terça-feira, 13 de abril de 2010

Chega de monocultura: Projeto Jaíba pode alavancar com produção de café

Valéria Esteves


Café de alta qualidade será a nova pedida do Projeto Jaíba. Desde fevereiro cerca de 14 hectares foram plantadas numa parceria entre Ibar - Agroindustrial e pequenos produtores no sentido de buscar um café de qualidade e que possa entrar no mercado tanto interno quanto externo. Hoje a saca de 60,5 kg de café comoditie tem custado cerca de R$ 240 a R$ 260; sendo que há quem consiga comercializar um lote contendo de 30 a 40 sacas por até R$ 4 mil.


Cerca de 450 hectares vão ser plantadas nos próximos anos e a expectativa é tirar até 80 sacas por hectare


O sócio-gerente da Ibar, Eduardo César Rebelo informou que o café tem um melhor crescimento no Norte de Minas, especialmente no Jaíba, por ser irrigado e porque o clima favorece. Ele que também cultiva o grão no Sul de Minas diz que é possível notar que enquanto a produção cresce em 2,5 anos no Sul de Minas, no Norte de Minas produz em 18 meses, o que significa lucros e aumento na produtividade em menos tempo. Isso porque, defende Eduardo, a planta cresce durante todo o ano no Jaíba.
O plantio feito em fevereiro deste ano terá sua primeira cata em abril de 2007 e a primeira safra se dará em abril de 2008. A expectativa é que se tire de 75 a 80 sacas de café por hectare, tendo como base as três últimas colheitas da fazenda São Tomé, em Pirapora, que tirou essa média de sacas.
O café no Jaíba significa alternativa de renda ao pequeno produtor e emprego o ano inteiro para mulheres, homens e idosos, conforme a Ibar. Atualmente nove sócios entraram no negócio se dispondo a cuidar do cafezal diariamente, deixando-o bem capinado entre outros cuidados necessários ao bom andamento da produção. Outros pequenos produtores já se mostraram atraídos pelo plantio de café e a associação, antes com nove sócios, deve chegar aos 40 ao que tudo indica.
Há ainda um produtor que plantou uma média de 370 mil mudas e acredita que com os bons resultados da cotação do café no mercado e a produtividade acelerado no Jaíba, o comércio seja favorável.
Na década de 80, conta Eduardo, os cafeicultores chegaram a vender a saca do café ao preço de 100 salários mínimos, caso atípico, mesmo porque o que se busca hoje no mercado é estabilidade.
O café nacional é consumido no Japão, Finlândia, Dinamarca entre outros e tem qualidade e sabor aprovados no mercado externo. Especialistas acreditam que nos próximos anos é possível que o Brasil, maior produtor de café do mundo e o segundo maior consumidor no ranking, atrás apenas dos Estados Unidos, deva ganhar mais espaço e se estabelecer no mercado com força total.
INVESTIMENTO
No viveiro da Ibar, no município de Jaíba, há pelo menos 650 mil mudas, sendo que dessas, 550 devem ser plantadas pela empresa nos próximos meses e a sobra será comercializada. Isso depois que a empresa substituir as plantas que por acaso morrerem. Geralmente, segundo Eduardo, a mortalidade é 3% a 6%.
Ele que é sócio no Sul de Minas, junto com mais 22 fazendas que formam a Santo Antônio State Cofee, em Santo Antônio do Amparo, diz que vai plantar no próximo ano, cerca de 1,200 milhão mudas no Jaíba e mais essa mesma quantidade em 2008. O objetivo é plantar 450 hectares de café nos próximos anos e usar o método de irrigação por gotejo, a fim de diminuir os custos com a água e energia. O empresário conhecedor do mercado externo comercializa o café gourmet e acredita que os preços do grão devem se estabelecer. Pelas contas, cada hectare deve render uma média de quase R$ 20 mil se somados a saca ao valor de R$ 260 e contabilizar 75 sacas por hectare.
Em Minas Gerais a média por colheita é de 17 sacas por hectare e em Pirapora, os resultados até agora apresentados, são o dobro dessa média.
- O máximo que os cafeicultores mineiros têm conseguido chegar é a 35 sacas por hectare em alguns lugares. Nós poderíamos colocar mais adubo na plantação e tirar mais que 80 sacas por hectare, mas a planta tem um limite genético de produção. Não é interessante alcançar os 100% em uma colheita e tirar umas 35 sacas na próxima, quando podemos manter uma média 75 a 80 sacas, o que também será sabido a partir da primeira cata de café - explicou.
Para concluir, o empresário lembrou que os pequenos produtores ou pelo menos seis ou sete estão com médias boas de produção. Há algumas plantações com frutos nos pés.
Com o aumento da população brasileira as perspectivas de mercado só aumentam, já que o Brasil consume muito café. Como a população dos Estados Unidos não tem para onde crescer, conforme indicadores de mercado, a expectativa é de que o mercado interno necessite de pelo menos um milhão de sacas do grão para atender a demanda.
O Brasil tem crescido de 3% a 5% ao ano no mercado interno com o comércio do café, alcançando a marca de 2% nas exportações.

5 comentários:

keli disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
keli disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Gil Reis disse...

Queria informações sobre a temperatura e o índice pluviométrico de Jaíba,e as condições do solo e também o tipo de café cultivado

VALÉRIA ESTEVES disse...

Ok Gil Reis, lhe darei as informações em breve. Posso lhe adiantar que estamos em tempo de severa estiagem, apesar de o Jaíba ser um projeto de irrigação, o São Francisco está sofrendo com o fenômeno. De qualquer maneira, te darei a informação, assim que a tiver. obrigada e continue lendo o blog. abs

VALÉRIA ESTEVES disse...

o café é o arábico e é cultivado em sequeiro e irrigado. Entretanto, se trata do segundo, salvo engano, maior projeto irrigado da América Latina. Obrigada pela atenção. Continue acessando o blog. Boa noite

abs