no Projeto Jaíba.
Desde fevereiro de 2005, cerca de 14 hectares foram plantados, numa parceria entre essa empresa e pequenos produtores do Jaíba, no sentido de buscar um café de qualidade e que possa entrar no mercado tanto interno quanto externo. A saca de 60,5 kg de café comoditie tem custado cerca de R$ 240 a R$ 260; sendo que há quem consiga comercializar um lote contendo de 30 a 40 sacas por até R$ 4 mil.
O sócio-gerente informou que o café tem um melhor crescimento no Norte de Minas, especialmente no Jaíba, por ser irrigado e porque o clima favorece. Ele, que também cultiva o grão no Sul de Minas, diz que é possível notar que enquanto a produção cresce em dois anos e meio no Sul de Minas, no Norte de Minas produz em 18 meses. O que significa ganho de lucros e aumento na produtividade em menos tempo.
- Isso porque a planta cresce durante todo o ano no Jaíba - defende Eduardo. (com ag.)

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